Empresários de Guarulhos, primeira cidade da Grande São Paulo a
sofrer racionamento oficial de água, classificaram como injusto o corte
feito pelo Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
(Sabesp) apenas para municípios abastecidos pelo Sistema Cantareira que
compram água no atacado e disseram que a medida pode afetar a linha de
produção das indústrias locais.
"É um absurdo racionar água
apenas para uma cidade. Independente de ser do Cantareira ou não, o
governo deveria adotar a medida para todos, de forma equitativa",
afirmou Maurício Colin, o diretor do Centro das Indústrias do Estado de
São Paulo (Ciesp) na cidade.
"O racionamento pode provocar a paralisação das linhas de produção de várias indústrias", disse o representante de 3 mil empresários de Guarulhos.
O município começou com o rodízio de um dia com água e um dia sem para cerca de 850 mil pessoas no último sábado. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Guarulhos (Saae) disse que o racionamento foi "imposto" pela Sabesp, que cortou em 15% o volume de água vendido à cidade.
A companhia, por sua vez, informou que o corte foi determinado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE).
Embora ontem (17) tenha sido o primeiro dia útil de racionamento oficial na cidade, o presidente da Associação dos Empresários de Cumbica (Asec), Aarão Ruben de Oliveira, disse que muitas empresas do polo industrial na região do aeroporto já tinham começado a comprar água de caminhões-tanque por causa de frequentes cortes no abastecimento nas últimas semanas.
"Nós já vínhamos sofrendo constantemente com redução velada do fornecimento de água. Algumas empresas passaram a usar água de reúso, abriram poço, ou compraram dos caminhões-tanque.
Agora, vamos ver como ficará com esse corte efetivo, que consideramos injusto porque os impostos que geramos aqui vai para todo o Estado", disse Oliveira.
Quem não tem condições de comprar água do caminhão se vira como pode. É o caso do aposentado Roberto Ferreira, de 74 anos, que passou a fazer "rodízio de banheiro" em casa para evitar que as caixas d’água sequem. "Tenho três caixas de 500 litros. Uma fica só para tomar banho no banheiro do quarto.
A outra a gente deixa para as fazer as necessidades no banheiro de baixo. E a terceira é a da cozinha", disse Ferreira, que mora na Vila São Jorge.
Já o vendedor autônomo Willians Rodrigues Costa, de 34 anos, tem sido obrigado a tomar banho na casa da sogra, na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte da capital, desde sexta-feira porque não tem água suficiente na sua rua, na Vila Mena. "Aqui sempre foi um problema para chegar água.
Agora, então, não vem mesmo." Com as torneiras secas, Costa chega a usar água comprada em galões de 20 litros para consumo próprio para lavar a louça. "Já não lavamos mais o quintal e uso água da chuva para limpar o xixi do cachorro. E mesmo sem água a conta continua vindo alta", afirmou o autônomo.
Segundo a Saae, a Sabesp reduziu a oferta de água para a cidade em 390 litros por segundo, do total de 2,5 mil litros por segundo comprados.
A empresa informou ainda que além dos 850 mil moradores que são atendidos com água do Cantareira, outros 210 mil moradores de seis bairros já convivem com problema de desabastecimento desde o início de fevereiro por causa da redução do volume de água fornecido pela Sabesp pelo reservatório de Vila Industrial, em Itaquaquecetuba, pertencente ao Sistema Alto Tietê.
Ao todo, o Saae compra por atacado da Sabesp cerca de 87% da água que distribui aos 1,2 milhão de moradores; o Cantareira é responsável por 62% e o Alto Tietê por 25%. Os 13% restantes equivalem à produção própria do município. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
"O racionamento pode provocar a paralisação das linhas de produção de várias indústrias", disse o representante de 3 mil empresários de Guarulhos.
O município começou com o rodízio de um dia com água e um dia sem para cerca de 850 mil pessoas no último sábado. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Guarulhos (Saae) disse que o racionamento foi "imposto" pela Sabesp, que cortou em 15% o volume de água vendido à cidade.
A companhia, por sua vez, informou que o corte foi determinado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE).
Embora ontem (17) tenha sido o primeiro dia útil de racionamento oficial na cidade, o presidente da Associação dos Empresários de Cumbica (Asec), Aarão Ruben de Oliveira, disse que muitas empresas do polo industrial na região do aeroporto já tinham começado a comprar água de caminhões-tanque por causa de frequentes cortes no abastecimento nas últimas semanas.
"Nós já vínhamos sofrendo constantemente com redução velada do fornecimento de água. Algumas empresas passaram a usar água de reúso, abriram poço, ou compraram dos caminhões-tanque.
Agora, vamos ver como ficará com esse corte efetivo, que consideramos injusto porque os impostos que geramos aqui vai para todo o Estado", disse Oliveira.
Rodízio
Quem não tem condições de comprar água do caminhão se vira como pode. É o caso do aposentado Roberto Ferreira, de 74 anos, que passou a fazer "rodízio de banheiro" em casa para evitar que as caixas d’água sequem. "Tenho três caixas de 500 litros. Uma fica só para tomar banho no banheiro do quarto.
A outra a gente deixa para as fazer as necessidades no banheiro de baixo. E a terceira é a da cozinha", disse Ferreira, que mora na Vila São Jorge.
Já o vendedor autônomo Willians Rodrigues Costa, de 34 anos, tem sido obrigado a tomar banho na casa da sogra, na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte da capital, desde sexta-feira porque não tem água suficiente na sua rua, na Vila Mena. "Aqui sempre foi um problema para chegar água.
Agora, então, não vem mesmo." Com as torneiras secas, Costa chega a usar água comprada em galões de 20 litros para consumo próprio para lavar a louça. "Já não lavamos mais o quintal e uso água da chuva para limpar o xixi do cachorro. E mesmo sem água a conta continua vindo alta", afirmou o autônomo.
Segundo a Saae, a Sabesp reduziu a oferta de água para a cidade em 390 litros por segundo, do total de 2,5 mil litros por segundo comprados.
A empresa informou ainda que além dos 850 mil moradores que são atendidos com água do Cantareira, outros 210 mil moradores de seis bairros já convivem com problema de desabastecimento desde o início de fevereiro por causa da redução do volume de água fornecido pela Sabesp pelo reservatório de Vila Industrial, em Itaquaquecetuba, pertencente ao Sistema Alto Tietê.
Ao todo, o Saae compra por atacado da Sabesp cerca de 87% da água que distribui aos 1,2 milhão de moradores; o Cantareira é responsável por 62% e o Alto Tietê por 25%. Os 13% restantes equivalem à produção própria do município. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Agencia Estado
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