Magistrado aplicou multa de R$ 16 mil ao estabelecimento.
Proprietários entraram com embargo da declaração.
O restaurante Stella Maris Grill, localizado no bairro da Jatiúca, em Maceió,
foi condenado por discriminação a um casal homossexual. O juiz Celyrio
Adamastor Tenório Accioly aplicou uma multa no valor de R$ 16 mil ao
estabelecimento por danos morais em decisão deferida no último mês de
maio.
O juiz afirma que o estabelecimento entrou com um embargo da decisão e contestou o valor da multa aplicada. "Eles alegam que o valor é exorbitante. Mas o proprietário irá apresentar os argumentos e eu vou definir se reduzo ou não o valor, no entanto o ato discriminatório já foi condenado", explica o juiz.
A reportagem do G1 entou em contato com o restaurante e também com o advogado dos proprietários. A defesa disse que estava em uma audiência e não poderia falar. Na churrascaria, a proprietária informou que só o marido, que não estava no momento, ''estava por dentro do assunto''.
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O casal entrou com a ação após ser barrado na churrascaria que se
recusou a aceitar que os dois participassem de uma promoção exclusiva
para casais. À época, em agosto de 2013, a prática do restaurante
repercutiu nas redes sociais e gerou muita polêmica.O juiz afirma que o estabelecimento entrou com um embargo da decisão e contestou o valor da multa aplicada. "Eles alegam que o valor é exorbitante. Mas o proprietário irá apresentar os argumentos e eu vou definir se reduzo ou não o valor, no entanto o ato discriminatório já foi condenado", explica o juiz.
A reportagem do G1 entou em contato com o restaurante e também com o advogado dos proprietários. A defesa disse que estava em uma audiência e não poderia falar. Na churrascaria, a proprietária informou que só o marido, que não estava no momento, ''estava por dentro do assunto''.
Bolsonaro avisa que nem gays, nem negros vão atrapalhar
Alexandra Martins / Agência Câmara
O deputado Jair Bolsonaro criticou o CNJ por aprovar uma decisão que autoriza o casamento gay
O deputado federal Jair
Bolsonaro (PP-RJ), envolvido em várias polêmicas ao se posicionar contra
as lutas de movimentos sociais na Câmara dos Deputados, quer ser o novo
presidente da CDH (Comissão dos Direitos Humanos). Ele quer substituir o
também polêmico deputado Marco Feliciano (PSC-SP), que assumiu a
comissão em março de 2013.
Ele acredita que assumir o
colegiado é uma boa forma de ter “visibilidade” em um ano de eleições, e
não teme a pressão de grupos que se sentem discriminados por ele.
Para Bolsonaro, “quanto mais
se fala em direitos humanos, mais a violência cresce em nosso País” e,
por isso, ele vai abrir espaço para debates que defendem os “seres
humanos”.
Em entrevista ao R7,
Bolsonaro disse ser a favor da pena de morte, levantou a bandeira pela
redução da maioridade penal e pela revogação do Estatuto do
Desarmamento.
Sobre o movimento negro,
Bolsonaro foi categórico: “não quero saber a cor de pele de ninguém”. E a
opinião do deputado sobre o movimento homossexual também não mudou —
continuam sendo “o que há de pior na sociedade”.
Confira entrevista abaixo:
R7: Como estão as negociações? O senhor está otimista, acha que vai conseguir presidir Comissão de Direitos Humanos?
Jair Bolsonaro: O nosso
partido [PP] tem direito a duas comissões. Tem 90% de chance de uma
delas ser a de Direitos Humanos. O líder do partido fechou comigo. Não
sou eu falando com meia dúzia de deputados, o líder fechou. Até porque,
ele sabe que essa comissão dá visibilidade, é importante, estamos em um
ano de eleições. O partido teria como aparecer bastante em algumas
propostas que eu levaria. O pessoal concorda comigo. Além disso, eu
estou no sexto mandato, está na hora de eu assumir alguma coisa.
R7: E os acordos com os partidos? Não vai ter resistência do PT para abrir mão da CDH?
Bolsonaro: Vai. Mas, de
qualquer maneira, o PT já está se desgastando porque, para pegar a
comissão de Direitos Humanos, ele vai ter que abrir mão de uma comissão
importante. E a CDH é uma comissão que ninguém quer. Ela ganhou
visibilidade com o Marco Feliciano (PSC-SP). Antes, ela sobrava, caia no
colo dos partidos, porque sempre tratou de coisas que a grande maioria
da população é contra.
