terça-feira, 24 de junho de 2014

O avesso da Copa – Não há nenhuma contradição entre o evento e a baixa criação de empregos


Os idiotas e o subjornalismo dos áulicos — aqueles que jamais irão parar na lista negra do PT, claro! — criaram mistificações às pencas sobre a criação de empregos por causa da Copa do Mundo. O mês de maio, como vocês viram (ler post anterior) foi o pior nessa área em 22 anos. Não deveria ter havido uma explosão de empregos, às vésperas da Copa do Mundo?


Se a economia fosse outra, sim. Com os juros já na estratosfera, inflação em alta e indústria na pindaíba, não existe Copa que faça milagre. Onze dos 12 setores industriais mais desempregaram do que empregaram — a única exceção foi o químico, que nada tem a ver com a competição. O setor mais virtuoso da economia, para não variar, foi o agronegócio, que é também o mais perseguido: gerou 44.105 vagas.


Mas a Copa não cria empregos? Cria alguns nas cidades-sede, mas o Brasil é um pouco maior do que as 12 capitais que abrigam os jogos. Ora, ora… Vamos pegar o caso de São Paulo, que sempre tem um peso importante nas estatísticas. 


Não tenho as contas, mas creio que a demanda maior pela Copa não chega a compensar a desaceleração brutal que houve no chamado “turismo de negócios”, que parou — e isso tem a ver com a estagnação da economia brasileira, que, numa perspectiva ainda otimista, pode crescer neste ano em torno de 1,5%. Isso quer dizer o óbvio: a Copa do Mundo não tornou o governo Dilma mais competente ou ofereceu respostas para o que resposta não tinha.

Este mês de junho e o seguinte devem apresentar uma melhora na geração de empregos, sobretudo por causa da contratação de mão de obra temporária no setor de turismo. A questão é saber o que vai acontecer depois. E, depois, não vai acontecer nada…

Por Reinaldo Azevedo

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