quarta-feira, 25 de junho de 2014

Sem plano de governo, Dilma aposta tudo no plano de mídia. E "compra" os segundos de TV mais caros do mundo para o horário eleitoral. Com dinheiro público.


 
 
Esqueçam ética, decência, honestidade no trato da coisa pública. 
 
 
O balcão de negócios está aberto. E Dilma está comprando com promessas e compromissos o apoio dos partidos que não querem ficar com ela, mas que, em nome de um naco expressivo dos cofres públicos, ainda aceitam correr o risco de perder a eleição. Dilma não tem plano de governo e nem vai ter. Dilma aposta tudo no plano de mídia. 
 
 
Quanto mais segundos tiver na TV, maiores as suas chances que, em condições de igualdade, seriam nulas. Na foto, Dilma em gravação com o marqueteiro João Santana. 

Partidos da base da presidente Dilma Rousseff decidiram usar os últimos dias de definição das coligações para ameaçar abandonar o governo. Após a defecção do PTB, que anunciou apoio ao tucano Aécio Neves na semana passada, PR, PP e PSD protagonizam agora uma “guerra fria” para obter melhores condições na aliança da reeleição. As exigências são diversas: recursos financeiros para as campanhas, garantias de ampliação de espaços em um eventual segundo mandato da petista e até a derrubada de um ministro: César Borges, dos Transportes.

Embora filiado ao PR, o partido diz que ele não o representa e exige sua saída. A pressão pode surtir efeito. Dilma alterou sua agenda para recebê-lo hoje no Alvorada para tratar do seu futuro político. Tudo para evitar que o aliado deixe a base para apoiar a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG).O prazo para uma decisão é curto, já que as convenções, que decidem pelas alianças, têm de ser realizadas até segunda-feira.

Diante da possibilidade de que esses partidos migrem ou apoiem informalmente Aécio, o comando da campanha petista se reuniu ontem à noite em caráter emergencial no Palácio da Alvorada para traçar um plano de contenção. Dilma e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, estavam presentes, além dos ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), Aloizio Mercadante (Casa Civil), o presidente do PT, Rui Falcão, e o marqueteiro João Santana.

O PR, que tem atualmente o Ministério dos Transportes, foi o mais explícito na ameaça ontem. Líderes do partido exigiram a substituição de Borges. Pela manhã, o senador Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP) esteve no Planalto acompanhado de outros líderes do partido para falar de sua insatisfação a Mercadante e ao ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini. Mercadante levou a notícia a Dilma e depois disse que o assunto “está sendo conversado”.À tarde, no Planalto, Dilma respondeu com um “não” ao ser questionada por repórteres se atenderia à demanda da sigla.

O Planalto também está negociando com o PP, que tem hoje o Ministério das Cidades. Os petistas esperam garantir o apoio do partido do ex-prefeito Paulo Maluf ao projeto de reeleição de Dilma hoje, quando a legenda realiza a sua convenção nacional. A aliança nacional tem boas possibilidades de ser fechada, mas os palanques de candidatos em Estados estratégicos já estão perdidos. No Rio, em Minas e no Rio Grande do Sul, o PP prefere o nome de Aécio.

A ala contra Dilma defende pelo menos a “neutralidade” da sigla, ou seja, não se coligar a ninguém. “Eu defendo a candidatura de Aécio. Acho que o caminho mais inteligente para o partido é votar pela neutralidade”, disse a senadora Ana Amélia (PP), que disputa o governo do Rio Grande do Sul com o atual governador, o petista Tarso Genro.

Diante do impasse, a cúpula do partido aproveita para ganhar tempo e melhorar as condições da aliança. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), que defende o apoio à reeleição, trabalhava ontem com a ideia de aprovar hoje um documento que remeteria a decisão final da legenda para a Executiva Nacional, em encontro na próxima segunda-feira. Com isso, ganha tempo para conter rebeldes e reivindicar aos petistas mais “estrutura” para os correligionários nos Estados, além de tirar do Planalto a garantia de que o Ministério das Cidades ficará com o partido em caso de reeleição de Dilma.

O menor risco entre os partidos que tentam se cacifar, na avaliação do Planalto, é com o PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. A sigla também realiza sua convenção hoje em Brasília, e deverá oficializar apoio à campanha da presidente por “aclamação”. Nos bastidores, o partido quer ampliar a partir de 2015 seu espaço na Esplanada, uma vez que ocupa hoje a pequena Secretaria da Micro e Pequena Empresa, comandada por Afif Domingos. Há, porém, quem defenda a aprovação da “neutralidade” na convenção. (Link Estadão)
 
 

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