R7: O senhor tem algum
projeto em mente, diante de toda a polêmica do ano passado, quando o
deputado Marco Feliciano assumiu a presidência da CDH?
Bolsonaro: É porque tinha o
ativismo gay que imperava ali. Por exemplo, em 2010, o Chico Alencar
(PSOL-RJ) patrocinou uma emenda de R$ 11 milhões para causa LGBT
[Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais].
R7: E o senhor não concorda com isso?
Bolsonaro: Não! Lógico que não! Com tantas coisas mais importantes para você destinar esse recurso?
R7: O senhor não teme uma reação, como foi com o Marco Feliciano no ano passado?
Bolsonaro: Os homossexuais
vão se fazer presentes. Eu vi agora na internet que a juventude
socialista vai fazer uma manifestação. Mas não é só isso. Já foi em
frente na comissão um seminário LGBT infantil. Isso é uma excrecência.
Esses facínoras, que eu prefiro chamar de marginais, que integravam a
comissão naquela época, deram apoio a um seminário onde você discute se
um menino de 11 anos de idade já é menino ou pode ser menina ainda. E
você tem que dar direito e deixar ele desabrochar sua sexualidade. Isso é
uma covardia. E, em cima disso, vem o material didático. Tudo que, no
meu entender, serve para estimular o homossexualismo.
R7: O senhor está
preparado para enfrentar as manifestações contrárias? No ano passado, o
início do ano legislativo foi conturbado e os protestos impediam
inclusive o trabalho da comissão. Como o senhor pretende agir?
Bolsonaro: Isso aí eu tiro de
letra. Não são esses ativistas gays e de movimentos negros que vão me
atrapalhar. Esse ativismo negro é porque eles têm recurso, porque eles
estão bancados em cima de ONGs [Organizações Não-Governamentais], em
cima de recursos orçamentários para fazer gritaria ali.
R7: E como o senhor se posiciona em relação aos projetos voltados para os negros, como as ações afirmativas?
Bolsonaro: A grande maioria
dos negros são contra as cotas, por exemplo. Eu costumo dizer que
naquela comissão, caso eu seja eleito, vou tirar de letra a causa negra
porque enquanto eu for presidente eu faço questão de dizer que sou
daltônico. Todos nós somos iguais. Não quero saber a cor de pele de
ninguém. Todos somos iguais, cumprindo a Constituição Federal.
R7: E o senhor não teme as pressões?
Bolsonaro: Você está de
brincadeira comigo! Eu estou acostumado a enfrentar a pressão de homem e
não de moleque de manifestação que vai fazer bagunça na Comissão de
Direitos Humanos. Isso aí, pra mim, dá até mais força.
R7: Então, que tipo de proposta o senhor vai defender, se assumir a presidência da CDH?
Bolsonaro: É uma comissão que
sempre esteve a serviço do que há de pior na sociedade, que é o
vagabundo presidiário, que está cheio de direitos, é o drogado, é o
homossexual. Eu não vou apoiar nenhuma política para quem está à margem
da lei. Eu quero ouvir, em debate, familiares de vítimas da violência.
Eu pretendo colaborar para reverberar a necessidade de reduzirmos a
maioridade penal. Também defendo uma política de planejamento familiar,
ao contrário do que o governo prega com a paternidade irresponsável,
estimulando as pessoas sem cultura a terem mais filhos. Eu sei que não é
atribuição minha, mas eu quero ajudar a reverberar a possibilidade de
revogar o Estatuto do Desarmamento. O governo do PT desarmou o cidadão
de bem e a vagabundagem está toda armada por aí.
R7: E quais outras bandeiras o senhor levanta?
Bolsonaro: Eu sei que é
cláusula pétrea da Constituição, mas, se depender de mim, eu vou dar
espaço para gente que vai defender a pena de morte na comissão. Direitos
Humanos para seres humanos. Quem não é ser humano, cadeia.
E, se for o
caso, a morte. Além disso, o trabalho forçado para o presidiário, o fim
do auxílio-reclusão, que é uma excrecência. O marginal mata, estupra,
vai preso e a família dele tem amparo. A família do estuprado, da
vítima, não tem amparo nenhum. Não tem cabimento. Quanto mais se fala em
direitos humanos, mas a violência cresce em nosso País.
Fonte: R7.com
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