quarta-feira, 14 de maio de 2014

'Governo gasta muito e gasta mal', diz Aécio Neves na Marcha dos Prefeitos

4/05/2014 12h19 - Atualizado em 14/05/2014 15h27


Pré-candidato tucano quer 'interromper roda que gira em favor da União',


Para ele, desonerações tributárias não podem reduzir repasses a cidades.

 Do G1, em Brasília
Aécio Neves concedeu entrevista após participar da 17ª Marcha em Defesa dos Municípios, em Brasília (Foto: Nathalia Passarinho / G1) 
 
Aécio Neves concedeu entrevista após participar da 17ª Marcha em Defesa dos Municípios, em Brasília


O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, afirmou nesta quarta-feira (14) durante a XVII Marcha dos Prefeitos, em Brasília, que o governo federal atualmente “gasta muito e mal” o dinheiro público. Para o tucano, a União não pode desonerar tributos e compensar a renúncia de recursos com a redução dos repasses anuais aos municípios.


Assim como fez o pré-candidato do PSB, Eduardo Campos, que discursou mais cedo no evento, Aécio questionou a ausência da presidente Dilma Rousseff na Marcha dos Prefeitos. “O governo hoje gasta muito e gasta mal. Lamento que eu não possa dizer isso na frente da candidata, porque ela não está presente nesse fórum tão importante”, disse.


Aécio Neves defendeu aumentar o percentual de repasse da União aos municípios por meio do Fundo de Participação de Estados e Municípios e prometeu que, se eleito, não vai onerar as prefeituras com redução de tributos.

“Quero pedir apoio à PEC 31, de minha autoria, que permite que o governo federal faça desonerações, elas são importantes, mas que faça compensação com a parcela da receita que lhes cabe e não com o Fundo de Participação dos Estados e Municípios”, afirmou.

Para o tucano, é preciso reduzir a carga tributária de forma sólida e sistemática. “A primeira medida que eu tomarei, além de acabar com metade dos ministérios, é criar uma secretaria para apresentar um projeto de simplificação do sistema tributário, para que haja redução horizontal da carga tributária.”

Segundo Aécio Neves as gestões do PT à frente da Presidência da República são caracterizadas pela concentração de recursos e desrespeito à "federação". "A partir da concentração de recursos na União, o que temos vendo é ineficiência e desvios", afirmou.

O tucano afirmou que é preciso "interromper a roda que gira só em favor da União. Temos que fazer com que gire em favor da federação.”

Serviços públicos

Aécio Neves também criticou o que chamou de “incapacidade do governo de priorizar a saúde e a educação”. Segundo ele, a União não gastou a totalidade dos recursos destinados no Orçamento de 2013 para a saúde.

“Não pode haver por parte do governo federal descaso tão grande com a saúde. R$ 10 bilhões deixaram de ser gastos no ano passado", disse.

Aécio afirmou que o governo federal tem sido “omisso” quanto à piora nos serviços públicos e a violência em todo o país.

“A gravidade hoje da situação da saúde pública, da segurança pública e péssima qualidade da educação são acompanhadas com passiva omissão do governo federal. Como se segurança fosse responsabilidade só dos estados e esquece que o controle de fronteiras e tráfico de drogas são responsabilidades da União.”

Segundo o tucano, o que falta é “planejamento e eficiência”. “Temos que resgatar o Estado brasileiro que hoje serve a um projeto de manutenção do poder.”

Sobre a economia, Aécio Neves disse não justo que o Brasil seja o país com menor crescimento da América do Sul na última década. “O Brasil virou um grande cemitério de obras inacabadas e com desvios”, disse.

Para o tucano, o problema do país "não são os brasileiros, é este governo que está aí e não compreende o tamanho de sua responsabilidade". Ele também criticou o "baixíssimo padrão ético" nas empresas públicas e acusou o PT de "sucatear a Petrobras".

"Em benefício do Brasil esse ciclo de governo tem que ser encerrado", disse Aécio, defendendo uma nova "convergência nacional".

Manifestações

Após o discurso na Marcha dos Prefeitos, Aécio Neves foi indagado por jornalistas sobre o que pensa a respeito das manifestações de rua que devem ser mais intensas durante a Copa do Mundo de junho. Para ele, os protestos continuam porque o governo federal não foi capaz de dar resposta às demandas dos manifestantes.

“A grande verdade é que não são movimentos contra esse ou aquele governante, é de insatisfação da sociedade, insatisfação com a situação da saúde, educação. O fato concreto é de que todas aquelas promessas e compromissos feitos no início das manifestações, em junho do ano passado, absolutamente nenhum deles foi cumprido”, disse o tucano.

Ele afirmou ainda que as manifestações devem ser respeitadas, mas defendeu punição a atos de vandalismo. “Esses movimentos violentos tendem muitas vezes a vitimizar os próprios manifestantes. É preciso ter coibição da violência. Mas também separar uma coisa da outra e garantir segurança  a quem quer se manifestar”, disse.

Propaganda do PT

Aécio Neves voltou nesta quarta a criticar o vídeo de propaganda do PT, exibido à noite em rede nacional de TV, com a mensagem de que o Brasil "não quer voltar atrás" e não pode permitir o retorno de "fantasmas do passado".

“Achei inusitado que um governo que está há 12 anos no poder só tenha a oferecer às pessoas o medo. Essa propaganda me surpreendeu pelo negativismo. Eles se abdicaram de apresentar proposta novas. Eu resumiria esse programa como atestado de fracasso”, afirmou.

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