Este BLOG alertou, com muita antecedência, que a
construção do estádio da Copa em Brasília seria fator de desgaste do
governador Agnelo Queiroz, com reflexo na campanha eleitoral deste ano.
Na verdade, pode ser dito que nunca a tal arena gerou um noticiário
positivo, a começar de reclamações sobre falta de água quente no
banheiro dos grandes craques mundiais – uma falha imperdoável.
Houve goteiras, transtornos grandes no acesso ao estádio, conflitos de rua com manifestantes e principalmente reclamações contra os gastos.
Na verdade, a advertência de primeira hora sempre foi a de que um
estádio em Brasília deveria ter, no máximo, 45 mil lugares – e não 72
mil, como se concretizou no Estádio Mané Garrincha (felizmente não
conseguiram mudar o nome, preservando-se o grande craque).
Agora, vê-se que o noticiário de fim de semana levou para todo o
Brasil, nos grandes veículos de comunicação, a informação de que as
obras de infraestrutura e serviços do Estádio Nacional de Brasília Mané
Garrincha e do entorno deste podem passar de R$ 1,9 bilhão, segundo
dados do Tribunal de Contas do DF.
Segundo o relatório do TCDF, ao valor já contratado, de R$
1.573.539.435,78, são somados licitações não concluídas, orçadas em R$
295.176.143,29; e os investimentos que o governo do Distrito Federal
fará por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(Pnud).
O governo do DF nega irregularidades ou superfaturamento na obra do
estádio e diz que esse é um relatório preliminar, usual nos
procedimentos do TCDF, que lista itens pontuais para esclarecimentos.
O GDF diz ainda que o investimento total no Mané Garrincha alcança R$
1,4 bilhão, valor que ainda pode ser reduzido para R$ 1,2 bilhão em
virtude da previsão de abatimento de créditos do Regime Especial de
Tributação para Construção, Ampliação, Reforma ou Modernização dos
Estádios de Futebol (Recopa).
A assessoria diz ainda que, como custo de construção do estádio, são
computados equivocadamente, entre outros, recursos para paisagismo e
urbanização, que são referentes ao projeto de revitalização da área
central de Brasília e que não poderiam ser considerados no custo da
arena.
O certo é que este estádio não terá praticamente nunca, com exceção
do jogo do Brasil na Copa, a sua lotação completamente tomada. Os
principais organizadores de shows internacionais afirmam que
Brasília tem capacidade máxima para 40 mil pessoas, como se viu no
show da Beoyncé, que teve público abaixo desse nível.
E na campanha
eleitoral o governador Agnelo Queiroz vai perder mais do que ganhar com o
debate sobre o Estádio Mané Garrincha.
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