quinta-feira, 17 de julho de 2014

Maioria dos passageiros do voo MH17 era holandesa, diz empresa


17/07/2014 18h10 - Atualizado em 17/07/2014 18h46


Informe parcial de passageiros diz que pelo menos 154 eram da Holanda.
Ainda falta identificar a nacionalidade de 47 pessoas, diz Malaysia Airlines.

Do G1, em São Paulo
Parentes de passageiros da Malaysia Airlines entram em um ônibus no aeroporto de Schiphol em Amsterdã (Foto: Olaf Kraak/AFP)Parentes de passageiros da Malaysia Airlines entram em um ônibus no aeroporto de Schiphol em Amsterdã
NOVO MAPA QUEDA DE AVIÃO UCRÂNIA (Foto: Arte/G1)
O vice-presidente da Malaysia Airlines, Huib Gorter, afirmou, na noite desta quinta-feira (17), que, segundo o presidente do aeroporto de Amsterdã, a maioria dos passageiros a bordo do avião da companhia aérea que caiu no leste da Ucrânia nesta quinta tinha cidadania holandesa. 

Segundo ele, o menos 154 holandeses, 27 australianos, 23 malaios, 11 indonésios, 6 britânicos, 4 alemães, 4 belgas, 3 filipinos e 1 canadense estavam a bordo do avião.

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Ainda não se sabe a nacionalidade de outros 47 passageiros. Todos os 15 tripulantes de voo eram malaios. No total, o Boeing 777 da empresa malaia levava 295 pessoas no voo que saiu de Amsterdã, na Holanda, para Kuala Lumpur, na Malásia.

A agência russa Interfax afirmou que o avião teria sido derrubado quando estava a 10 mil metros de altitude.

A Organização Europeia para a Segurança da Navegação Aérea (Eurocontrol), que controla o espaço aéreo europeu, fechou nesta quinta-feira o espaço aéreo do leste da Ucrânia depois depois da queda. A região que atualmente passa por um conflito entre o governo ucraniano e separatistas pró-Rússia.
A aeronave voava normalmente, sem registro de problemas, até desaparecer do radar, segundo Dmytro Babeychuk, chefe do órgão regulador do espaço aéreo ucraniano. 

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) também informou que o avião voava em um espaço aéreo aberto e livre de restrições.

A Malaysia Airlines informou que perdeu contato com o voo MH17 às 14h15 GMT (11h15 de Brasília) a cerca de 50 km da fronteira entre Ucrânia e Rússia. O avião havia decolado de Amsterdã, na Holanda, às 12h15 locais e deveria chegar a Kuala Lumpur, na Malásia, às 6h10 desta sexta-feira (18), também no horário local.

O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que aparentemente a queda do avião da Malaysia Airlines “não foi um acidente” e que ele foi derrubado. A rede CNN informou, na noite de quinta, que ouviu de um alto funcionário americano que os EUA concluíram que o avião foi derrubado.

Um sistema de radar identificou, segundo esta fonte, um sistema de míssil terra-ar ser ativado e detectar uma aeronave logo antes de este avião cair. Um segundo sistema viu um sinal de calor no momento em que o avião teria sido atingido. Os EUA, ainda segundo a CNN, estão tentando determinar de onde veio o ataque.

Ucranianos prestam homenagem às vítimas do acidente deixando flores e velas em frente à embaixada da Holanda em Kiev. (Foto: AFP Photo/Sergei Supinsky)Ucranianos prestam homenagem às vítimas do acidente deixando flores e velas em frente à embaixada da Holanda em Kiev.
Pessoas acendem velas e deixam flores em frente da Embaixada dos Países Baixos em Kiev em homenagem aos mortos na queda do aviãi (Foto: Sergei Supinsky/AFP)Pessoas acendem velas e deixam flores em frente à Embaixada dos Países Baixos em Kiev

Empresas decidiram evitar região
A Ucrânia faz parte de diversas rotas de companhias de aviação civil entre a Europa e a Ásia. Após o acidente, todas as principais empresas anunciaram que passarão a evitar essa aerovia no leste ucraniano, como são chamados os caminhos do espaço aéreo dos países pelos quais passam os aviões.


Desde a queda do MH17, as empresas Lufthansa (da Alemanha), Air France (França), Turkish Airlines (Turquia), Aeroflot e Transaero (Rússia), Virgin (Estados Unidos), Alitalia (Itália) e KLM (Holanda) estavam entre as companhias que anunciaram mudanças em suas rotas.

As principais entidades de aviação internacionais emitiram, em abril deste ano, informes nos quais recomendaram "fortemente" que o espaço aéreo no leste da Ucrânia fosse evitado. 


Em um boletim datado de 3 de abril, a Agência Europeia de Segurança na Aviação (Easa, na sigla em inglês) disse que era preciso considerar medidas para evitar o espaço aéreo sobre Simferopol, capital da República Autônoma da Crimeia, no sul da Ucrânia.

A Administração Federal de Aviação dos EUA também havia alertado as companhias americanas a evitarem a área desde 4 de abril.

Mesmo com o alerta sobre o conflito no leste da Ucrânia, são as companhias aéreas que escolhem as rotas de seus voos, segundo George William César de Araripe Sucupira, presidente da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (Appa). "[As organizações internacionais não proíbem, apenas advertem, mas a companhia que decide", explicou ele em entrevista ao G1.

"Na aviação atual, por conta da emissão de poluentes e economia de combustível, existe um esforço muito grande de respeitar a perícia matemática, e a distância mais curta é a linha reta. Se procura fazer o voo em linha o mais reta possível, desde que seja permitido."

Troca de acusações
A queda do avião ocorreu em uma área na Ucrânia atualmente controlada por rebeldes separatistas pró-Rússia. Nas últimas semanas, aviões militares foram derrubados no leste ucraniano, perto da fronteira russa, onde as forças do governo têm enfrentado separatistas.

Separatistas pró-Rússia disseram ter encontrado a caixa preta do avião, segundo a agência Interfax. De acordo com a agência RIA, eles estariam dispostos a um cessar-fogo de três dias para que os trabalhos de resgate possam ser realizados.

O chefe dos serviços de emergência da Ucrânia disse que os trabalhos de resgate estão sendo impedidos por "terroristas armados".

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, disse que a queda do avião foi um "ataque terrorista". "Eu acabei de conversar com o primeiro-ministro da Holanda e expressei minhas condolências. Em nome da Ucrânia, eu convidei profissionais e especialistas da Holanda para investigar esse ataque terrorista de forma transparente. Quero enfatizar que não chamamos isso de acidente ou catástrofe. É um ataque terrorista."

 

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