quinta-feira, 17 de julho de 2014

'Prévia do PIB' tem retração de 0,18% em maio, pior resultado deste ano





Também foi o primeiro recuo do indicador desde fevereiro de 2014.
Em doze meses até maio, houve uma alta de 1,95% no IBC-Br.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília
VARIAÇÃO MENSAL DO IBC-Br
Em %
-1,371,14-0,090,040,05-0,18dez/13jan/14fev/14mar/14abr/14mai/14-1,5-1-0,500,511,5
Fonte: IBGE
 
O nível de atividade da economia brasileira registrou a maior retração mensal deste ano em maio, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (17) pelo Banco Central.

O Índice de Atividade Econômica do BC, o IBC-Br – um indicador criado para tentar antecipar o resultado do Produto Interno Bruno (PIB) – registrou retração de 0,18% em maio. Neste caso, a comparação não considera as variações conforme a época do ano (ou seja, não tem ajuste sazonal).

É a primeira queda do indicador desde fevereiro (-0,09%) e a maior retração desde dezembro do ano passado, quando houve um "encolhimento" de 1,37%, de acordo com números divulgados pelo BC.

Na parcial dos cinco primeiros meses de 2014, segundo o BC, foi registrada uma alta de 0,58%. Neste caso, a comparação foi feita sem ajuste sazonal. Já no acumulado de 12 meses até maio, a prévia do PIB registrou alta 1,95%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia. O cálculo oficial desse dado é feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostrou, no primeiro trimestre, uma expansão de 0,2% na economia.

O mercado financeiro prevê um crescimento de 1,05% para todo este ano, segundo pesquisa realizada pelo BC na semana passada – valor que está abaixo do estimado pelo governo federal no orçamento deste ano (+2,5%) e também pelo Banco Central (+1,6%).

Resultados do IBC-Br x PIB
O IBC-Br foi criado para tentar ser uma "prévia" do PIB. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos. Os últimos resultados do IBC-Br, porém, não têm mostrado proximidade com os dados oficiais do PIB, divulgados pelo IBGE.


Em 2012, por exemplo, o IBC-Br mostrou um crescimento de 1,6%. Posteriormente, o resultado oficial do PIB mostrou uma alta menor, de 1%. O mesmo aconteceu no primeiro, no segundo e no terceiro trimestres de 2013. Entre julho e setembro do ano passado, o indicador teve retração de 0,21%, mas o PIB caiu mais (0,5%), e também no primeiro trimestre deste ano, quando o IBC-Br avançou 0,29% e o PIB avançou 0,2%.

O Banco Central já avaliou, em 2013, que o IBC-Br não seria uma medida do PIB, mesmo que tenha sido criado para tentar antecipar o resultado, mas apenas "um indicador útil" para o BC e para o setor privado. "Se o IBC-Br acertasse na mosca é que seria surpreendente", afirmou o diretor de Política Econômica da entidade, Carlos Hamilton, no fim de 2012.

IBC-Br
Antes divulgado por estados e por regiões, desde o início do ano passado o indicador passou a ser calculado com abrangência nacional.


"A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores da economia acrescida dos impostos sobre produtos, que são estimados a partir da evolução da oferta total (produção mais importações)", explicou o Banco Central.

Definição dos juros

 
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros (Selic) do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária (aumento de preços). 



Nesta quarta-feira (16), os juros básicos foram mantidos em 11% ao ano e a perspectiva do mercado financeiro é que permaneçam neste patamar até o fim do ano, porque mais elevações prejudicariam os investimentos e o crescimento da economia.


Pelo sistema de metas de inflação que vigora no Brasil, o BC precisa calibrar os juros para atingir as metas preestabelecidas. Com taxas maiores, a instituição busca reduzir o crédito disponível e, assim, o dinheiro em circulação. Dessa forma, é possível diminuir a quantidade de pessoas e empresas dispostas a consumir bens e serviços, e os preços tendem a cair ou parar de subir.


Para 2014 e 2015, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Desse modo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.

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