terça-feira, 20 de maio de 2014

Dirigente do PSDB sobre Campos: Romper acordo em Minas é algo inacreditável


Josias de Souza

O deputado federal Marcus Pestana, presidente do diretório do PSDB em Minas Gerais, reagiu com um misto de surpresa e decepção à notícia de que o presidenciável Eduardo Campos decidiu quebrar o acordo firmado com o tucano Aécio Neves: “Não fomos comunicados. Para nós, a quebra da palavra empenhada é grave. Romper o acordo de Minas, com contrapartida em Pernambuco, é algo inacreditável”, disse Pestana ao blog.

Para o dirigente tucano, o gesto produzirá consequências. “O Eduardo Campos tem a pretensão de ser presidente da República? Será que imagina ter o nosso apoio numa hipotética passagem para o segundo turno? Com que argumentos ele pode propor qualquer acordo futuro com o PSDB se fura os compromissos assumidos já no primeiro degrau da escada?”

Celebrado no início do ano, o acordo de Campos com Aécio previa que um apoiaria o candidato do outro nos seus respectivos Estados. Pestana realça que, diferentemente do PSB, que está integrado ao governo tucano de Minas desde 2002, quando Aécio chegou ao Palácio da Liberdade, “o PSDB fazia oposição ao governo de Eduardo Campos em Pernambuco.”

“Nós cumprimos a nossa parte no acordo”, acrescentou o deputado, lembrando que o PSDB pernambucano já tornou público o seu apoio a Paulo Câmara, o candidato de Campos ao governo de Pernambuco. “Fizemos isso baseados na palavra do Eduardo. Como pode agora o PSB, que participa do nosso governo, dizer que não vai nos apoiar em Minas?” O candidato de Aécio à sucessão mineira é o tucano Pimenta da Veiga.

“Isso é uma agressao à memória do Sérgio Guerra”, declarou Pestana, referindo-se ao ex-presidente nacional do PSDB, morto em março passado. Pernambucano, Guerra era amigo de Eduardo Campos. “Foi ele quem negociou esse acordo, sacramentado na casa do Eduardo.”

Nesta segunda-feira (19), após participar da solenidade de lançamento da candidatura do ex-governador tucano Antonio Anastasia ao Senado, Aécio também disse meia dúzia de palavras sobre a movimentação do PSB. “Eu não mudarei a minha estratégia e, tampouco, o entendimento, os acordos que firmei. Pelo menos da minha parte, eles serão honrados.” Indagado sobre a motivação do PSB, Aécio absteve-se de comentar: “Não posso dizer. Tem que perguntar para eles.”

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