Segundo a Rio Ônibus, nesta quarta (14) foram 19 coletivos depredados.
Às 18h, 44% da frota estava em circulação, de acordo com sindicato.
Ônibus depredado em garagem no Rio
Os principais danos são em retrovisores, parabrisas e vidros. Na Baixada Fluminense, que teve paralisação pela manhã e início da tarde, 26 ônibus haviam sido depredados até 17h. A circulação em Nova Iguaçu, São João de Meriti, Belford Roxo, Nilópolis, Japeri e Queimados foi normalizada no fim da manhã desta quarta-feira (14), informou o Transônibus, sindicato que representa 36 empresas de ônibus dos seis municípios. A greve na região acabou devido à baixa adesão.
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Nesta terça-feira, durante entrevista, o grupo de rodoviários dissidentes afirmou que a greve no município do Rio seria realizada até o horário previsto, à 0h desta quinta. Os representantes dos grevistas disseram também que empresas de ônibus estão financiando pessoas armadas para ameaçar os adeptos da paralisação, como forma de represália.
De acordo com Hélio Teodoro, um dos porta-vozes do movimento grevista, um motorista foi ameaçado com uma arma de fogo na porta da garagem da empresa Campo Grande, na Zona Oeste, na noite de segunda (12), após o anúncio da paralisação. "As empresas têm dinheiro para pagar essas pessoas mas não para aumentar nosso salário. Soubemos que houve demissões de motoristas por parte dos patrões. A solução é o sindicato e as empresas sentarem com a gente para negociar", disse Hélio.
A Rio Ônibus afirmou que a acusação é "absurda". Segundo a empresa, há apenas policiais militares nas garagens das empresas de ônibus, como determinado pela Prefeitura do Rio, e também fiscais das empresas atuando em alguns pontos da cidade.
A categoria convocou uma nova assembleia para quinta-feira (15) após o término da greve para decidir o rumo da paralisação e se a decisão da Justiça de recolocar a parte da frota na rua será acatada.
No entanto, o grupo afirmou que não tem como garantir que essa parcela volte a trabalhar se não houver negociação.
Prejuízos e liminar
A Fecomércio estima que 977,8 mil trabalhadores do setor do comércio tenham sido afetados pela greve dos ônibus de hoje, com a adesão de alguns municípios da Baixada. O contingente corresponde a 44% dos cerca de 2,2 milhões de passageiros que sofreram consequências da interrupção da circulação dos coletivos.
Na terça-feira (13), a vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, desembargadora Maria das Graças Cabral Viegas Paranhos, concedeu liminar determinando que pelo menos 70% do efetivo total de rodoviários do Rio estejam em serviço sob pena de multa diária de R$ 50 mil, em caso de descumprimento, contra o Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sintraturb). Até as 17h, 158 ônibus haviam sido depredados durante a paralisação, segundo a Rio Ônibus.
Segundo a desembargadora, o transporte rodoviário de passageiros é atividade essencial. A assessoria de imprensa do TRT-RJ explicou que, caso a decisão seja descumprida, o sindicato terá de pagar a multa mesmo sendo contra a greve.
O advogado Aderson Bussinger, um dos representantes dos motoristas de ônibus que estão paralisados desde 0h de terça-feira(13), disse que entrou durante a tarde com um pedido por uma nova audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho. Segundo ele, a força da greve faria o sindicato patronal poder pensar em um acordo.
"Acredito em uma conciliação neste caso. É só aceitarem o pedido para uma nova audiência", disse Aderson, que pediu ainda um reposicionamento da decisão da vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região a respeito da obrigação de 70% de ônibus nas ruas.
De acordo com Sintraturb, o sindicato é o legítimo representante dos rodoviários e, portanto, os dissidentes que fazem a paralisação não representam oficialmente a categoria. O grupo decidiu entrar em greve por rejeitar o acordo de reajuste salarial firmado entre o sindicato e o Rio Ônibus, que representa as empresas de ônibus. De acordo com o TRT, o sindicato poderá alegar que é contra a greve como forma de defesa quando o processo for julgado.
A direção do Sintraturb diz que foi pega de surpresa. De acordo com o vice-presidente Sebastião José, a paralisação é organizada por grupo dissidente de rodoviários e o acordo foi debatido em assembleia e aprovado pela maioria presente.
Justiça indica líderes
A juíza Andreia Florencio Berto, do plantão judiciário, concedeu, nesta terça-feira, antecipação de tutela pedida pelo Rio Ônibus contra Helio Alfredo Teodoro, Maura Lúcia Gonçalves, Luiz Cláudio da Rocha Silva e Luiz Fernando Mariano, que seriam os líderes do movimento grevista. A decisão determina que eles devem "se abster de promover, participar, incitar greve ou paralisação, em desacordo com o disposto na Lei 7.783/89, que trata do exercício de greve, bem como de praticar atos que impeçam, ameacem ou dificultem o bom, adequado e contínuo funcionamento do serviço de transporte público".
Na ação em que os quatro rodoviários são réus, o Rio Ônibus alegou que a paralisação ocorrida na quinta-feira (8) causou às empresas de ônibus grande prejuízo. O Rio Ônibus pediu ainda à Justiça que os réus mantivessem distância das garagens das empresas. No entanto, o pedido não foi atendido porque a juíza entendeu que a medida violaria o direito constitucional de ir e vir.
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