RENATO RIELLA
O Brasil está acompanhando com grande pesar o desaparecimento de um Boeing na Ásia, sem dar o devido valor à tragédia que acontece diariamente nos morros do Rio de Janeiro.
A princípio, a política de implantação das Unidades de Polícia
Pacificadora (UPP) foi feita em regime intensivo, até com a presença de
tanques e canhões das Forças Armadas.
Agora, uma das Polícias Militares mais mal-pagas do Brasil vê quase
diariamente integrantes das suas forças serem mortos na guerra com o
crime organizado, que luta para recuperar posições nas áreas onde UPPs
foram instaladas.
É complicado o desenrolar de uma guerra em zona urbana de grande
concentração populacional. O secretário de Segurança Pública do Rio,
policial federal José Mariano Beltrame, já advertiu que será traumático
para todos os lados esse enfrentamento.
Haverá perdas entre os bandidos, da mesma forma que ocorrerão mortes
dentro do quadro policial e até na população, diante dos tiroteios que
acontecem todos os dias.
O que está sendo apresentado neste texto não é novidade. Visa
despertar o entendimento de que, tanto quanto a perda de centenas de
vidas num possível desastre aéreo na Ásia, há uma tragédia diária no
Brasil.
Especialistas não conseguem apresentar proposta razoável para conter
as mortes no Rio. Mas o governador Sérgio Cabral e o secretário Beltrame
não pretendem recuar.
Portanto, muitas outras vítimas surgirão. Será que algum dia os
morros do Rio de Janeiro estarão pacificados de verdade? É a dúvida que
permanece.
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