quarta-feira, 14 de maio de 2014

Medicina eleitoral: o diagnóstico está claro, assim como o remédio!



dilma padilha e Juan delgado



Em artigo publicado hoje no GLOBO, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) resume bem a postura do governo Dilma em relação à saúde pública no país, citando especificamente o programa Mais Médicos. Sidnei Ferreira toca no ponto certo ao frisar o caráter eleitoreiro do programa: “Ocultando a verdade e distorcendo os fatos, a presidente tenta, desesperadamente, contabilizar os últimos dividendos do investimento eleitoral”.


Ele se referia ao comentário esdrúxulo da presidente Dilma, de que os médicos estrangeiros eram mais atenciosos do que os brasileiros, e esta seria a razão pela qual prefeitos estariam substituindo uns pelos outros. Nada mais falso! Como Ferreira lembra, o motivo é mais comezinho e prosaico, e também mesquinho: agindo assim, os prefeitos jogam a conta para o governo federal, apenas isso:


Na verdade, médicos brasileiros estão sendo substituídos por médicos estrangeiros pelos prefeitos pelo abjeto motivo de diminuir ainda mais os investimentos na saúde e fazer propaganda eleitoral, enganando a boa vontade e a crença do povo. O cidadão pode ser enganado por confiar, por não resistir à propaganda de bilhões de reais, mas não é bobo. As denúncias se multiplicam e pode ser que as despesas tenham sido em vão.

No seu contumaz autoritarismo, o governo, esquecendo a responsabilidade conferida pelo voto, não usou o Revalida e tirou dos conselhos regionais o dever de registrar os médicos do programa. Sabia que os conselhos não registrariam médicos estrangeiros que não fossem submetidos ao exame, inaptos a atuarem no nosso país. Restou o direito e dever de fiscalizar.


A acusação feita pelo presidente do Cremerj é séria. Ele alega que as autoridades não cumpriram as leis, e sequer deram respostas dignas às suas indagações e solicitações. O Cremerj diz ter encontrado algumas unidades de saúde com médicos estrangeiros fazendo assistência, atuando sem supervisão ou preceptoria, sozinhos. Não foram avaliados e não se sabe se têm ou não capacidade para tal.

Para Sidnei Ferreira, o governo carece de “sensibilidade democrática”. Vale tudo pela eleição, para se perpetuar no poder, até mesmo “brincar” com a saúde do povo brasileiro. O Tribunal de Contas da União está de olho nas irregularidades, e os médicos estão indignados: “A negação do diálogo com as entidades médicas, o desrespeito e a soberba do governo transformam a decepção no desejo de lutar em defesa da profissão, da medicina de qualidade que praticamos e do atendimento digno que a população merece”.

O presidente do Cremerj cobra mais responsabilidade do governo. Mas sabemos que isso é pedir demais quando se trata do PT. Confesso que tenho dificuldade de entender como alguém pode votar no PT, a menos que coloque interesses mesquinhos acima de valores básicos da sociedade. Mas um médico? Aí já julgo algo impossível. Que médico seria capaz de dar seu voto a um partido que trata como bode expiatório dos males da saúde pública a própria categoria de médicos brasileiros?

O diagnóstico está claro: os problemas são agravados pelo populismo e pela demagogia do PT. O remédio também é bastante evidente: tirar o PT do poder nas próximas eleições!

Rodrigo Constantino

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