Um ano após a onda de manifestações, a maioria das promessas feitas pelo governo federal e pelo Congresso para atender as "vozes das ruas" não saiu do papel.
Dos cinco "pactos" apresentados pela presidente Dilma Rousseff, apenas o da área da saúde foi colocado efetivamente em prática.
Na época, o governo prometeu reforma política, adoção de medidas de responsabilidade fiscal, e ações para fortalecer a saúde, a educação e a mobilidade urbana.
O governo viabilizou o "Mais Médicos", mas não avançou em mudanças no sistema político.
Anunciado pela presidente, o plebiscito sobre temas como financiamento público de campanha e mudanças nas eleições sequer foi discutido no Congresso.
Na educação, o Planalto conseguiu aprovar a destinação de parte dos royalties do petróleo para o setor, mas só haverá impacto em 2020.
O Congresso também paralisou a análise de temas como o projeto do "passe livre". Na Câmara a análise de outros projetos, como o que torna corrupção crime hediondo, está paralisada.
SÃO PAULO
Algumas ações anunciadas em São Paulo no ano passado também não andaram.
O prefeito Fernando Haddad (PT) cancelou a licitação do transporte —negócio de R$ 46 bilhões em 15 anos. No entanto, uma auditoria só deve ser concluída no mês que vem, e os contratos serão renovados como estão atualmente, pois não haverá tempo para abrir e concluir uma licitação antes do relatório.
Mas Haddad superou metas no transporte. Inicialmente ele havia prometido entregar 150 km de faixas de ônibus. Já entregou 335 km e quer chegar a 500 km.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB), por sua vez, depois dos protestos determinou a aceleração de projetos e obras de mobilidade.
Apesar da ordem, apenas uma estação de metrô foi aberta (Adolfo Pinheiro, da linha 5-lilás, na zona sul).
As outras linhas da rede que estão em fase de projeto ou construção acumulam atrasos.
Editoria de Arte/Folhapress | |||||||||||
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