Tudo que tem de ruim neste governo do PT emana diretamente dele. E a maior parte do que teve de bom rolou à sua revelia: era o “efeito China/commodities” que punha mais água na banheira do que já estava saindo pelo ralo.
Até no Brasil ilustrado ouço gente achando que com ele melhora. Melhora nada!
O “poste”, quando piora as coisas, piora porque é menos desonesta que ele. Porque mente pior, tem menos cara de pau e, por cima disso tudo, é pesporrenta, mistura de coisas que num governo que vive de enganação é das piores possíveis.
Ela não faz nada certo mas a podridão mesmo quem plantou foi ele. O gabarito que faz com que cada fio que se puxe acabe sempre nos cupins que roem a Petrobras, nos “Pad” e nos André Vargas da vida; nessa horda que recheia os dutos do doleiro Youssef para os paraísos fiscais e que, quando flagrada na bandalheira, roubando saude de pobre, engrossa a voz, ameaça a imprensa, dá socos no ar, desafia o Poder Judiciário e sai reclamando que isso ainda dê cadeia neste país; esse gabarito foi ele que deu e é ele que o reaperta cada vez que as coisas ameaçam deslassar; cada vez que alguém ameaça desviar a rota.
Que é ele quem comanda esse baile não tem dúvida nenhuma. Mas não é dessa última fase que estou falando.
O Lula vem nos arrebentando desde o tempo dos generais.
Olhem o que está acontecendo com a indústria nacional. O Valor de hoje reporta o massacre da competitividade brasileira medido por um estudo do Boston Consulting Group envolvendo os 25 maiores exportadores do mundo, responsáveis por perto de 90% do comércio mundial nos últimos 10 anos. O Brasil foi quem mais andou pra traz. Em 2004 produzir aqui era 3% mais barato que nos Estados Unidos e já era pouco demais. Hoje é 23% mais caro!
Os salários mais que dobraram nessa década. Mas o câmbio valorizou 20%, o custo da eletricidade industrial aumentou 90%, o do gas natural 60%.
E a produtividade? 3% em 10 anos contra 27% nos Estados Unidos.
Resultado: a industria nacional, a base concreta sobre a qual se assenta o processo de criação de riquezas de qualquer economia, acabou. E a pá de cal é essa brilhante “estratégia” de só vender pra bolivariano caloteiro com financiamento do BNDES.
O mergulho da produtividade brasileira é metade falta de escola, metade aumento arbitrário de salário pra comprar eleições. O resto é tempero. E o que é que o PT faz a respeito?
Quando ameaça estourar; quando os páteos das montadoras ficam abarrotados e as demissões ameaçam começar lá vem mais um pacotezinho de “incentivo” ao consumo de automóveis, eletrodomésticos e “casas próprias” à custa de redução temporária de impostos (aumento de dívida pública), subsídio à gasolina e financiamento dos bancos oficiais ao consumo. Tudo cheque nominal e com exigência de recibo de quem concede pra quem recebe, olho no olho.
Assim que alivia retoma-se o buraco um pouco mais de baixo a cada vez.
Pois esse quadro é um classico “Lula”. Um “Lula vintage”. Foi exatamente assim que ele se fez na vida: negociando com os militares sinal verde pras multinacionais reduzirem a qualidade das carroças que nos vendiam, cobrar preço de Rolls Royce por elas e o Brasil fechar os portos à importação pra ele manter os metalúrgicos fora das ruas bem gordinhos, jogando seu dominó, enquanto a inflação, que começava sempre exatamente aí, ferrava a multidão dos trabalhadores brasileiros sem voz.
Continua igualzinho só que com os tempêros de hoje.
Aumenta-se a massa salarial por decreto. Pior, descola-se o salário até do ato de trabalhar. 70 milhões de cheques todo mês. Cria-se uma competição desleal pela mão de obra entre o ócio e a produção. Exporta-se grãos, minérios e a industrialização dessas matérias primas para a China e infla-se o setor de serviços com esse “excedente salarial” feito de nada. E a roda gira em cima dos ossos da indústria.
Salário de um lado imposto do outro.
No limite, pacotes de socorro pras industrias grandes o suficiente pra render manchetes quando demitem, que são as multinacionais de sempre. Aqui ninguém consegue crescer desse tanto a não ser os “barões do BNDES” e os tubarões das obras públicas. Pra esses nunca tem crise.
Mas tratar de fazer o Brasil ganhar competitividade pra valer – políticas de educação, enxugamento do gasto e aumento do investimento público, reforma tributária – melhorar o meio ambiente para criar riquezas aqui dentro não é com eles. Nem uma única medida que não fosse a mais rasteira tapeação em 12 anos.
Você nunca ouviu ninguém no PT falar em queda da produtividade do trabalho. O Ministério do Trabalho, alias, é o que abre a lista dos ministérios fajutos que estão aí só pra serem atirados à alcatéia dos vendedores de governabilidade.
O ministro do Trabalho é esse preposto do Lupi, aquele pego no pulo roubando os trabalhadores com o “pé-de-cabra” de nada menos que 26 ONGs de fachada e que ameaçava puxar o revolver e resistir à tiros pra que não lhe tirassem o osso. Lembranças dos tempos de “eleições” sindicais “por aclamação” que é o modelo que o Plano Nacional de Direitos Humanos do PT quer implantar em escala nacional. Essas sempre foram decididas na bala e velhos hábitos demoram para morrer…
Nunca nenhum deles falou em preparar melhor a mão de obra brasileira; pleiteou o que é necessário pra ensina-los a pescar em vez de seguir dando-lhes peixe de boca em boca. Ao contrário. A única vez em que esse regra três do Lupi de que ninguém sabe nem o nome saiu do seu gabinete foi agora, para vir a SP apoiar o despejo de refugiados do Haiti pelo governo do Acre aqui. Estamos importando mais desqualificação mas os impostos continuam subindo. Batendo recordes: R$ 86,6 bi em um mês; R$ 293,4 bi, ⅓ de trilhão, em um trimestre. É 2,1% a mais que no ano passado por cima dos 6,5% de inflação e do pibinho do Mantega.
É isso que o Lula sabe fazer. É isso que o Lula sempre fez. Comprar eleições queimando os músculos da Nação.
Fazia isso antes no sindicato. Faz isso agora no país inteiro. Vai dar o mesmo resultado que sempre deu multiplicado pelo tamanho do Brasil 2014 comparado ao do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo 1970.
Mas — de novo — não é da velocidade com que a economia vai escorregar que estou falando.
O Brasil está por um fio. Essa horda acabou com todas as nossas instituições, destruiu o sistema imunológico da Nação, concentrou todos os poderes e todo o dinheiro no Poder Executivo, montou uma máquina de chantagem econômica disfarçada de Receita Federal. Nós estamos pendentes de um ou outro indivíduo que ainda resiste no Poder Legislativo destruído e no Poder Judiciário sitiado. Se não tirar essa gente daí agora, no voto, não tem mais volta. Entramos num ralo argentino: 100 anos de queda livre. Isso se não saltarmos direto pra Venezuela pra cortar caminho…
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