Nathalia Passarinho e Priscilla Mendes Do G1
A menos de cinco meses das eleições, PT,
PSDB e PSB se organizam para monitorar e combater a guerra de insultos e
boatos contra os principais candidatos à Presidência da República na
internet, sobretudo nas redes sociais.
Anônimas, as publicações reproduzidas em massa por meio de e-mails, Facebook e Twitter são vistas pelos partidos políticos como potenciais ameaças às campanhas oficiais.
O vice-presidente nacional do PT, Alberto Cantalice, que coordena área de redes sociais do partido, disse que está “coletando” todos os posts ofensivos a lideranças petistas e à presidente Dilma Rousseff para pedir à Justiça Eleitoral que sejam retirados do ar.
Para ele, existe um “gangsterismo” na internet, com a reprodução de informações “inverídicas” e “ofensivas” sobre os candidatos à Presidência da República.
“Estamos juntando tudo o que é feito para exigir a retirada disso na Justiça. Somos contra a censura, mas cada um tem que ter responsabilidade pelo que diz. Vamos querer a responsabilização dessas pessoas que difamam as lideranças e candidatos do PT”, afirmou.
Cantalice disse ainda que tenta, por meio do Facebook oficial do PT, “desmentir mentiras” divulgadas na internet sobre os governos de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Fizemos recentemente uma postagem com as 13 mentiras contadas sobre o PT, desmistificando um por um os boatos lançados. O lamentável é que existe um gansgsterismo digital. A gente, quando atua enquanto PT, a gente bota a nossa marca.
O que sair na rede do PT é responsabilidade nossa. Esses caras não têm compromisso com a verdade”, disse o dirigente petista sobre publicações anônimas que circulam na internet.
O PSDB montou uma
equipe para monitorar a circulação de informações na internet e adotar
providências nos casos de divulgação por militantes das siglas
adversárias de dados considerados “falsos”.
“Temos um escritório cuidando de monitorar ações criminosas, que transgridam as regras eleitorais. Quando percebermos que existe por trás do boato divulgado na internet a máquina do partido adversário ou uma voz oficial com o objetivo de desequilibrar a campanha, vamos à Justiça Eleitoral cobrar a punição dos responsáveis”, disse o secretário jurídico do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP).
O tucano reconheceu, porém, que é difícil identificar a autoria das informações que circulam pela internet. Ele criticou, por exemplo, boatos na rede de que o candidato Aécio Neves acabará com o programa Bolsa Família caso seja eleito presidente.
“É muito difícil identificar o autor dos boatos. Não nos preocupa tanto a informação produzida e repassada por internautas, mas sim os boatos encabeçados por partidos ou candidatos adversários”, disse Sampaio.
Com menor tempo de rádio e televisão, o PSB pretende usar a internet como arma de campanha, divulgando as plataformas do candidato Eduardo Campos no Facebook, Twitter, Instragram, Youtube e Flickr.
Segundo integrantes do partido ouvidos pelo G1, a estratégia para reduzir o impacto dos boatos será a ampla divulgação das propostas de Campos nas redes sociais.
Twitter e Facebook
Paralelamente aos esforços do partido, as próprias redes sociais se preparam para atender a eventuais determinações da Justiça Eleitoral, como a retirada do ar de conteúdos que afrontem a lei eleitoral.
A assessoria do Facebook informou ao G1 que tem uma equipe atuando dia e noite para analisar conteúdos denunciados.
“O Facebook está preparado para atender às demandas da Justiça Eleitoral e tem uma equipe que opera 24 horas por dia e sete dias por semana para analisar qualquer tipo de conteúdo denunciado por meio do site”, disse a assessoria em nota.
O site de relacionamento ressaltou que não “não age espontaneamente sobre conteúdo que esteja de acordo com suas políticas e termos da comunidade”, mas atende “determinação de autoridade que tenha a atribuição de avaliar se o conteúdo é legal ou não”.
O Twitter informou não ter política específica para atuação em campanha eleitoral, mas adota regras para controlar conteúdos fraudulentos, perfis falsos e uso incorreto de marcas registradas por usuários.
Interação
Para especialistas ouvidos pelo G1, a chamada “guerrilha de internet” pode acabar prejudicando a campanha eleitoral, reduzindo o espaço de discussão programática.
