segunda-feira, 16 de junho de 2014

A abertura da Copa foi muito cara ou foi o cachê do árbitro Brasil x Croácia?





A abertura da Copa do Mundo foi mais cara que “Tropa de Elite 2”.       

                        
Onde o dinheiro foi parar?


Segundo o “Estado de S. Paulo”, a abertura da Copa do Mundo no Brasil custou R$ 18 milhões.  

     
E a grana teria saído não dos cofres da FIFA, mas do governo. Por consequência, do nosso bolso.  

Ou seja, pagamos para Claudia Leitte dublar (e mal!) uma canção que anima brasileiro em outlet de Miami ao lado de um americano descendente de cubano e uma americana descendente de porto-riquenhos. 


Dois artistas mequetrefes que trataram a cerimônia desta quinta-feira (12) como mais um produto no contrato. 

J. Lo até foi uma promessa de atriz um certo dia (vocês viram “Reviravolta” ou “Irresistível Paixão”?), mas hoje vive de musiquinhas sem graça e só veio ao Brasil porque surgiu uma brecha na divulgação de seu disco – dois dias atrás, ela estava dançando no programa de Jimmy Fallon. 

Pittbull já confessou para mim que não liga de ser “ladrão” de músicas. No fim, nem dublar direito o trio fez. Valeu o cachê?

Não sei responder. Afinal, conseguimos perpetuar a ideia de que falamos espanhol. Mas, no fim, gastamos R$ 18 milhões para:


 - 1 Bola de LED com tecnologia que encontramos em qualquer esquina de Nova York.


- Dançarinos coreografados pela belga Daphné Cornez com figurinos que pareciam ter saído dos ensaios cortados para “O Senhor dos Anéis” 


– tivemos até Ents no palco do Itaquerão.

- O momento mais esperado, o exoesqueleto criado pelo brasileiro Miguel Nicolelis, que fez um tetraplégico dar um chute na bola foi, veja bem, cortado da transmissão oficial, sobrando um segundo com a experiência.


- Três dubladores, dois deles estrangeiros. Se fosse assim, porque não chamar a banda Detroit, que animava festa de 15 anos em Natal, quando eu tinha 15 anos?


- Um bocado de espaço vazio na lona que cobria o gramado. Parecia abertura do campeonato de várzea de Parnamirim e não a abertura do maior evento do planeta.


De acordo com Juca Kfouri, boa parte da Europa não viu (ufa) a abertura, porque as conexões de fibra ótica não aguentaram a demanda –nossa, algo que brasileiro nunca viu, né? Internet cair? Só na África do Sul.

Não estamos falando de qualquer quantia. Com R$ 18 milhões, o Brasil fez o longa mais caro – e bem sucedido– de sua história, “Tropa de Elite 2”, que, sendo justo, custou um milhão de realetas a menos. 


Nenhum filme nacional consegue chegar perto do orçamento dessa abertura pífia de Copa do Mundo, nem mesmo os extravagantes “Serra Pelada” (R$ 10 milhões) ou “O Tempo e o Vento” (R$ 13 milhões). 

Para se ter uma ideia, “Amazônia – Planeta Verde”, uma coprodução Brasil-França que colocou uma equipe de profissionais por quase dois anos na Amazônia e ainda transformou as imagens em 3D, custou R$ 22 milhões, divididos entre os dois países.

Até o mundo do cinema americano fez aventuras maravilhosas por US$ 7 mil (“El Mariachi”, de Robert Rodriguez) e US$ 500 mil (“Monstros”, de Gareth Edwards). 


Caramba, um dos maiores clássicos do cinema moderno, “Pulp Fiction”, de Quentin Tarantino, custou US$ 8,5 milhões, o que daria somente R$ 900 mil além do que gastamos nesta abertura –seu filme de estreia, “Cães de Aluguel”, foi feito por US$ 1,2 milhões.

Nada contra um belo show. Mas se era para gastar essa dinheirama, pelo menos fizessem algo decente, com cara do país, emocionante e não coxinha como a roupa do Pitbull.

Ou o cachê do árbitro foi muito caro?  


BLOG PRONTIDÃO
 

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