quinta-feira, 17 de julho de 2014

A grande charada desta geração é a seguinte: “A única saída para o problema brasileiro é a educação; mas enquanto a educação no Brasil continuar sendo o que o PT fez dela, quanto mais gente pusermos nas escolas maior ficará o problema“.

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A grande charada desta geração é a seguinte:


A única saída para o problema brasileiro é a educação; mas enquanto a educação no Brasil continuar sendo o que o PT fez dela, quanto mais gente pusermos nas escolas maior ficará o problema“.



A própria Dilma, que jamais vai admití-lo nem sob tortura, é a primeira a saber disso. Tanto que sua única e maior iniciativa no campo educacional foi criar o maior programa de bolsas para brasileiros estudarem fora do Brasil que já houve na história deste país.


Dona Dilma, como filha de professores que é, alem de petista e revolucionária, sabe melhor que ninguém que aparelhar gramscianamente o sistema educacional de um país e perverte-lo numa máquina de conversão de verdades em mentiras, “sins” em “nãos” e vice-versa até o ponto em que esse circuito subversivo se implante tão solidamente na mente das vítimas que passe a se reproduzir sozinho, é o caminho mais barato e seguro para solapar o poder constituído e tomá-lo quando cair de podre no chão.


É o que previa o italiano Antonio Gramsci, idealizador dessa técnica de conquista da “hegemonia cultural” em uma sociedade que nunca chegou a se implantar tão profunda e amplamente quanto no Brasil, onde o PT, pouco menos de 70 anos depois de sua morte, provou que ele tinha toda a razão.
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Não é preciso demonstração mais conclusiva da amplitude dessa contaminação, aliás, que o fenômeno a que nós estamos acostumados mas que assombra todo mundo que, vindo de fora, chega a falar português suficiente para entender o que se discute por aqui em matéria de política, especialmente nas nossas universidades: o discurso politico brasileiro está tão solidamente ancorado no jargão e nos conceitos que, no resto do mundo, começaram a morrer nos anos 50 do ultimo século do milênio passado, que nos transformou numa espécie de parque jurássico de ideias extintas, só identificáveis, fora de Cuba e da Coréia do Norte, por um punhado de eruditos bolivarianos posto que não deixaram traço nas sociedades politicamente vivas do Terceiro Milênio.



O fato de todos os 30 partidos políticos brasileiros se dizerem orgulhosamente “socialistas” e serem votados por isso num mundo pautado pelo Vale do Silício apesar desses partidos estarem recheados de conhecidos meliantes com extensas fichas na polícia e notórios analfabetos funcionais que repetem mecanicamente o que dizem diante das câmeras dos programas eleitorais com olhares envesgados para os teleprompters sem ter rigorosamente nenhuma noção do real significado do que estão dizendo e ninguém sequer estranhar que assim seja é a prova material de que chegamos de fato, nesta nossa ilha cercada de língua portuguesa por todos os lados, àquele estágio de reprodução automática de uma lógica invertida que passa despercebida como tal a quem a professa com que sonhou o conspirador italiano morto em 1937, ainda que em plena época da comunicação total e do Google.



O problema dessas técnicas de solapamento do poder constituído pela destruição do conhecimento é que é só isso que elas são: sistemas “neutros” de demolição que, uma vez postos em pé, ganham vida própria e seguem destruindo conhecimento depois que o novo poder que a ele recorreu se estabelece e seu problema passa a ser o do anterior, qual seja, como continuar desenvolvendo o país num ambiente onde as escolas dos competidores continuam produzindo e as nossas continuam destruindo conhecimento.


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Sendo a aquisição de conhecimento o instrumento por excelência de mobilidade social dentro das meritocracias, a primeira providência de quem quer aparelhar gramscianamente um sistema nacional de educação é esvaziá-lo de quem detenha conhecimento real ou queira pô-lo adiante da nova função estratégica da escola aparelhada que é destruir o conhecimento existente.



Assim, é das escolas e universidades que primeiro é banido o sistema de mérito na seleção de “quadros”, substituido pela fidelidade do candidato ao programa de aparelhamento ideológico. Os professores selecionados por esse critério passam, então, a não admitir que se meça o resultado do seu trabalho pela qualidade do conhecimento que detêm e são capazes de transmitir, do que decorre obrigatoriamente que não se permita mais medir também o desempenho dos alunos nesse campo.


Para instalar tão notória agressão ao espírito universitário, sinônimo de liberdade de pesquisa, justamente dentro dos templos erguidos para cultuá-lo, é necessário criar “erzats” de sovietes capazes de impo-la pela força. É o que por aqui se batiza de “autonomia universitária”, onde os destruidores de conhecimento elegem-se uns aos outros por um sistema de seleção negativa e os alunos passam de ano por “tempo de serviço” e ganham, também o poder de expulsar pelo voto de maioria qualquer sombra de qualidade que venha a ameaçar a hegemonia da negação do conhecimento no seu “território autônomo“.


E aí? Como é que se sai disso?
Não sei o que Dilma diz a esse respeito. Mas pelo que ela faz, ela acredita que não tem saída. Para o momento recorre às escolas do exterior porque das daqui sabe que não pode esperar nada.


Concordo com ela. O Brasil só se vai dar conta do que lhe ocorreu, quando um número maior de brasileiros que os que hoje não falam aprender a falar inglês suficiente para ver, pela janela da internet, a que distância isso nos pôs do mundo que ruge lá fora. Até lá será remar contra a corrente.
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