05/05/2014 22h28
Números mostrados por ministro indicam redução da desigualdade social.
Para Marcelo Néri, dados tradicionais da macroeconomia são 'restritos'.
A presidente Dilma Rousseff reuniu por pouco mais de duas horas nesta
segunda-feira (5) no Palácio do Planalto 21 dos 39 ministros do governo
para apresentar números sobre o "bem-estar" do brasileiro, segundo o
ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Néri,
responsável pela apresentação.
Néri mostrou dados compilados sobre renda e desigualdade do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da própria SAE que mostram crescimento da renda e da satisfação dos brasileiros, além da queda na desigualdade.
A apresentação de Néri tinha 54 slides. Participaram ministros da área econômica, como Miriam Belchior (Planejamento, Orçamento e Gestão), e da área social, como Tereza Campello (Desenvolvimento Social) e Eleonora Menicucci (Secretaria de Políticas para as Mulheres.
“Basicamente, o que esses slides fazem é tentar trazer para mais próximo a discussão sobre o bem-estar do brasileiro", afirmou o ministro. Um dos dados apresentados por Néri, por exemplo, foi a evolução do índice de Gini, que vai de 0 a 1, e mede a desigualdade.
“Já aconteceram em algumas outras ocasiões e é no sentido de mostrar a realidade, de explorar, discutir. Acho que é uma realidade pouco discutida, mesmo pelos analistas da área. Acho que as pessoas não estão se debruçando nos dados”, afirmou o ministro.
Ele admitiu também que os dados apresentados não são os que costumam ser usados por analistas macroeconômicos. Na avaliação do ministro da SAE, os dados utilizados tradicionalmente pelos macroeconomistas são incompletos, porque, se o objetivo for entender a vida das pessoas, a análise, segundo ele, é incompleta.
“É difícil você tentar entender o Brasil olhando para um conjunto restrito de indicadores e principalmente se você quiser tentar entender o bem-estar dos brasileiros, da população”, argumentou.
Manifestações
Um dos gráficos apresentados por Néri revelou uma diminuição no crescimento da renda real (já descontada a inflação) no mês de junho, quando eclodiram as manifestações de rua pelo país.
Em junho de 2013, a crescimento da renda foi 1,83%, enquanto em janeiro do mesmo ano havia sido de 4,7%, segundo o ministro. Ele afirmou que essa desaceleração pode ter "algum papel" no surgimento das manifestações
"Eu acho que o fenômeno das manifestações é um fenômeno bem complexo, tem múltiplas dimensões", avaliou. "A economia que importa mais às pessoas, que é a economia do dinheiro no bolso, é a economia do trabalho, que é o poder de compra da renda das pessoas, de fato, teve esse tropeço no primeiro e no segundo trimestre do ano passado. Os dados mostram isso com clareza. Isso em parte capta o efeito da inflação, ou seja a renda real cresceu menos, a inflação cresceu, acelerou naquele período", declarou.
PNAD Contínua
O ministro também comentou o anúncio feito pelo IBGE nesta segunda-feira (05) de que continuará divulgando os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
“A nova Pnad apresenta uma taxa de desemprego mais alta, assim como a nova PME [Pesquisa Mensal de Emprego] apresentou um índice de desemprego maior que a velha PME, que já não é mais tão nova. Eu particularmente acho que você ter medidas mais duras é bom, você ter testes mais duros de desemprego”, avaliou.
Em abril, o IBGE informou que iria suspender a divulgação dos resultados da pesquisa – que deverá substituir a tradicional Pnad anual e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), através de uma metodologia mais abrangente.
De acordo com o instituto, a decisão havia sido motivada por questionamentos feitos por parlamentares e tinha como objetivo fazer uma revisão na metodologia de coleta e cálculo da renda domiciliar per capita. O IBGE explica que o cálculo atual prevê margens de erro diferentes para a pesquisa entre os estados, o que prejudica a comparação entre os resultados.
