Renato
Cinco, vereador do Rio pelo PSOL e Marcelo Yuka, músico, assinam hoje
um artigo no Globo fazendo apologia à maconha como maravilha curativa.
Leiam uma parte. Depois comento:
“Questão de saúde
O
uso medicinal da maconha não é uma descoberta da ciência moderna. A
cannabis aparece como medicamento no Pen-Ts’ao Ching, considerada a
primeira farmacopeia conhecida do mundo, em 2.723 a.C.
Nela é descrito o
efeito analgésico, anticonvulsivante e tranquilizante desta erva.
No
fim do século XIX a articulação proibicionista de setores puritanos dos
Estados Unidos iniciou um processo de demonização do uso da maconha. A
ação resultou nas primeiras leis proibicionistas na década de 30 do
século 20.
Em
1961, a Convenção Única de Entorpecentes da ONU classificou a maconha
na lista de drogas mais perigosas e sem nenhum valor medicinal. Mesmo
com a limitação para realização de estudos, a comunidade científica
conseguiu publicar pesquisas apontando o sucesso de tratamento com a
maconha em doenças como câncer, Aids e glaucoma.
Nas
doenças citadas acima, a maconha tem como principal função aliviar
dores e desconfortos causados pela enfermidade. Para pacientes com
câncer, seu uso contribui para amenizar as dores e náuseas da
quimioterapia. No caso da Aids o efeito mais importante é o de estimular
o apetite. No tratamento do glaucoma, o THC, princípio ativo da
cannabis, ajuda a controlar a pressão intraocular. (...)”
Tá
certo! Faz de conta que eu acredito que a maconha é uma panaceia, um
remédio milagroso que cura de unha encravada até gonorreia pré-agônica,
mas será que Renato Cinco e Marcelo Yuka estão fazendo esse esforço todo
catando informações no Google porque precisam ser “medicados” ou porque
estão realmente preocupados com a saúde dos brasileiros?
Além
de tudo, os caras têm o desplante de dizer o tratamento com a maconha é
um sucesso em doenças como a Aids. E sabem por quê? Porque ela estimula
o apetite... larica braba! E só.
E
quanto às reações adversas da maconha - que eles “esqueceram” de
mencionar - como os efeitos sobre a inteligência, a memória, as funções
respiratórias? E os transtornos mentais, como a esquizofrenia, a
psicose, o transtorno de despersonalização e a depressão?
E
a irreversibilidade dos danos neurológicos (inteligência, atenção e
memória) resultantes do uso persistente da maconha antes dos 18 anos de
idade?
De
mais a mais, já existe uma quantidade de remédios mais que suficiente,
que são muito mais eficazes que a canabis para toda e qualquer moléstia.
Mas
nada disso é o ponto, porque cada um é dono do seu corpo e faz dele o
que quiser. Esse é o argumento mais forte que tem à disposição quem
pugna pela liberação da maconha e não usar essa dissimulação ridícula do
seu uso como medicamento quando todo mundo sabe que o que essa gente
quer mesmo é se empapuçar de fumo.
Diga-se
de passagem, Renato Cinco, como vereador, em vez de querer legislar em
causa própria e em matérias tão irrelevantes, deveria esquecer um pouco
seu fuminho e tomar um chá de vergonha na cara para aprender a respeitar
os contribuintes - seus patrões -, cuidando do que realmente deve ser
cuidado, e não ficar gastando tempo e dinheiro fazendo apologia a uma
droga fedorenta.
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