VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO CRITICARAM MEDIDA
Agência Brasil - 08/04/2014 - 08h31
O Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente)
publicou, no Diário Oficial da União, a Resolução nº 163/14 que
considera abusiva a publicidade voltada a crianças e adolescentes.
O órgão pertence a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
"A resolução é um marco histórico para a
proteção dos direitos da criança no Brasil. Esperamos que as empresas
tenham consciência e possam reconhecer o passo civilizatório que o
Brasil deu em busca de uma infância respeitada e de uma criança
protegida", acrescenta.
Ele explica que com a medida, a penalidade pela veiculação desse tipo de conteúdo pode variar de pagamento de multa a detenção de três meses a um ano.
O órgão pertence a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
A resolução, publicada na última sexta-feira (4/04), considera abusivo o
direcionamento de publicidade e de comunicação mercadológica à criança,
"com a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou
serviço".
São classificados como abusivos os anúncios que contêm
linguagem infantil, trilhas sonoras de músicas infantis, desenho
animado, promoção de distribuição de prêmios ou brindes colecionáveis
com apelo ao público infantil, entre outros aspectos.
"A resolução põe fim a uma série de abusos gerados pela publicidade
dirigida ao público infantil, utilizando as vulnerabilidades da faixa
etária", diz o advogado do Instituto Alana, de São Paulo, e conselheiro
do Conanda, Pedro Hartung.
Ele explica que tais preceitos constam no ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente) e no Código de Defesa do
Consumidor, além da Convenção Sobre os Direitos da Criança, ratificada
pelo Brasil em 1990. "Mas nenhuma abordava, de forma específica, a
publicidade para o público infantil", explica.
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Ele explica que com a medida, a penalidade pela veiculação desse tipo de conteúdo pode variar de pagamento de multa a detenção de três meses a um ano.
Mãe de três filhos, a assessora parlamentar Andréa de Oliveira tem que
abusar do poder de dizer não. Criar os filhos em tempos de consumismo,
como define, não é fácil. "Eles veem coisa nova e querem. Pode ser um
brinquedo, um smartphone, um computador", diz
Nesta segunda-feira (7/04), nove entidades - entre elas a Associação
Brasileira de Anunciantes, a Associação Brasileira de Radiodifusores, a
Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão e a Associação
Nacional de Jornais - divulgaram nota na qual criticam a resolução.
As
entidades "reconhecem o Poder Legislativo, exercido pelo Congresso
Nacional, como o único foro com legitimidade constitucional para
legislar sobre publicidade comercial".
Além disso, defendem que "a
autorregulamentação exercida pelo Conar (Conselho Nacional de
Autorregulamentação Publicitária) é o melhor – e mais eficiente –
caminho para o controle de práticas abusivas em matéria de publicidade
comercial".
Hartung rebate as críticas e afirma que, legalmente, "o Conanda tem
competência para editar normas e dar efetividade ao direito da criança".
Andréa Oliveira acredita que a norma
possa proteger os pequenos, mas que isso deve vir junto com a educação:
"Os pais devem ensinar as crianças a se controlarem. Elas têm que
aprender com a frustração e aprender o valor do dinheiro".
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