Xiii,
há petistas tremendo nas bases. A Corte de Apelações de Bolonha, na
Itália, adiou para o dia 28 de outubro a decisão sobre o pedido de
extradição do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique
Pizzolato, condenado no julgamento do mensalão.
Depois de três horas e
meia de audiência, decidiu-se postergar a palavra final. Vamos lá: a
Itália não extradita os seus cidadãos, e o tratado com o Brasil, que
está em vigência, não prevê que um país envie ao outro seus naturais,
ainda que tenham cometido crime no país alheio.
Mas
Pizzolato é um natural italiano? Não! Ele é um “italiano” muito entre
aspas, nascido em Concórdia, em Santa Catarina. Em razão de sua
ascendência, conseguiu a dupla cidadania. Acontece que, do ponto de
vista legal, é tão brasileiro como italiano, tendo cometido um crime
grave no Brasil, que nada tem a ver com política. Trata-se de delito
comum.
O
argumento que mais tem pesado contra ele na Itália é que a dupla
cidadania, se tiver alguma utilidade na esfera criminal, tem de servir
para proteger a pessoa de uma perseguição política, não para livrar a
cara de um criminoso. Assim, embora a lei italiana não preveja a
extradição de seus cidadãos, considera-se que o caso Pizzolato é
especial. Existe, sim, a possibilidade de ele ser extraditado.
E é por
isso que existem petistas nervosos. Em certas áreas do partido, ele não é
bem-visto. Consideram-no mole demais, de têmpera diferente da de um
Delúbio Soares, por exemplo. Sua fuga não foi bem-vista. Soou como
confissão de culpa. Antes disso, Pizzolato já havia jogado a
responsabilidade para cima, dizendo que atuou como atuou sob as ordens
de Luiz Gushiken, que já morreu. O expediente pegou muito mal. Teme-se
que, no Brasil, ele resolva dar com a língua nos dentes.
Só para
lembrar: Pizzolato, um peixe apenas médio do mensalão, comprou três
imóveis na Espanha: dois apartamentos de luxo e um de classe média. Dois
deles ficam no condomínio Urbanización Costa Quebrada, na cidade de
Benalmádena, coladinhos ao mar. Foram unidos num só para o conforto do
petista e de Andrea, sua mulher.
Cada apartamento padrão tem 140 metros
quadrados e está estimado em 450 mil euros — R$ 1,5 milhão. Vale dizer:
só nessa operação, o mensaleiro foragido gastou R$ 3 milhões. E pensar
que José Dirceu, que era o chefe político dele, precisou pedir esmola
para pagar a multa imposta pelo STF! Dá uma peninha, né?
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