segunda-feira, 26 de maio de 2014

Em greve, funcionários da Unicamp planejam reduzir atendimentos no HC





Categoria iniciou paralisação há quatro dias, após reajuste zero em salário.


Segundo sindicato, procedimentos eletivos serão adiados a partir de quarta.

Do G1 Campinas e Região
O Hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas (Foto: Fernando Pacífico / G1 Campinas)O Hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas

Em greve há quatro dias por causa da decisão do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) que congela os salários neste ano, funcionários da Unicamp, em Campinas (SP), planejam reduzir a partir desta quarta-feira (28) parte dos atendimentos feitos pelo Hospital de Clínicas (HC) e também no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism). 

De acordo com o sindicato que representa a categoria, até terça-feira haverá discussões sobre a forma de mobilização nas unidades e a distribuição de dez mil cartas à população.

"A primeira fase é o trabalho de esclarecimento dos pacientes sobre os motivos da greve. Conversamos sobre a redução dos serviços e o impacto deve começar a partir de quarta. Os atendimentos de urgência e emergência não serão prejudicados", explicou o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) João Raimundo Mendonça Souza.

De acordo com o Cruesp, o reajuste zero nos salários ocorreu por causa do alto nível de comprometimento de orçamento com folha de pagamento, 104,22% na USP, 96,52% na Unicamp e 94,47% na Unesp. Funcionários e professores da USP iniciam greve nesta terça.

Expectativa
O G1 esteve no HC e no Caism na manhã desta segunda-feira e, segundo funcionários ouvidos pela reportagem, por enquanto não houve reflexos no atendimento. Um profissional que atua no setor de enfermagem adiantou que 40% da categoria será mobilizada nos próximos dias e isso irá provocar em demora no serviço. Já uma outra funcionária alegou que a paralisação é necessária para a conquista dos direitos. "Precisa ter greve ou então nada muda", criticou.

De acordo com Souza, por enquanto o sindicato dos funcionários mantém contato com representantes das diferentes áreas das unidades médicas. Segundo ele, a adesão dos demais setores permanece em torno de 60% dos funcionários. No campus localizado no distrito de Barão Geraldo, a universidade mantém o Hospital de Clínicas, referência para ao menos 6 milhões de habitantes, em 38 cidades da região de Campinas.

Pauta e greve de professores
Além de se manifestar contra o congelamento dos salários, os funcionários da universidade querem 10% de reajuste e carga de trabalho com máximo de 30 horas para quem atua no setor da saúde. Em ato que reuniu pelo menos 600 funcionários e alunos na semana passada, a categoria entrou uma pauta à reitoria para também reivindicar mais vagas em creches, redução no valor descontado do salário por conta do uso de ônibus fretado, além de melhorias no serviço, e também vale-alimentação para os aposentados.

Os professores da universidade, em assembleia na sede da Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp), decidiram iniciar greve a partir desta terça-feira (27). A instituição tem 18,3 mil alunos na graduação e outros 16,1 mil na pós-graduação, em 68 cursos. Na Unicamp trabalham 2 mil professores e também 7,8 mil técnicos administrativos.


O que diz a universidade
A assessoria de imprensa da Unicamp informou que as atividades de ensino, pesquisa e também nos hospitais "continuam normalmente". Em nota divulgada no dia 22, a universidade reiterou comunicado divulgado pelo Cruesp, onde ele informa que decidiu prorrogar a discussão da data-base dos profissionais para setembro e outubro deste ano.


"A Unicamp reitera o comunicado Nº 2/2014 do Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp),  emitido no último dia 21,  nos seguintes termos: 'Com a confirmação da arrecadação efetiva do ICMS de abril, os níveis de comprometimento do orçamento com a folha de pagamento passaram a ser 95,42% na Unesp, 97,33% na Unicamp e 105,33% na USP, o que levou o Cruesp a prorrogar a discussão da data-base para setembro / outubro deste ano'. 


'No entanto, consciente da importância de manter o poder aquisitivo dos salários e, ao mesmo tempo, preservar o necessário equilíbrio financeiro das três universidades, o Cruesp agendou com o Fórum das Seis reuniões mensais de acompanhamento da arrecadação do ICMS para avaliar a situação orçamentário-financeira', afirma a nota.


Ato de funcionários e alunos em campus da Unicamp, em Campinas (Foto: Fernando Pacífico / G1 Campinas) 
 
Ato de funcionários e alunos em campus da Unicamp, em Campinas 

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