domingo, 25 de maio de 2014

Do Alto da Torre: nepotismo para empresa privada


Só para lembrar, o cerco à prática de empregar parentes no serviço público começou com as barreiras a se colocar mulher e filhos para trabalhar com o servidor público,

Nepotismo para empresa privada
A distrital Celina Leão (foto) está inovando no conceito de nepotismo. Só para lembrar, o cerco à prática de empregar parentes no serviço público começou com as barreiras a se colocar mulher, filhos, pais, irmãos e sobrinhos para trabalhar com o servidor público, estendendo-se a seguir a vedação a detentores de mandatos eletivos. Mais tarde, criou-se e aplicou-se o conceito de nepotismo cruzado — popularmente conhecido como barriga de aluguel — muito comum entre deputados ou juízes. Um empregava a mulher ou os filhos do outro. Hoje, o nepotismo é proibido em praticamente todo o serviço público brasileiro. Celina Leão quer mais do que isso.

Vale para terceirizado
A distrital apresentou à Câmara Legislativa projeto de lei proibindo que haja contratação de parentes também em empresas que prestem serviços ao governo do Distrito Federal. Vale para terceirizadas, empresas que desenvolvam projetos, ou até estágios, no âmbito de cada órgão do Distrito Federal. Vem aí a diferença. O nepotismo, aí, não se refere a relações internas da empresa. O proprietário — ou proprietária — pode contratar a mãe, a tia, a sobrinhada toda. Não pode é haver agentes políticos ou detentores de cargos de direção, chefia ou assessoramento do GDF. 

Contratando o cunhado
Celina argumenta que a legislação sobre nepotismo evoluiu, mas ainda não alcança as contratações feitas pelas empresas prestadoras de serviços terceirizados. “Muitas vezes”, diz ela, “as empresas vencedoras de licitações contratam pessoas indicadas por agentes públicos detentores de cargos comissionados, o que acaba impedindo a participação da população no processo de escolha e preenchimento das vagas”. Traduzindo, o detentor de cargo público contrata a empresa do cunhado e não deixa espaço para mais ninguém.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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