Artigo
no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por
Natalia Vilarouc
Vejo
que a maioria das pessoas associa a pobreza a virtudes tais como humildade e
perseverança. Levar uma vida difícil mesmo que isso não te leve a lugar algum é
visto como uma aura incandescente capaz de dar autoridade para bater no peito e
dizer "sou pobre com orgulho".
A prosperidade, no Brasil, é encarada com desconfiança e associada à torpeza de caráter. Se for rico provavelmente deve ter roubado ou sonegado tributos.
A prosperidade, no Brasil, é encarada com desconfiança e associada à torpeza de caráter. Se for rico provavelmente deve ter roubado ou sonegado tributos.
Mesmo
que a criatura seja um homem desorganizado com suas próprias finanças,
frequentador assíduo do bar, violento com esposa e filhos, sua imagem de “trabalhador"
que ganha mais ou menos o salário-mínimo já é o suficiente para fazer florescer
nas mentes intelectuais verdadeiras odes a essa criatura nada espirituosa.
E
é claro que todas as outras circunstâncias são responsáveis pelos infortúnios
da vida dele, menos suas ações diárias...
O
rico é o malvado. Sempre. E haja impropérios para caracterizar seus atos. Todas
suas escolhas pessoais diárias, tais como usar racionalmente seu dinheiro,
trabalhar incansavelmente e visão de futuro na boca dos outros se transformam
nas palavras de avareza, neurose e oportunismo.
E
olhem que situação escabrosa: se o pobre ganhar algo (licitamente ou não) sem
que seja fruto do seu trabalho, isto é válido. Porque ele é pobre e precisa.
Mas se alguém com mais posses tentar proteger o que foi fruto de seu suor não
passa de um sonegador de impostos, o mais vil dos devedores, egoísta miserável
que não vê que sua riqueza tem que ser distribuída.
Não
preciso ir muito longe para demonstrar que riqueza na mão de quem não produziu
vai fácil. Vejam em quanto tempo dura a farra de alguém que acertou na loto. A
pobreza não gera virtudes.
O
que se dirá, entretanto, do espírito que busca a riqueza? Este alguém terá que
ter força, perseverança, fé. Terá muitas vezes que renunciar ao imediatismo, a
coragem será fundamental, a visão ampla também, sem falar na habilidade no
trato com as pessoas.
Em
suma: o espírito que busca a prosperidade é virtuoso.
Natalia
Vilarouc é Graduanda de Direito da Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e
Especialista do Instituto Liberal.
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