Coluna Esplanada
15 de março de 2014 às 10:42
Estão com os dias contados os misteriosos gastos
secretos, em especial os milionários dos cartões corporativos, pela
segurança presidencial.
O Congresso Nacional terá acesso a partir deste ano aos gastos
secretos dos órgãos de inteligência em relação às ações de
contrainteligência, monitoramento, defesa da soberania e proteção da
presidente da República.
Os gastos considerados mais polêmicos são os dos cartões
corporativos, nunca divulgados, porque o Gabinete de Segurança
Institucional (GSI) alega questões de segurança.
Mas a Resolução nº 2 de
2013, assinada em Novembro pelo presidente do Congresso, Renan
Calheiros, vai mudar o cenário. Ela regulamentou a Comissão de Controle
das Atividades de Inteligência (CCAI) – que será instalada – e terá
poder para requisitar os dados.
Está claro no Parágrafo VI do Artigo 11 da regulamentação da CCAI: o
poder de requisitar ‘descrição pormenorizada das verbas (..) e dos
gastos efetuados (..) nas atividades de inteligência’.
Há três anos, por exemplo, o site Contas Abertas revelou que os gastos da Abin com cartões corporativos saltaram de R$ 6,7 milhões em 2009 para R$ 11,2 milhões em 2011.
A Coluna revelou na última terça que começou uma batalha velada entre
os congressistas da CCAI e os militares do GSI, que controlam a Agência
Brasileira de Inteligência (Abin), pelo controle das informações. (Leia aqui)
Para a CCAI ser instalada, ainda falta a indicação de três deputados e
três senadores. A comissão mista, com 12 membros, terá reunião mensal
secreta, e poderá requisitar também relatórios sobre espionagens a
qualquer momento – além de, pela Resolução, ter direito a acesso
semestral aos dossiês.
Deste modo, os membros da CCAI serão os mais bem informados
parlamentares do País: saberão como é feito o trabalho de espionagem,
quem a Abin e GSI monitorou em prol da soberania nacional, quanto
custou, quem participou e , principalmente, quem ou quais foram os
alvos.
Decerto que, de posse das informações sigilosas, está também
previsto que qualquer vazamento resultará em perda de mandato e processo
criminal.
Procuradas no início da semana, o GSI e Abin informaram que não vão se pronunciar por ora, até a comissão se concretizar.
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