Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, foi solto ontem por
ministro do STF indicado por Dilma, uma das principais envolvidas na
compra da refinaria de Pasadena.
O juiz Sérgio Fernando Moro, da 13.ª Vara Criminal Federal
de Curitiba, enviou nesta segunda feira, 19, ofício ao ministro Teori Zavazcki,
do Supremo Tribunal Federal (STF) em que informa sobre o risco de fuga do
doleiro Alberto Youssef, alvo maior da Operação Lava Jato – investigação sobre
lavagem de dinheiro que pode ter alcançado R$ 10 bilhões.
Nesta segunda, Teori mandou soltar todos os investigados que
foram presos pela Lava Jato, acolhendo reclamação da defesa do engenheiro Paulo
Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás. O ministro também mandou que todos os outros
processos da Lava Jato sejam enviados ao STF.
O juiz ressalta que seu objetivo é unicamente esclarecer o
total alcance da decisão. “A fim de evitar que os processos, a ordem pública e
a aplicação da lei penal sejam expostas a riscos por mera interpretação
eventualmente equivocada de minha parte.”
O juiz informa o ministro que já mandou expedir alvará de
soltura do engenheiro, mas consulta Teori para que esclareça sobre o “alcance
da decisão, já que não foram nominados os acusados que devem ser soltos e os
processos que devem ser remetidos ao Supremo Tribunal Federal”.
O juiz assinala que outros processos no âmbito da Lava Jato
não têm Paulo Roberto Costa como denunciado. São investigações sobre tráfico de
698 quilos de cocaína e lavagem de dinheiro produto de tal crime. Ele cita o
investigado René Luiz Pereira, acusado de ser o mandante de remessa de 55
quilos da droga apreendidos em Valência, na Espanha.
“Há indícios de que (René) compõe grupo organizado
transnacional com diversas conexões no exterior e dedicado profissionalmente ao
tráfico de drogas”, observa o juiz federal.
Ele destaca que esta ação penal também tem por acusados
Sleiman Nassim El Kobrossy, Maria de Fátima Stocker, Carlos Habib Chater, André
Catão de Miranda e Alberto Youssef este o alvo principal da Lava Jato.
“Um deles, Sleiman, que não foi preso preventivamente, já
está foragido”, informa o juiz no ofício ao ministro Teori Zavascki. “Outro
está preso na Espanha. Assim, muito respeitosamente, indago à V.Ex.ª o alcance
da decisão referida, se este feito de tráfico de drogas e lavagem também deve
ser remetido ao Supremo Tribunal Federal e se devem ser colocados soltos os
acusados neste feito, entre eles Renê Luiz Pereira, preso por risco à ordem
pública pelo indícios de envolvimento em organização criminosa responsável por
tráfico de cerca de 750 kg de cocaína.”
O juiz federal também observa que “entre os outros feitos
originados na assim denominada Operação Lava-jato, encontram-se as ações penais
5026243-05.2014.404.7000, 5026663-10.2014.404.7000 e 5025699-17.2014.404.7000
que têm por objeto crimes financeiros e de lavagem de dinheiro envolvendo três
grupos distintos dirigidos por supostos doleiros, um dirigido por Carlos
Chater, outro por Nelma Kodama e o terceiro por Alberto Youssef.”
O juiz anota que se estas três ações penais também devem ser
remetidas ao Supremo Tribunal Federal e se devem ser colocados soltos os
acusados neste feito, entre eles Carlos Chater, Nelma Kodama e Alberto
Youssef. “Informo por oportuno que há indícios, principalmente dos
dois últimos, que eles mantêm contas no exterior com valores
milionários,
facilitando eventual fuga ao exterior e com a possibilidade de manterem
posse
de eventual produto do crime.”
O juiz observa, ainda, que a doleira Nelma Kodama foi presa
em flagrante nas vésperas da operação Lava Jato, em tentativa de fuga do país
quando portava, no aeroporto de Guarulhos, 200 mil euros escondidos na roupa
íntima. (Estadão)
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