Ronaldo está com Aécio...
,,, para desespero de Dilma, que fez de tudo para ter o apoio do atleta.
O final de semana foi marcado por uma declaração de Ronaldo Fenômeno
dizendo que tem vergonha da imagem que o Brasil está passando para o
mundo, em função dos erros do governo petista na organização da Copa.
Dilma Rousseff declarou, em resposta, que não devemos ter "complexo de
vira-latas". Nas redes sociais, o ex-atleta passou a ser massacrado pela
militância de esquerda. E, pasmem!, até pela militância de direita, que
acusa Ronaldo de ter ganho dinheiro e só agora ter se posicionado sobre
a Copa. Como se ter lucro fosse pecado.
Como se ter acreditado fosse
imperdoável. Como se mudar de ideia fosse inadmissível. Hoje o Jornal
Valor Econômico está publicando entrevista com o jogador, que declara
que não só vai votar em Aécio Neves, como fará campanha para ele. Aí
está a razão da raiva da esquerda. E também da direita burra, que exerce
uma patrulha ainda mais absurda que a dos petistas. Esquerda e direita,
muitas vezes, se merecem. Publicamos abaixo os principais trechos.
Nos gramados do Brasil e mundo afora, vestindo a camisa da
Seleção ou dos times onde jogou, o atacante Ronaldo Luís Nazário de Lima encantou
milhões. Virou o "Fenômeno", ídolo e excepcional atleta, capaz de
decidir em um chute o placar de um jogo.
A partir de agosto, quando os
brasileiros estiverem ainda comemorando ou lamentando o resultado da Copa do
Mundo-2014, Ronaldo testará sua popularidade em um campo desconhecido para ele.
O ex-atacante se engajará na campanha presidencial do tucano Aécio Neves, seu
amigo há mais de 15 anos. "Confio nele e acho que é uma ótima opção para
mudar nosso país", afirmou em entrevista ao Valor, na sexta-feira à tarde
na sede de sua empresa 9Nine, no Alto de Pinheiros, em São Paulo.
Um pouco antes, ele conversara com a agência Reuters e
dissera se sentir envergonhado com os atrasos e dificuldades do país na
organização da Copa do Mundo. Membro do Comitê Organizador Local (COL),
Ronaldo, na conversa com o Valor, disse que considerava a Copa do Mundo uma
vítima da desarrumação do país e que isso era vergonhoso.
O empresário Ronaldo
pretendia investir no Brasil no próximo ano, mas está desistindo. "Essa insegurança
que estamos vivendo, essa instabilidade, a revolta, o ódio do povo... O governo
deveria tranquilizar a população, o setor empresarial. Dizer que está tudo
tranquilo, mas não faz isso. A gente vive tapando buraco aqui e ali e o governo
não dá segurança à população", criticou.
Valor: Você vai votar em Aécio Neves (PSDB-MG)?
Ronaldo: Eu voto no Aécio.
Valor: Mas e o Lula que, que ajudou a fazer o estádio do
Corinthians?
Ronaldo: Lula não é candidato.
Valor: Mas a presidente Dilma é a candidata dele.
Ronaldo: Mas eu sou amigo do Aécio. Conheci a presidente
Dilma, tenho uma ótima relação com ela. Mas minha amizade com Aécio tem 15
anos. Ele foi o único cara que eu apoiei publicamente. Apoiei para governador
de Minas e aí ele fez um excelente trabalho. Sempre tivemos uma amizade muito
forte e agora vou apoiá-lo. É meu amigo, confio nele e acho que é uma ótima
opção para mudar o nosso país.
Valor: Vocês eram amigos, assim de sair à noite?
Ronaldo: Sempre fomos. De noite e de dia. Não é só de noite
(risos), se não pode ficar feio. A gente também ia para a praia juntos...
Valor: Como se conheceram?
Ronaldo: Alguns amigos em comum nos apresentaram muito tempo
atrás. Ele sempre frequentou muito o Rio. Faz muito tempo.
Valor: Qualquer partido em que ele estivesse você votaria
nele?
Ronaldo: Sim. Não sou filiado a nenhum partido, não tenho
pretensão de entrar para a política. Tenho amigos. Sou muito amigo do
[ex-presidente] Fernando Henrique [Cardoso]. O presidente Lula também, que é um
cara sensacional e sempre tivemos uma ótima relação. Mas voto declarado, mesmo,
só no Aécio.
Valor: Você fará campanha para ele?
Ronaldo: Até agora não conversamos sobre isso. Mas alguma
coisa [vou fazer], sim. Justamente num momento em que vai acabar a Copa do
Mundo e eu precisava de umas férias. Foram dois anos de luta e batalha para
esta Copa. Mas vou fazer.
Valor: Você não se incomoda de ficar marcado como tucano?
Ronaldo: Eu quero o bem do meu país. Se eu não acreditasse
no Aécio como uma ótima opção, mesmo sendo amigo, eu não faria nada. Mas não
sou filiado a nenhum partido, sou muito curioso sobre política, leio muito
sobre isso. Não tenho medo de ser marcado por nada. Acho que todos nós,
cidadãos, temos que ter este papel importante na sociedade, de querermos um
país melhor, buscando sempre as convicções que temos.
Valor: O que você recomendaria ao próximo presidente da
República? Que tipo de medidas você acha que seriam imprescindíveis, logo num
primeiro ano do mandato?
Ronaldo: É tudo tão evidente, a insatisfação do povo, está
tudo tão na cara que é muito fácil para o próximo presidente resolver a
situação. O grande desafio para o próximo presidente é escutar o povo. Mas
escutar e fazer o que o povo está pedindo. Acho que o grande foco da política
deveria ser a educação. Se nós fôssemos um país mais educado, a nossa saúde
seria melhor, nossa segurança seria melhor. Tudo em nosso país parte da
educação. Teríamos menos violência, mais tolerância, mais paciência. Eu
investiria muito mesmo em educação.
Valor: Se Aécio ganhar a eleição você será ministro?
Ronaldo: Da Educação? (risos). Eu não tenho nenhuma
pretensão política e nem sei se seria capaz de ter um cargo desses. Eu tenho
tantos compromissos com patrocinadores. Deixar minha vida, que é onde ganho
dinheiro junto com meus patrocinadores, e viver pisando em ovos, com cartão de
gastos corporativo, sem saber o que pode gastar ou não pode gastar, divulgar
meu patrimônio. Ia dar uma confusão.
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