Alguns
políticos filmados recebendo dinheiro de Durval Barbosa tem alardeado
aos quatro cantos que irão anular as provas nos processos do “Mensalão
do DEM.
Nos vídeos apresentados por Durval, autoridades que ocupavam cargos na
estrutura de poder no DF, aparecem recebendo dinheiro, que segundo o
próprio Durval afirmou em seus diversos depoimentos, eram recursos
desviados de contratos públicos com empresas de informática.
Os argumentos usados pelos atores que protagonizam as inúmeras
películas entregues por Durval Barbosa ao MPDFT, PF, MPF e PGR, é que as
provas são frágeis e inconsistentes. Na verdade, o que eles querem é
atrasar os julgamentos das ações que tramitam no Judiciário, evitando o
julgamento colegiado em segunda instância da justiça, o que evitaria
serem alcançados pela lei da ficha limpa e os habilitariam a concorrer a
cargos eletivos nas próximas eleições, ainda seriam contemplados com o
foro privilegiado. Eleitos, e sob o manto do foro privilegiado, eles
procrastinariam ao máximo os seus julgamentos visando exclusivamente a
prescrição de suas penas.
É bom relembrar que desde que foi deflagrada a operação da Policia
Federal que originou o famoso inquérito 650 do STJ, o sonho de muitos
dos atores das filmagens é desmoralizar as investigações realizadas.
Eles não falam em provar que são inocentes, querem na verdade,
desmoralizar a quem os investigou ou até mesmo a quem os julga.
Aos ouvidos das pessoas leigas e que não detêm conhecimento dos fatos
coletados, até que parecem plausíveis de crédito o chororó dos
denunciados.
Os ainda investigados e os já denunciados pelo MPDFT, PF, MPF e PGR,
órgãos competentes, e que durante quase todo o ano de 2009
materializaram com perícias, testemunhos e investigações as provas
robustas do esquema de rapinagem que havia no GDF, querem enganar a
quem?
Vale relembrar que desde 2009, ano que foi deflagrada a Operação Caixa
de Pandora, o grupo investigado e denunciado tentou e tenta de diversas
formas e maneiras desconstituir, afastar ou desmoralizar a tudo e a
todos que possam ser considerados como empecilho aos seus propósitos.
E hoje, mais do que nunca, um dos propósitos é a desmoralização do Judiciário do Distrito Federal.
Apesar da dificuldade dos órgãos que trilham a legalidade em nossa
cidade, e que são os responsáveis para buscarem o ressarcimento do
dinheiro desviado dos cofres públicos, alguns denunciados estão em
desvantagem, e vários deles já foram condenados.
Nas estratégias dos denunciados, o afastamento do juiz Álvaro Ciarlini,
da 2ª Vara de Fazenda Pública do DF é fundamental. Ele já condenou
vários deles.
Hoje poderá ser o dia "D" da "Caixa de Pandora". Está na pauta da 1ª
Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) o julgamento de um recurso
do ex-presidente da Câmara Legislativa do DF Leonardo Prudente, aquele
do dinheiro na meia, e que ficou também conhecido por participar do
episódio batizado pela grande mídia como “oração da propina”, ele pede a
declaração de suspeição do juiz Álvaro Ciarlini, da 2ª Vara de Fazenda
Pública do DF.
Se o recurso de Leonardo Prudente for deferido, Ciarlini poderá ficar
impedido de julgar as ações do caso. É o sonho dourado dos réus da
Operação Caixa da Pandora.
Como se não bastasse o afastamento do juiz, alguns dos denunciados
querem também o afastamento dos promotores que os investigaram, no
antigo Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (Ncoc), hoje
intitulado de Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco).
Na mitologia grega, a história da Caixa de Pandora foi contada pelo
poeta grego Hesíodo, que viveu no século VIII a.C. De acordo com a obra,
o titã Prometeu presenteou os homens com o fogo para que dominassem a
natureza. Zeus, o chefe dos deuses do Olimpo, que havia proibido a
entrega desse dom à humanidade, arquitetou sua vingança criando Pandora,
a primeira mulher. Antes de enviá-la à Terra, entregou-lhe uma caixa,
recomendando que ela jamais fosse aberta, pois dentro dela os deuses
haviam colocado um arsenal de desgraças para o homem, como a discórdia, a
guerra e todas as doenças do corpo e da mente mais um único dom: a
esperança.
Vamos portanto, aguardar o final de mais este capítulo da triste
história do Distrito Federal para saber se ainda restará o dom da
esperança.
Fonte: Edson Sombra / Redação com informações do Correio Braziliense.
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