quarta-feira, 25 de junho de 2014

Campanha exigirá 'serenidade' para não aceitar provocações, diz Dilma





Presidente disse a aliados que provocações visam a 'acirrar o antagonismo'.


Petista foi à convenção do PSD que oficializou apoio a sua candidatura.

 Do G1, em Brasília
 
Alvo constante de críticas dos candidatos e pré-candidatos ao Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (25), durante a convenção nacional do PSD, em Brasília, que a campanha eleitoral deste ano exigirá "serenidade" para que ela e seus aliados não aceitem "provocações". Na visão da petista, as provocações dos adversários têm o objetivo de "acirrar o antagonismo" no cenário eleitoral, com "mentiras e más informações".

“Esta campanha vai exigir serenidade de nós, para que não aceitemos provocações, que buscam rebaixar o nível do debate e que buscam acirrar o antagonismo, levando o antagonismo ao nível rasteiro de mentiras e más informações”, disse a presidente aos dirigentes e militantes do PSD.


O partido do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab oficializou nesta quarta o apoio da legenda à tentativa de reeleição de Dilma.

Diante da plateia de aliados, Dilma alfinetou, sem citar nomes, seus adversários na disputa presidencial. Em tom irônico, ela disse que quem não tem propostas para apresentar ao país acaba recorrendo à estratégia da campanha negativa.

Esta campanha vai exigir serenidade de nós, para que não aceitemos provocações, que buscam rebaixar o nível do debate e que buscam acirrar o antagonismo, levando o antagonismo ao nível rasteiro de mentiras e más informaçõe"
 
Dilma Rousseff, presidente da República
“Muitos temem a radicalização que pode estar a caminho, mas uma candidatura que tem muito o que mostrar, que tem muitas ideias para discutir, não precisa fazer campanha negativa. Quem precisa fazer campanha negativa é quem não tem projeto, quem não tem propostas para o país e quem não tem o que mostrar”, discursou a presidente, arrancando aplausos dos integrantes do PSD.

No último sábado (25), durante a convenção nacional do PT que oficializou sua candidatura, a presidente pediu o apoio da militância petista para assegurar sua reeleição. Na ocasião, Dilma disse que está "mais madura do que quando se elegeu e que precisa de mais quatro ano à frente da Presidência para concluir seus projetos.

Elogios a Kassab
Em diversos momentos de seu discurso no evento do PSD, Dilma Rousseff agradeceu o apoio da legenda aliada a sua tentativa de reeleição. A petista dirigiu elogios ao presidente da legenda, Gilberto Kassab, e ao ministro da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, representante do PSD na Esplanada dos Ministérios.


A chefe do Executivo enfatizou que o apoio do PSD é “estratégico” em seu governo e destacou o fato de Kassab, a quem chamou de "homem de palavra", ter cumprido a promessa de apoiá-la na corrida pela Presidência. Apesar de ter sido assediada pelo PSDB, a sigla comandada pelo ex-prefeito paulistano optou pela aliança com o PT.

O [Gilberto] Kassab é um homem de palavra e é muito importante honrar a palavra empenhada e cumprir compromissos assumidos na política. É algo absolutamente inegociável na atividade política"
 
Dilma Rousseff, elogiando o apoio do PSD a sua candidatura
 
“O [Gilberto] Kassab é um homem de palavra e é muito importante honrar a palavra empenhada e cumprir compromissos assumidos na política. É algo absolutamente inegociável na atividade política. (…) E isso para para um partido e para nós políticos. Lealdade é uma das bases da política feita com grandeza. Não é subordinação, é confiança mútua”, disse.

Pressionada por vários aliados nos últimos dias, a presidente afirmou, sem citar nomes, que tem um tipo de esperteza que tem "vida curta". Ao falar sobre a lealdade entre partidos e políticos, ela ressaltou que manter a palavra é algo "inegociável" tanto para a vida pública quanto para a vida privada.

No último sábado, o PTB, que se encaminhava para apoiar Dilma na corrida presidencial, anunciou que irá se aliar ao candidato do PSDB, Aécio Neves, devido a divergências com a petista. Já o PR, que comanda o Ministério dos Transportes, tem condicionado seu apoio à presidente da República nas eleições de outubro à substituição do ministro César Borges pelo ex-titular da pasta, Paulo Sérgio Passos. Os dirigentes do PR alegam que Borges não representa mais os interesses da sigla.

"Engana-se quem defende que não há compatibilidade entre a lealdade e a política. Tem uma espécie de esperteza que tem vida curta. A política que aprendi a praticar ao longo da minha vida, que me levou inclusive à prisão, implica em construir relações que sejam baseadas, como disse muito bem o [Guilherme] Afif, não em conveniências, mas em convicções", disse Dilma.

Copa do Mundo
Ao falar sobre a Copa do Mundo, a presidente Dilma reafirmou que os aeroportos ficaram prontos a tempo do Mundial da Fifa e que ficarão para os brasileiros após o evento esportivo. Dilma voltou a ironizar ainda os “pessimistas” que eram céticos com relação à organização do evento no Brasil e afirmou que o sentimento de “não vai ter Copa” foi enterrado.


“Assim como o Brasil tem essa capacidade [de organizar a Copa] e está demonstrando, o Brasil não pode se deixar contaminar pelos profetas do caos. Não levou três dias para o caos desaparecer, para que nós enterrássemos o ‘não vai ter Copa’ “, observou Dilma.


 

Michel Temer
Durante a convenção do PSD, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), afirmou que a bancada do partido de Kassab representa “a nata” da representação popular do país. Segundo ele, a legenda tem as mesmas aspirações de seu partido, o PMDB.


“O [Gilberto] Kassab teve a sabedoria politica de criar um partido com essas convicções. E, em um segundo momento, a mesma sabedoria que o PMDB teve, de revelar que governo fez pelo país. (…) A presidente fez um governo extraordinário, e fará um segundo governo melhor ainda”, declarou Temer.

Nenhum comentário: