Com tantos feriados oficializados ou não, o tão propagado aquecimento do mercado não veio e o temor é que o evento cause um estrago nos índices econômicos.
Nas últimas semanas, a empolgação com a
Copa do Mundo fez muitos esquecerem que ela, na verdade, não foi
benéfica para a economia como o governo apostava que seria.
Segundo a
Serasa, a atividade do comércio caiu 3,2% em junho por causa do evento.
Com forte diminuição no movimento de consumidores em supermercados, postos de gasolina e lojas de materiais de construção, a atividade do comércio varejista caiu 3,2% em junho, na comparação com maio, feitos os ajustes sazonais, informou a Serasa Experian. Em maio, o movimento do varejo tinha aumentado 0,6%.
A empresa de análises atribui essa queda
aos feriados que ocorreram nas cidades que sediaram jogos da
competição, além de a outros problemas que marcam a gestão petista, como
juros elevados, baixo índice de confiança dos consumidores e
desaceleração do mercado de trabalho.
Este, a propósito, começou a ser
seriamente atingido pela crise econômica. Segundo Renato da Fonseca,
gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da Confederação Nacional
da Indústria (CNI), se esse quadro não for revertido, pode criar uma “espiral negativa” na economia.
“É muito difícil uma empresa manter seu quadro de funcionários se está há quatro anos sem crescer. Se começar a aumentar o desemprego, aí as expectativas vão cair ainda mais”, disse ele.
De acordo com a pesquisa, todos os indicadores, com exceção do faturamento, recuaram em maio ante junho no dado dessazonalizado. O emprego caiu 0,3% em maio ante abril e já tem o terceiro mês consecutivo de retração.
Até mesmo o ex-presidente Lula, em
entrevista a veículos internacionais, já reconheceu os problemas
econômicos. Ele afirmou que “obviamente o PIB nosso não é o PIB que a gente gostaria“,
mas insistiu que não são necessárias grandes mudanças, embora o mercado
tenha reduzido, pela sexta semana consecutiva, a expectativa para a sua
alta em 2014, que está agora em 1,07%.
Para completar, a inflação, que há
tempos se aproxima do teto de 6,5% estipulado pelo Banco Central e a
alto custo segurada pelo governo, em junho finalmente passou dos limites
e chegou a 6,52%, mesmo com um recuo do índice em relação ao mês
anterior. A expectativa, no entanto, é que ela encerre o ano entre 6,3% e
6,4%. A não ser, claro, que algum fator externo interfira na economia
do país, algo que não seria estranho num segundo semestre que deve
escolher a maioria dos novos representantes público para o próximo ciclo
de quatro anos.
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