| 17 Março 2014
Gilberto
Carvalho, que havia prometido disputa ideológica com televangelistas
neopentecostais para expandir metas socialistas no Brasil, se reúne com
líderes de igrejas protestantes históricas.
Em 2012 durante sua participação no Fórum Social de Porto Alegre, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, falou em uma disputa ideológica com os televangelistas neopentecostais pela classe C da população brasileira.
Na época sua fala foi duramente criticada pelo senador Magno Malta e durante encontro com a bancada evangélica
o ministro alegou que suas palavras foram “mal interpretadas.” Apesar
de culpar a imprensa, Gilberto Carvalho negou-se a assinar um documento
para confirmar que ele não atacou os televangelistas e sua influência no
público da classe C.
Entretanto,
incapaz de estabelecer um relacionamento mais sólido com esses
televangelistas, na última terça-feira (11 de março de 2014) Carvalho
comandou uma reunião do governo do PT com líderes das igrejas históricas
do Brasil.
De acordo com o site oficial da Secretaria-Geral da
Presidência da República via GospelPrime, participaram
da reunião líderes da Igreja Evangélica Luterana do Brasil, Igreja
Presbiteriana do Brasil, Igreja Metodista do Brasil, Igreja
Presbiteriana Independente, Convenção Batista Nacional,
Exército da Salvação, Igreja Presbiteriana Unida, Associação de Missões
Transculturais do Brasil e da Associação Nacional de Juristas
Evangélicos (ANAJURE).
“Queremos
estimular diálogos e parcerias. Queremos que as igrejas, sem se
partidarizar, possam ser uma voz mais ouvida, e que assim sejam
estimuladas a ampliar sua ação em benefício do nosso povo”, afirmou
Carvalho.
Não
é a primeira vez que Carvalho participa de uma reunião sobre parceria
com igrejas históricas e prega reconciliação. Em 28 de fevereiro de
2013, ele se reuniu com Ariovaldo Ramos, juntamente com 70 líderes evangélicos da Aliança Evangélica,
especialmente de igrejas protestantes históricas. No evento, realizado
na Igreja Presbiteriana de Brasília, Ariovaldo disse: “Vamos apoiar as
ações do Governo que favorecem o pequeno, o pobre… Queremos ser um
instrumento de parceria.”
Depois
dessa parceria com Ariovaldo e a Aliança Evangélica, não houve registro
desses líderes cobrando do governo do PT suas campanhas obsessivas em
prol do aborto e da agenda gay. Pelo contrário, a grande pressão contra
essas campanhas veio exatamente de Silas Malafaia, Marco Feliciano e
televangelistas neopentecostais, que são a grande preocupação de
Carvalho.
O que se viu foi Ariovaldo, juntamente com muitos desses líderes protestantes tradicionais, assinando um manifesto contra a nomeação de Feliciano
à presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Por coincidência, o manifesto protestante contra Feliciano estava
alinhado com os desejos de Carvalho, do governo do PT e de todas as
esquerdas brasileiras.
Se
tal parceria entre governo do PT e igrejas históricas significa
oposição esquerdista estridente a pastores contra o aborto e a agenda
gay, o manifesto de Ariovaldo foi um sucesso.
De acordo
com o tabloide sensacionalista Genizah, o encontro recente com Carvalho
ocorreu no seguimento da realização do evento da ANAJURE — onde o
palestrante de destaque, Thomas Schirrmacher, se destacou igualmente por ter sido palestrante na Conferência “Christ at the Checkpoint.” Schirrmacher alegou que a conferência é sobre “reconciliação” entre israelenses e palestinos, mas o próprio governo de Israel emitiu comunicado público dizendo que a Conferência “Christ at the Checkpoint” instiga ódio a Israel.
Com a maioria das igrejas evangélicas do Brasil sendo pentecostais e
neopentecostais, o que a ANAJURE espera unindo, como já faz Ariovaldo e
sua Aliança Evangélica, os protestantes tradicionais em “conversações”
com Carvalho?
As
igrejas históricas parecem não representar preocupação para Carvalho.
Em dezembro de 2013, o CONIC, que é o Conselho Nacional de Igrejas
Cristãs, publicou um manifesto pedindo a aprovação do PLC 122. Em março do mesmo ano, o CONIC repudiou publicamente a nomeação de Marco Feliciano
à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Fazem parte do
CONIC a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Igreja
Episcopal Anglicana do Brasil, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana
no Brasil e a Igreja Presbiteriana Unida — todas com alinhamento
esquerdista.
O grosso da oposição evangélica a Feliciano veio exatamente das igrejas protestantes históricas mais alinhadas com a esquerda.
A
reportagem do GospelPrime disse que a motivação dos pastores
tradicionais da reunião recente com Carvalho foi tratar sobre assuntos
como o Plano Nacional de Educação e ideologia de gênero. Mas os próprios
leitores do GospelPrime não se convenceram dessa motivação. Alguns
deles comentaram:
“O pastor que compareceu a essa reunião é na verdade pastor de bodes e não de ovelhas.”
“Pastores ouvindo pregação do PT. A que ponto chegamos! De influenciadores a influenciados!”
“Infelizmente, esses ‘líderes’ religiosos estão mais a fim de aparecerem na mídia do que representarem o verdadeiro Evangelho.”
Um ex-pastor luterano desabafou:
“Como
é que líderes que se dizem cristãos se dignam a conversar com uma corja
dessas? Esses caras não tem de ser ouvidos e nem seus discursos levados
em consideração. Não tem de haver conciliação com quem apóia ditadores
genocida como Nicolás Maduro ou Fidel Castro. Esses caras tem de ouvir a
dura lei, que os condena, até quando(e se) vierem a se arrepender, não
adianta querer negociar nada, seja educação ou o escambau, como a
matéria sugere. E ainda tem gente que me critica por eu ter abandonado
as denominações. Como posso permanecer em uma instituição que se presta a
um papel desses? A que esses líderes vão desejar submeter-se e a aos
membros também, depois de ouvir o ‘discurso conciliatório’ do PT?”
Em
que consistirá a nova parceria de Carvalho com as igrejas históricas? O
tempo dirá. Mas o que o passado já disse é que alguns deles, no embate
entre a esquerda e Feliciano, prefeririam se unir à oposição levantada pelo PT e outros socialistas.
Se
o PT precisar de ajuda contra os televangelistas que estão mantendo a
classe C fora do alcance da onipresente doutrinação socialista
pró-aborto e pró-sodomia do governo, não estranhe novos manifestos
“evangélicos” contra Malafaias, Felicianos e outros.
Se até a TV Globo, décadas atrás, precisou da parceria de um pastor presbiteriano para atacar os televangelistas, o que se dirá do PT? Afinal, parceria é para isso.
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