Quando
não é o MTST — que sempre foi uma franja do PT — a infernizar a sua
vida, caro morador de São Paulo, é o PSTU; quando não é o PSTU, é algum
outro partideco qualquer que aparelha algum sindicato e se concede a
licença de ser dono de seu direito de ir e de vir.
O Sindicato dos
Metroviários de São Paulo, comandado por Altino de Melo Prazeres Júnior,
que é militante do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (o
nome já é uma piada), conhecido por PSTU, decidiu decretar uma greve
para esta quinta-feira. Liminar obtida pelo governo obriga a categoria a
manter 100% dos serviços no horário de pico — entre 6h e 9h e 16h e 19h
— e 70% nos demais.
O presidente do sindicato, no entanto, não está
preocupado com prazeres alheios. Já deixou claro que não pretende seguir
a determinação legal. A multa diária em caso de descumprimento é de R$
100 mil.
Por que a
greve? Vamos aos números. Desde o último reajuste concedido à categoria,
no ano passado, a inflação acumulada foi de 5,8%. A reivindicação
inicial dos bravos, no entanto, era de mais de 30%.
Aí baixaram para
16,5%. Note-se: o Metrô se propunha, desde sempre, a conceder um
reajuste de 7,8%, superior à inflação, a exemplo do que acorreu em 2012,
quando houve uma correção de salários de 8% para um INPC de 7,2%. No
processo de negociação neste 2014, a empresa pública melhorou a
proposta: 8,7%.
Nada!
Altino cismou que o reajuste tem de ser superior a dois dígitos. O
Metrô, de algum modo, cedeu: ofereceu benefícios indiretos
suplementares, como vale-refeição, que elevariam os ganhos entre 10,6% e
13,3%. Não foi o bastante. Afinal, desde sempre, o objetivo era mesmo a
greve. Se ela acontecer, quem será prejudicado? O governo do Estado?
A
direção do Metrô? Não! Os únicos punidos são os usuários. E não adianta
vir com demagogia barata. Quem tem horário e obrigações a cumprir conta
com um metrô funcionando.
E paga estupidamente caro por isso — não me
refiro ao preço da passagem (isso é besteira); falo dos impostos que
todos pagamos para que os serviços públicos funcionem.
Eis-nos aí reféns de mais uma categoria que, na prática, se mobiliza contra os pobres.
Professores de SP
Os professores da rede municipal de ensino
de São Paulo que estavam em greve havia 42 dias decidiram voltar ao
trabalho. A Prefeitura cedeu e decidiu incorporar aos salários, em três
etapas, o bônus de 15,38%. A primeira parte, de 5,54%, será incorporada
em maio do ano que vem.
No ano seguinte, viriam as outras duas: 3,74% em
maio e 5,39% em novembro. Já não era sem tempo! Como sempre acontece
quando professores pararam, os alunos é que pagam o pato. Cada
estabelecimento de ensino decidirá a forma da reposição — que, vamos ser
claros, não acontecerá de verdade.
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