Para o especialista em redes sociais Lúcio Teles, professor da Universidade de Brasília, os comitês de campanha podem minimizar os danos monitorando a divulgação de boatos, esclarecendo as informações falsas e se distanciando desse tipo de militância.
Segundo ele, posts agressivos, com montagens de fotos e informações falsas podem acabar favorecendo o próprio candidato que a militância procura ofender e atrapalham a campanha oficial promovida pelos partidos políticos.
“As equipes de campanha precisam tomar cuidado, porque esses ataques ferozes sem informação sólida podem prejudicar. Grande parte dos eleitores não se motiva positivamente com baixaria e palavras de baixo calão. Então, esses ataques anônimos têm que ser claramente separadas da política de campanha oficial”, afirmou.
Professor titular da USP e consultor político e de comunicação, Gaudêncio Torquato diz que cada candidato, em especial Dilma e Aécio, contam com “exércitos” que certamente farão guerra de “versões e contraversões” na internet.
“Alguma boataria pode até colar, algum discurso, por exemplo, no sentido de que um candidato pode cortar um ou outro programa, mas haverá contrarreação, e os exércitos na internet, que estão muito afinados, vão reagir”, declarou.
Os dois professores concordam que a internet deve ser aproveitada pelos partidos como espaço de interação com o eleitor, em vez de ser utilizada somente para propagar informações ou “versões”.
“Há participação cada vez mais intensa por parte dos usuários da internet no processo político, o que é saudável. Grande parte dos eleitores que não tem acesso aos jornais diários têm acesso à internet”, disse Torquato.
Para Lúcio Teles, o candidato que se dispuser a dialogar diretamente com o internauta por meio de redes sociais vai ter vantagem na campanha.
“Quem ganha é quem puder dialogar com o eleitor na internet de forma continuada. Os candidatos não mais terão de fazer a campanha somente em comício, mas também interagir continuamente com os eleitores pelas redes sociais.”
O professor afirma ainda que a internet será instrumento importante para medir a resposta dos eleitores às campanhas tradicionais- programa de TV e comícios.
“Caberá às equipes dos candidatos avaliar, por meio da internet, a resposta da população às propagandas tradicionais, aos debates televisivos. Eles têm que monitorar a internet para identificar as posições do eleitor e através disso saber as fraquezas.”
Anônimas, as publicações reproduzidas em massa por meio de e-mails, Facebook e Twitter são vistas pelos partidos políticos como potenciais ameaças às campanhas oficiais.
O vice-presidente nacional do PT, Alberto Cantalice, que coordena área de redes sociais do partido, disse que está “coletando” todos os posts ofensivos a lideranças petistas e à presidente Dilma Rousseff para pedir à Justiça Eleitoral que sejam retirados do ar.
Para ele, existe um “gangsterismo” na internet, com a reprodução de informações “inverídicas” e “ofensivas” sobre os candidatos à Presidência da República.
“Estamos juntando tudo o que é feito para exigir a retirada disso na Justiça. Somos contra a censura, mas cada um tem que ter responsabilidade pelo que diz. Vamos querer a responsabilização dessas pessoas que difamam as lideranças e candidatos do PT”, afirmou.
Cantalice disse ainda que tenta, por meio do Facebook oficial do PT, “desmentir mentiras” divulgadas na internet sobre os governos de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Fizemos recentemente uma postagem com as 13 mentiras contadas sobre o PT, desmistificando um por um os boatos lançados. O lamentável é que existe um gansgsterismo digital. A gente, quando atua enquanto PT, a gente bota a nossa marca.
O que sair na rede do PT é responsabilidade nossa. Esses caras não têm compromisso com a verdade”, disse o dirigente petista sobre publicações anônimas que circulam na internet.
Quando percebermos que existe por trás do boato divulgado na
internet a máquina do partido adversário ou uma voz oficial com o
objetivo de desequilibrar a campanha, vamos à Justiça Eleitoral cobrar a
punição dos responsáveis.”
Deputado Carlos Sampaio (SP), secretário jurídico do PSDB
“Temos um escritório cuidando de monitorar ações criminosas, que transgridam as regras eleitorais. Quando percebermos que existe por trás do boato divulgado na internet a máquina do partido adversário ou uma voz oficial com o objetivo de desequilibrar a campanha, vamos à Justiça Eleitoral cobrar a punição dos responsáveis”, disse o secretário jurídico do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP).
