terça-feira, 18 de março de 2014

É complicado o desenrolar de uma guerra em zona urbana de grande concentração populacional. Tragédia brasileira diária nos morros do Rio

RENATO RIELLA

O Brasil está acompanhando com grande pesar o desaparecimento de um Boeing na Ásia, sem dar o devido valor à tragédia que acontece diariamente nos morros do Rio de Janeiro.

A princípio, a política de implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) foi feita em regime intensivo, até com a presença de tanques e canhões das Forças Armadas.

Agora, uma das Polícias Militares mais mal-pagas do Brasil vê quase diariamente integrantes das suas forças serem mortos na guerra com o crime organizado, que luta para recuperar posições nas áreas onde UPPs foram instaladas.

É complicado o desenrolar de uma guerra em zona urbana de grande concentração populacional. O secretário de Segurança Pública do Rio, policial federal José Mariano Beltrame, já advertiu que será traumático para todos os lados esse enfrentamento.

Haverá perdas entre os bandidos, da mesma forma que ocorrerão mortes dentro do quadro policial e até na população, diante dos tiroteios que acontecem todos os dias.

O que está sendo apresentado neste texto não é novidade. Visa despertar o entendimento de que, tanto quanto a perda de centenas de vidas num possível desastre aéreo na Ásia, há uma tragédia diária no Brasil.

Especialistas não conseguem apresentar proposta razoável para conter as mortes no Rio. Mas o governador Sérgio Cabral e o secretário Beltrame não pretendem recuar.

Portanto, muitas outras vítimas surgirão. Será que algum dia os morros do Rio de Janeiro estarão pacificados de verdade? É a dúvida que permanece.

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