Prendam os generais!
Soltem os ladrões e os traficantes!
Suspendam
todas as investigações e processos sobre os assaltos à Petrobras, o
roubo de remédios de miseráveis, o trafico internacional de drogas e a
lavagem de dinheiro em escala industrial!
Reabram as investigações e processos cobertos pela Lei de Anistia brasileira de há 50 anos!
Ao que é que estamos assistindo, afinal?
Ao de sempre, avisa-se aos recém chegados: “Para os amigos, tudo! Para os inimigos a lei”,
ainda que para que a lei fique com a cara que o PT quer esvaziem-se os
nossos tribunais de juízes de verdade e se os recheie de “juízes amigos” ou troquem-se as leis brasileiras por declarações de “tribunais internacionais” feitos à imagem e à (bolivariana) semelhança do partido.
O Ministério Público pós Mensalão sustenta que uma decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos, em 2010, “determina
que o Estado brasileiro investigue e condene os responsáveis por
torturas, execuções e desaparecimentos – crimes contra a humanidade –
ocorridos durante o regime militar”, e o Estado petista, que dependendo de se a ingerência estrangeira vem de “amigos”
ou de inimigos abomina-a ou acata-a por cima da lei nacional, da do
dito por suficiente para revogar a lei que fundou a Nova Republica.
Mesmo
assim, retrucaria um desavisado, para investigar e condenar um lado
seria preciso investigar e condenar também os responsáveis por
sequestros, tortura, execuções, desaparecimentos e outros crimes contra a
humanidade como dinamitar inocentes a esmo, da responsabilidade de
figuras conhecidas da esquerda armada naquele período que mais de uma
vez admitiram os seus crimes, o que poderia atingir a presidente da
república e muitos de seus assessores e ministros que assassinaram gente
desarmada e sem defesa naqueles tempos...
O Procurador da Republica, Sérgio Suiama, argumenta que “há provas mostrando que o Estado estava totalmente ordenado para garantir a impunidade dessas pessoas” (terroristas incluídos, assinale-se) e que, nesse caso, “a prescrição não pode ocorrer, porque a regra do jogo não é essa” (sic).
E quando o Supremo Tribunal Federal remontado exatamente para conseguir tirar da prisão malfeitores “amigos”
condenados e com culpa provada manda soltar o doleiro Youssef e toda a
quadrilha nacional e internacional que atua em torno de sua lavanderia
de dinheiro do crime, isto não é prova de que o Estado petista está
totalmente ordenado para garantir a impunidade dessas pessoas?
Exatamente. Mas, de novo, a diferença é que estes são os malfeitores “amigos”...
Enfim,
deixem-se de lado os argumentos racionais porque é do lobo e do
cordeiro que estamos falando e ao lobo basta um argumento: “Eu tenho os dentes!”.
Nunca foi diferente!
O
fato de Getúlio Vargas se abraçar ao nacional socialismo e Lula ao
internacional socialismo não muda nada. Cada época tem o seu alvará de
justificação da opressão, e esse alvará troca de sinal como os políticos
trocam de discurso.
A
bem da verdade o PT tem cumprido religiosamente, passo a passo, tudo
com que sempre esteve comprometido menos a sua única promessa que era
notoriamente falsa e contrária à sua linha programática nunca alterada: a
“Carta aos Brasileiros” do Lula de 2002, com a qual, para
comprar a eleição que o poria em posição de desmontar o sistema
republicano, obra que pôs em curso desde o primeiro minuto de seu
governo conforme ficou provado em minúcias no processo do Mensalão, ele
se “comprometeu” a se descomprometer com tudo com que sempre esteve comprometido.
Era mentira como se sabia desde sempre.
As cartas, agora, estão na mesa e o jogo volta a ser aberto.
E
Aécio, diante disso, incorporará alguma assertividade ao seu discurso
ou vai continuar untado de vaselina, repetindo a brilhante tática
eleitoral de José Serra de tratar de convencer o povo de que é mais Lula
que o Lula?
Lamento informar que o retrospecto não é animador...
A
República tem sido uma ditadura contínua da corrupção e da mentira
institucionalizadas acompanhadas ou não do uso explícito da força, com
duas ou três interrupções fortuitas correspondendo, todas elas, a
acidentes de percurso que, por breves períodos, levaram ao poder as
ínfimas minorias de brasileiros emparelhados com a modernidade.
Aos
18 anos de Getúlio Vargas no poder, 15 dos quais como um ditador
brutal, resistiu um único homem e seu jornal que arrastou atrás de si um
único estado da federação de formação sociologicamente diferenciada da
do resto do Brasil. O resto do país, do “empresariado de compadrio” ao lumpen, exatamente como hoje, sustentou o ditador em troca de bifes ou em troca de migalhas.
Dois
tropeços adiante, em 64, um golpe impediu o golpe que se armava à vista
de todos para trazer o getulismo de volta por via transversa. 21 anos
depois, em 1985, um ministro de Getúlio seria o primeiro presidente da “redemocratizão”. Mas o destino o levou e recuperou da lata de lixo da História os “coronéis” do Nordeste que, graças a José Sarney e Antônio Carlos Magalhães, se tornaram “eletrônicos” e hoje são os sócios que garantem o PT no poder.
Nunca
houve a incompatibilidade alegada entre eles. São todos farinha do
mesmo saco dessa pré-história da emancipação política brasileira que
segue pisoteando os cânones da democracia depois do interlúdio do
presidente acidental saído da universidade enfiada como uma cunha para
tentar abrir uma brecha na sólida cultura do autoritarismo brasileiro
por aquele mesmo jornalista que comandou a resistência a Getúlio Vargas.
De Gaulle tinha razão: “A gente expulsa a natureza; ela volta a se impor!” (“On chasse la nature; elle revien!”)
Ele
estava lá, misturado com o resto em 84; voltou a se insinuar nas ruas
agora, em junho de 2013. Ha um Brasil democrático querendo andar com as
próprias pernas em gestação. Mas quando é que ele estará pronto?
Quem resistirá desta vez, ao Getúlio reeditado?
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