O tucano reconheceu, porém, que é difícil identificar a autoria das informações que circulam pela internet. Ele criticou, por exemplo, boatos na rede de que o candidato Aécio Neves acabará com o programa Bolsa Família caso seja eleito presidente.
“É muito difícil identificar o autor dos boatos. Não nos preocupa tanto a informação produzida e repassada por internautas, mas sim os boatos encabeçados por partidos ou candidatos adversários”, disse Sampaio.
Com menor tempo de rádio e televisão, o PSB pretende usar a internet como arma de campanha, divulgando as plataformas do candidato Eduardo Campos no Facebook, Twitter, Instragram, Youtube e Flickr.
PSB pretende usar a internet como arma de campanha, divulgando as
plataformas do candidato Eduardo Campos no Facebook, Twitter,
Instragram, Youtube e Flickr. Estratégia para reduzir o impacto dos
boatos será a ampla divulgação das propostas de Campos nas redes
sociais.
Twitter e Facebook
Paralelamente aos esforços do partido, as próprias redes sociais se preparam para atender a eventuais determinações da Justiça Eleitoral, como a retirada do ar de conteúdos que afrontem a lei eleitoral.
A assessoria do Facebook informou ao G1 que tem uma equipe atuando dia e noite para analisar conteúdos denunciados.
“O Facebook está preparado para atender às demandas da Justiça Eleitoral e tem uma equipe que opera 24 horas por dia e sete dias por semana para analisar qualquer tipo de conteúdo denunciado por meio do site”, disse a assessoria em nota.
O site de relacionamento ressaltou que não “não age espontaneamente sobre conteúdo que esteja de acordo com suas políticas e termos da comunidade”, mas atende “determinação de autoridade que tenha a atribuição de avaliar se o conteúdo é legal ou não”.
O Twitter informou não ter política específica para atuação em campanha eleitoral, mas adota regras para controlar conteúdos fraudulentos, perfis falsos e uso incorreto de marcas registradas por usuários.
Interação
Para especialistas ouvidos pelo G1, a chamada “guerrilha de internet” pode acabar prejudicando a campanha eleitoral, reduzindo o espaço de discussão programática.
Para o especialista em redes sociais Lúcio Teles, professor da Universidade de Brasília, os comitês de campanha podem minimizar os danos monitorando a divulgação de boatos, esclarecendo as informações falsas e se distanciando desse tipo de militância.
Segundo ele, posts agressivos, com montagens de fotos e informações falsas podem acabar favorecendo o próprio candidato que a militância procura ofender e atrapalham a campanha oficial promovida pelos partidos políticos.
“As equipes de campanha precisam tomar cuidado, porque esses ataques ferozes sem informação sólida podem prejudicar. Grande parte dos eleitores não se motiva positivamente com baixaria e palavras de baixo calão. Então, esses ataques anônimos têm que ser claramente separadas da política de campanha oficial”, afirmou.
Professor titular da USP e consultor político e de comunicação, Gaudêncio Torquato diz que cada candidato, em especial Dilma e Aécio, contam com “exércitos” que certamente farão guerra de “versões e contraversões” na internet.
“Alguma boataria pode até colar, algum discurso, por exemplo, no sentido de que um candidato pode cortar um ou outro programa, mas haverá contrarreação, e os exércitos na internet, que estão muito afinados, vão reagir”, declarou.
Os dois professores concordam que a internet deve ser aproveitada pelos partidos como espaço de interação com o eleitor, em vez de ser utilizada somente para propagar informações ou “versões”.
“Há participação cada vez mais intensa por parte dos usuários da internet no processo político, o que é saudável. Grande parte dos eleitores que não tem acesso aos jornais diários têm acesso à internet”, disse Torquato.
Para Lúcio Teles, o candidato que se dispuser a dialogar diretamente com o internauta por meio de redes sociais vai ter vantagem na campanha.
“Quem ganha é quem puder dialogar com o eleitor na internet de forma continuada. Os candidatos não mais terão de fazer a campanha somente em comício, mas também interagir continuamente com os eleitores pelas redes sociais.”
O professor afirma ainda que a internet será instrumento importante para medir a resposta dos eleitores às campanhas tradicionais- programa de TV e comícios.
“Caberá às equipes dos candidatos avaliar, por meio da internet, a resposta da população às propagandas tradicionais, aos debates televisivos. Eles têm que monitorar a internet para identificar as posições do eleitor e através disso saber as fraquezas.”
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