PIB brasileiro teve queda de 0,5% no terceiro trimestre, segundo o IBGE.
Ministro ressaltou que alta forte no trimestre anterior prejudicou comparação.
"Somos o país que menos cresceu entre todos os países do mundo nesse terceiro trimestre", afirmou o ministro, que em seguida explicou que se referia ao conjunto de países pertencentes ao G20 e aos membros dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
A economia brasileira recuou 0,5% no terceiro trimestre de 2013 em relação ao anterior, que registrou avanço de 1,8% (dado revisado), segundo divulgou nesta terça-feira (3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a primeira queda do PIB desde o início de 2009, quando a economia "encolheu" 1,6%.
Mantega ressaltou “houve uma concentração de crescimento no segundo trimestre” (quando o PIB teve alta de 1,8%), e que “por conta disso, o pais teve dificuldade de crescer agora”. “A base de comparação fica mais difícil após um bom trimestre".
Segundo o ministro, no entanto, esse resultado favorece o crescimento no quarto trimestre. “acredito nisso, por conta do aquecimento da economia e pelo consumo”. “Esta ano, vamos crescer mais que o ano passado” (...) A economia brasileira está em trajetória de crescimento gradual, e isso deve continuar nos próximos trimestres”, apontou.
Ele ressaltou, ainda que o ano tem sido difícil em todo o mundo: "2013 é um ano ainda de crise, provavelmente o último ano de crise. Ano que vem esperamos cenarios melhores".
Em contrapartida, Mantega destacou que o país está crescendo de acordo com o ritmo da economia mundial, que segundo estatísticas deve crescer entre 2,9% e 2,7%. O ministro também destacou que o Brasil deve crescer mais do que em 2012, que a economia brasileira está na trajetória de um crescimento gradual e que o crescimento deve continuar nos próximos trimestres.
“O crescimento se dá em investimentos de bens de capital e devemos terminar esse fator em 6%, mas a nossa dúvida fica em serviços e comércios. Estamos numa trajetória de crescimento, de recuperação e nenhum país está conseguindo grandes crescimentos. Mas esperamos resultados positivos para o quarto trimestre”.
O ministro ressaltou por várias vezes a volatilidade do IBGE ao fazer revisões sobre dos dados trimestrais. A revisão do primeiro trimestre ficou em 0% e a do segundo trimestre em 1.8%.
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O destaque neste terceiro trimestre foi para a queda de 3,5% da agropecuária. Já a indústria e o setor de serviços mostraram a mesma variação, cresceram 0,1%. Os investimentos tiveram baixa de 2,2% e o consumo das famílias subiu 1%.
Em relação à queda do percentual da agricultura, Mantega disse que o fator já era esperado por conta da entressafra nos meses de julho, agosto e setembro, mas que espera novidades e uma agricultura forte para o quarto trimestre.
O ministro ressaltou, entretando, o destaque da indústria no setor extrativo mineral e a recuperação da economia mundial.
Ainda em relação aos dados do terceiro trimestre, Mantega destacou que o saldo desfavorável ao PIB também ocorreu pelo fator de mercado – “tivemos menos exportações e aumento das importações".
Revisão
O IBGE também apresentou a revisão do PIB de 2012 para alta de 1%, abaixo do que a presidente Dilma Rousseff havia afirmado em entrevista ao jornal espanhol "El País" no final de novembro. Na ocasião, a presidente disse que a economia brasileira, após revisão, havia crescido 1,5% em 2012, acima da alta de 0,9% divulgada pelo IBGE em março.
Na comparação com o mesmo período de 2012, o PIB do terceiro trimestre de 2013 aumentou 2,2%, abaixo dos 2,5% previstos pelo ministro Guido Mantega na véspera.
Na noite desta segunda-feira (2), o ministro Mantega disse que o PIB deveria ter sofrido "uma parada" no terceiro trimestre, em relação ao anterior, mas que caminhava na direção de crescimento maior. Na avaliação dos analistas, o resultado ficou dentro do que fora estimado.
Questionado pelo G1 sobre os resultados de 2012, que diminuíram em relação aos divulgados, Mantega ressaltou que o governo tem um ramo de estudos internos, que equipes projetam ensaios técnicos, mas que são projeções e estudos. Outro ponto destacado foi a reformulação pela qual o IBGE tem passado, visto o número de feitas pelo órgão.
“Ainda devem ter outras revisões, principalmente no setor de serviços e os números ainda podem mudar”. O ministro destacou que a mudança do IBGE ainda está em uma fase inicial e por isso há essa volatilidade dos números.
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