| 25 Fevereiro 2014
O livro de Peter Kreeft é mais que um chamado à realidade, é uma convocação dos cristãos para a guerra.
A sociedade está em crise, e esta é uma constatação inescusável para qualquer um que se proponha a examinar o mundo à sua volta. Há a banalização da violência e a disseminação da criminalidade.
No entanto, o
que mais atormenta as pessoas são as questões sociais e culturais, a
reformulação dos valores e da moral. Este movimento não é espontâneo.
Não é fruto do “progresso” ou consequência do “desenvolvimento”. É o
resultado de uma verdadeira guerra.
Como Vencer a Guerra Cultural
é um chamado à realidade. Peter Kreeft - professor de filosofia do
Boston College e do King´s College - alerta os incautos e desavisados,
os iludidos e conformados, sobretudo os cristãos, que insistem em
proclamar paz, paz, paz: estamos em uma guerra e diante de um exército
da destruição.
Milícias revolucionárias que – tomadas por um surto
psicótico de autodivinização - reivindicam poder para destruir as
estruturas sociais – a moral judaico-cristã, denunciada como a fonte e a
origem da injustiça e do mal - para erguerem um “novo mundo” das ruínas
e dos escombros.
O
livro de Peter Kreeft é mais que um chamado à realidade, é uma
convocação dos cristãos para a guerra.
Os católicos são “pacíficos”,
porém, não “pacifistas”, advertia o Papa Paulo VI. Não devem aceitar
tudo e qualquer coisa sob o pretexto da “paz” e do “amor”, porque amor
também é “luta”.
Basta olhar o amor de um pai e de uma mãe pelo filho
para reconhecer que ele é uma guerra contra o ódio, a deslealdade e o
egoísmo.
Não há amor sem odiar o mal – e o maligno - e sem o compromisso
com a verdade.
Trata-se
de uma guerra espiritual travada no campo de batalha cultural. A lei de
Colson – exposta em um diagrama lógico que envolve “Comunidade” versus “Caos” e “Consciência” versus
“Polícia” - é um esquema útil para compreender os termos deste
conflito.
É importante identificar o “inimigo”, mas também os seus
colaboradores. Por isso Kreeft denuncia os “especialistas” e
“intelectuais”, que ele chama de “experts”.
São agentes que ocupam
centros de ensino e universitários, a mídia e a imprensa. Suas armas são
artifícios retóricos e pseudofilosofias, utilizados para justificar a
“transformação da sociedade” e impor todo tipo de absurdo: desde o
aborto – o assassinato de crianças - à revolução sexual
gayzista-feminista, o vício das drogas, etc.
Neste
conflito o cristão não está desamparado.
Ele tem um poderoso estímulo
para lançar-se ao combate: o dever de santidade. Seus modelos são os
santos e o próprio Filho de Deus. Kreeft desconstrói a imagem
“pacifista” de Jesus Cristo, forjada para domesticar os cristãos e que
contrasta com Aquele que advertiu: “Mas qualquer um que fizer tropeçar
um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe
pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e que fosse lançado no mar”
(Mc 9, 42).
Quanto aos santos, não, eles não são ascetas que abandonaram
o mundo para uma vida na estratosfera:
“[...]
os santos amam a verdadeira paz. Eles também odeiam a falsa paz, a paz
baseada em mentiras. Os santos odeiam a violência e a intolerância para
com os pecadores. Mas eles odeiam também a tolerância ao pecado. Os
santos amam mais os pecadores e menos os pecados do que todas as outras
pessoas. Essas duas excentricidades confundem as pessoas e, não raro, as
ofendem” (p. 130).
É
uma guerra com a espada trazida por Cristo, que separa, de um lado a
pessoa, inviolável, mas do outro o pecado – intolerável em pensamentos e
palavras, atos e omissões.
Kreeft
adverte. Na guerra denunciada não está em jogo apenas a “sociedade”.
Estão em risco sobretudo as almas (p. 136). almas conformadas ou que se
degradam alimentando-se com uma cultura da morte, com uma
“espiritualidade” pueril. Que investem em uma felicidade forçada e em
uma paz fingida.
Elas podem estar decidindo a sua eternidade ao
disseminar o mal, enquanto muito insistem em escondê-lo ou negá-lo. Para
estas almas, mas também para as que preenchem as fileiras do combate,
um anúncio sobre a sua condição: “a estrada do paraíso perdido até o
paraíso reconquistado está encharcada de sangue.
Bem no centro da
história está uma cruz – um símbolo de conflito mais do que qualquer
outro” (p. 23). O livro de Kreeft é edificante, porque mostra a
dignidade de percorrer este caminho.
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