Segundo explicou o instituto, as estimativas de renda domiciliar per capita são um dos itens considerados na distribuição de recursos aos estados por meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE). De acordo com a legislação, estados com renda per capita mais elevada podem receber fatias menores de recursos do FPE.
Néri mostrou dados compilados sobre renda e desigualdade do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da própria SAE que mostram crescimento da renda e da satisfação dos brasileiros, além da queda na desigualdade.
A apresentação de Néri tinha 54 slides. Participaram ministros da área econômica, como Miriam Belchior (Planejamento, Orçamento e Gestão), e da área social, como Tereza Campello (Desenvolvimento Social) e Eleonora Menicucci (Secretaria de Políticas para as Mulheres.
“Basicamente, o que esses slides fazem é tentar trazer para mais próximo a discussão sobre o bem-estar do brasileiro", afirmou o ministro. Um dos dados apresentados por Néri, por exemplo, foi a evolução do índice de Gini, que vai de 0 a 1, e mede a desigualdade.
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Em entrevista coletiva após a reunião, questionado se a reunião teria
sido convocada para dar subsídios aos ministros para rebaterem as
críticas ao governo, Néri negou e afirmou ser uma reunião “normal”.“Já aconteceram em algumas outras ocasiões e é no sentido de mostrar a realidade, de explorar, discutir. Acho que é uma realidade pouco discutida, mesmo pelos analistas da área. Acho que as pessoas não estão se debruçando nos dados”, afirmou o ministro.
Ele admitiu também que os dados apresentados não são os que costumam ser usados por analistas macroeconômicos. Na avaliação do ministro da SAE, os dados utilizados tradicionalmente pelos macroeconomistas são incompletos, porque, se o objetivo for entender a vida das pessoas, a análise, segundo ele, é incompleta.
“É difícil você tentar entender o Brasil olhando para um conjunto restrito de indicadores e principalmente se você quiser tentar entender o bem-estar dos brasileiros, da população”, argumentou.
Manifestações
Um dos gráficos apresentados por Néri revelou uma diminuição no crescimento da renda real (já descontada a inflação) no mês de junho, quando eclodiram as manifestações de rua pelo país.
Em junho de 2013, a crescimento da renda foi 1,83%, enquanto em janeiro do mesmo ano havia sido de 4,7%, segundo o ministro. Ele afirmou que essa desaceleração pode ter "algum papel" no surgimento das manifestações
"Eu acho que o fenômeno das manifestações é um fenômeno bem complexo, tem múltiplas dimensões", avaliou. "A economia que importa mais às pessoas, que é a economia do dinheiro no bolso, é a economia do trabalho, que é o poder de compra da renda das pessoas, de fato, teve esse tropeço no primeiro e no segundo trimestre do ano passado. Os dados mostram isso com clareza. Isso em parte capta o efeito da inflação, ou seja a renda real cresceu menos, a inflação cresceu, acelerou naquele período", declarou.
PNAD Contínua
O ministro também comentou o anúncio feito pelo IBGE nesta segunda-feira (05) de que continuará divulgando os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
“A nova Pnad apresenta uma taxa de desemprego mais alta, assim como a nova PME [Pesquisa Mensal de Emprego] apresentou um índice de desemprego maior que a velha PME, que já não é mais tão nova. Eu particularmente acho que você ter medidas mais duras é bom, você ter testes mais duros de desemprego”, avaliou.
Em abril, o IBGE informou que iria suspender a divulgação dos resultados da pesquisa – que deverá substituir a tradicional Pnad anual e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), através de uma metodologia mais abrangente.
De acordo com o instituto, a decisão havia sido motivada por questionamentos feitos por parlamentares e tinha como objetivo fazer uma revisão na metodologia de coleta e cálculo da renda domiciliar per capita. O IBGE explica que o cálculo atual prevê margens de erro diferentes para a pesquisa entre os estados, o que prejudica a comparação entre os resultados.
Segundo explicou o instituto, as estimativas de renda domiciliar per capita são um dos itens considerados na distribuição de recursos aos estados por meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE). De acordo com a legislação, estados com renda per capita mais elevada podem receber fatias menores de recursos do FPE.
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