26 de maio de 2014 •
Local onde jogadores se apresentaram no primeiro dia oficial da preparação para o Mundial foi cercado, principalmente, por professores da rede estadual e municipal do Rio, que estão em greve. "Educador vale mais do que o Neymar", gritaram
Logo no primeiro dia oficial de preparação da Seleção
Brasileira para o jogo de estreia da Copa do Mundo de 2014, contra a
Croácia, no próximo dia 12 de junho, os jogadores já tiveram a primeira
sensação do que serão as manifestações pelo País. O arredores do hotel
onde os atletas se apresentaram antes de seguir para Teresópolis, local
da concentração da equipe na região serrana do Rio de Janeiro, foi palco
de manifestação com cerca de 150 pessoas, que protestaram contra o
Mundial da Fifa. O momento mais tenso aconteceu no momento da saída do
ônibus da delegação nacional, que foi completamente cercado.
Formado basicamente por professores do Sindicato
Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) e simpatizantes do
movimento grevista também da rede municipal de ensino, eles entoaram
ainda cantos contra os próprios jogaodores da Seleção Brasileira. "Pode
acreditar, o educador vale mais do que o Neymar", era um dos gritos
cantados em uníssono.
Rapidamente, vendo a aproximação dos manifestantes pela
Avenida 20 de Janeiro, próximo ao Aeroporto Internacional do Galeão, a
Tropa de Choque da Polícia Militar já montou um cordão de isolamento
para permitir a entrada e saída de veículos. No momento em que cantavam
"não vai ter Copa", tradicional grito das manifestações de rua, os
batedores da Polícia Militar começaram a deixar o hotel, no primeiro
momento de sonoras vaias.
Logo depois, o ônibus com os atletas foi cercado pelos
manifestantes, que colavam faixas pedindo o famoso bordão "da Copa eu
abro mão, eu quero mais dinheiro para a saúde e educação". O
coletivo teve bastante dificuldade para deixar o local, uma vez que se
formou uma verdadeira multidão em sua frente, formada ainda por um
batalhão de jornalistas. Com muito custo, o veículo conseguiu deixar o
local de forma segura.
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enquanto, além dos pedidos de renúncia do prefeito Eduardo Paes e do
agora governador Luiz Fernando Pezão, não foram registrados atos de
violência. Os jogadores seguem daqui para Teresópolis (alguns como
Jefferson, Fred e Dante, os primeiros a se apresentar, já estão na
região serrana) onde ficarão concentrados para a Copa do Mundo.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o
técnico Luiz Felipe Scolari afirmou que, muito embora os jogadores
tenham liberdades para se expressar sobre os protestos em suas contas
pessoais nas redes sociais, em sua grande maioria, os atletas "não estão
nem aí para os protestos".
No Facebook, existem alguns movimentos que querem viajar
até Teresópolis para protestar, in loco, contra a Copa. A Polícia
Militar, no entanto, já deixou claro que montará um perímetro em torno
da Granja Comary, onde apenas profissionais de mídia credenciados terão
acesso.
Seleção é recepcionada por protesto na Granja Comary
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Assim como ocorreu na apresentação no Rio de Janeiro,
a Seleção Brasileira foi recepcionada com protesto na Granja Comary.
Cerca de 50 manifestantes se reuniram na primeira barreira do local de
concentração em Teresópolis e recepcionaram os jogadores com gritos
contra a Copa do Mundo.
O protesto foi pacífico e não ofereceu problemas ao
forte policiamento no local. A maior reclamação é com os altos gastos
com a Copa em detrimento de investimentos na educação. As referências à
Seleção Brasileira vieram nos gritos de que um professor vale mais do
que o Neymar.
Os protestos foram uma constante na preparação
brasileira para a Copa das Confederações e ajudaram na escolha da Granja
Comary como casa da Seleção para a Copa do Mundo. O local é isolado dos
grandes centros e contará com reforço policial durante a estadia da
Seleção.
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