quarta-feira, 14 de maio de 2014

Dilma sanciona MP 627 com penduricalho que isenta Hyundai de impostos



Montadora coreana seguirá sem pagar R$ 1 bilhão em impostos por ano
Publicado: 14 de maio de 2014 às 8:59 - 
 
Diário do Poder


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Dilma vetou o “Refis da crise” e aceitou alguns contrabandos incluídos na MP 627

A presidenta Dilma Rousseff sancionou com vetos a medida provisória 627, e frustrando algumas jogadas, como a dos planos de saúde que pretendiam ser dispensados de pagar multas, mas consagrou uma das mais vergonhosas, transformando em lei mais um benefício ao Grupo Caoa Hyundai, e sua montadora em Anápolis (GO). 


O governo continua abrindo mão de mais de R$ 1 bilhão anuais em impostos, até o ano de 2020. Não é a primeira vez vez que o Congresso e o governo alteram a Lei 9.826/99. O texto original previa prazo de isenção de impostos para a Caoa Hyundai até 2010, mas foi estendido até 31 de dezembro de 2015, a oito meses do prazo, e agora ganha mais cinco anos. A montadora continuará invicta no recolhimento de impostos no Brasil.

A MP 627 sancionada contém “contrabandos” como isenção de impostos para remessa de dinheiro ao exterior e até anistia de multas dos planos de saúde.presidente Dilma Rousseff sancionou esta noite, com alguns vetos, a Medida Provisória 627, que trata da tributação do lucro de empresas multinacionais no exterior. Entre os vetos está a ampliação do parcelamento de débitos tributários, batizado de Refis da Crise, e a anistia de multas para planos de saúde.

O ministério da Fazenda havia concordado em reabrir o prazo de adesão do Refis nas mesmas condições do ano passado, que incluíam apenas dívidas vencidas com a Receita Federal até 31 de dezembro de 2008. No entanto, durante a votação na Câmara, os deputados ampliaram o parcelamento para dívidas vencidas com a Receita até 30 de junho de 2013.

Agora, para reforçar a arrecadação, o governo iniciou negociações com lideranças na Câmara dos Deputados para incluir a reabertura do Refis, por meio de emenda do relator, na Medida Provisória 638, que trata do regime automotivo brasileiro (Inovar-Auto). No entanto, o ministério da Fazenda quer mudar as condições do financiamento para que seja exigida uma entrada de pelo menos 20% do valor renegociado para que o contribuinte possa aderir ao parcelamento. Assim, o governo pode ter um reforço de caixa ainda este ano.

O governo ampliou em R$ 4 bilhões a previsão de gastos com o setor elétrico e anunciou que os recursos viriam por meio de aumento de tributos. No entanto, a equipe econômica tem tido dificuldades em executar as medidas tributárias por pressão dos setores atingidos. O governo voltou atrás na decisão de aumentar a carga tributária do setor de bebidas frias a partir de junho e postergou a entrada em vigor da nova tributação para setembro. Também desistiu de aumentar os tributos para o setor de cosméticos.

O acordo com a lideranças no Congresso para inclusão da reabertura do Refis da Crise deve ser fechado nessa quarta-feira, segundo o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM). O programa de parcelamento foi criado em 2009 durante o auge da crise financeira internacional e foi reaberto no ano passado junto com um programa de parcelamento para os débitos de multinacionais e bancos, que ajudaram a reforçar a arrecadação em R$ 20 bilhões.

A presidente também vetou artigos que foram incluídos no texto original da MP 627 por meio de emendas de parlamentares. A mais polêmica é a que reduz as multas aplicadas a operadoras de planos de saúde. O veto da presidente a essa emenda foi parte do acordo com as lideranças para que a MP pudesse ser aprovada. Outros pontos vetados são o que trata da redefinição do regime de aeroportos (aeródromos civis) e o que dá incentivo tributário para fabricação de pneus novos de borracha na Zona Franca de Manaus.

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