terça-feira, 18 de março de 2014

“Como vencer a guerra cultural”, de Peter Kreeft




livrokreeftO livro de Peter Kreeft é mais que um chamado à realidade, é uma convocação dos cristãos para a guerra.


A sociedade está em crise, e esta é uma constatação inescusável para qualquer um que se proponha a examinar o mundo à sua volta. Há a banalização da violência e a disseminação da criminalidade. 

No entanto, o que mais atormenta as pessoas são as questões sociais e culturais, a reformulação dos valores e da moral. Este movimento não é espontâneo. Não é fruto do “progresso” ou consequência do “desenvolvimento”. É o resultado de uma verdadeira guerra. 

Como Vencer a Guerra Cultural é um chamado à realidade. Peter Kreeft - professor de filosofia do Boston College e do King´s College - alerta os incautos e desavisados, os iludidos e conformados, sobretudo os cristãos, que insistem em proclamar paz, paz, paz: estamos em uma guerra e diante de um exército da destruição. 

Milícias revolucionárias que – tomadas por um surto psicótico de autodivinização - reivindicam poder para destruir as estruturas sociais – a moral judaico-cristã, denunciada como a fonte e a origem da injustiça e do mal - para erguerem um “novo mundo” das ruínas e dos escombros. 

O livro de Peter Kreeft é mais que um chamado à realidade, é uma convocação dos cristãos para a guerra. 

Os católicos são “pacíficos”, porém, não “pacifistas”, advertia o Papa Paulo VI. Não devem aceitar tudo e qualquer coisa sob o pretexto da “paz” e do “amor”, porque amor também é “luta”. 

Basta olhar o amor de um pai e de uma mãe pelo filho para reconhecer que ele é uma guerra contra o ódio, a deslealdade e o egoísmo. 

Não há amor sem odiar o mal – e o maligno - e sem o compromisso com a verdade. 

Trata-se de uma guerra espiritual travada no campo de batalha cultural. A lei de Colson – exposta em um diagrama lógico que envolve “Comunidade” versus “Caos” e “Consciência” versus “Polícia” - é um esquema útil para compreender os termos deste conflito. 

É importante identificar o “inimigo”, mas também os seus colaboradores. Por isso Kreeft denuncia os “especialistas” e “intelectuais”, que ele chama de “experts”. 

São agentes que ocupam centros de ensino e universitários, a mídia e a imprensa. Suas armas são artifícios retóricos e pseudofilosofias, utilizados para justificar a “transformação da sociedade” e impor todo tipo de absurdo: desde o aborto – o assassinato de crianças - à revolução sexual gayzista-feminista, o vício das drogas, etc. 

Neste conflito o cristão não está desamparado. 

Ele tem um poderoso estímulo para lançar-se ao combate: o dever de santidade. Seus modelos são os santos e o próprio Filho de Deus. Kreeft desconstrói a imagem “pacifista” de Jesus Cristo, forjada para domesticar os cristãos e que contrasta com Aquele que advertiu: “Mas qualquer um que fizer tropeçar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e que fosse lançado no mar” (Mc 9, 42). 

Quanto aos santos, não, eles não são ascetas que abandonaram o mundo para uma vida na estratosfera: 

“[...] os santos amam a verdadeira paz. Eles também odeiam a falsa paz, a paz baseada em mentiras. Os santos odeiam a violência e a intolerância para com os pecadores. Mas eles odeiam também a tolerância ao pecado. Os santos amam mais os pecadores e menos os pecados do que todas as outras pessoas. Essas duas excentricidades confundem as pessoas e, não raro, as ofendem” (p. 130). 

É uma guerra com a espada trazida por Cristo, que separa, de um lado a pessoa, inviolável, mas do outro o pecado – intolerável em pensamentos e palavras, atos e omissões. 

Kreeft adverte. Na guerra denunciada não está em jogo apenas a “sociedade”. Estão em risco sobretudo as almas (p. 136). almas conformadas ou que se degradam alimentando-se com uma cultura da morte, com uma “espiritualidade” pueril. Que investem em uma felicidade forçada e em uma paz fingida. 

Elas podem estar decidindo a sua eternidade ao disseminar o mal, enquanto muito insistem em escondê-lo ou negá-lo. Para estas almas, mas também para as que preenchem as fileiras do combate, um anúncio sobre a sua condição: “a estrada do paraíso perdido até o paraíso reconquistado está encharcada de sangue. 

Bem no centro da história está uma cruz – um símbolo de conflito mais do que qualquer outro” (p. 23). O livro de Kreeft é edificante, porque mostra a dignidade de percorrer este caminho.


Nenhum comentário: