Reforço internacional seguirá padrão de megaeventos esportivos e, sem porte de armas, se limitará a auxiliar forças brasileiras dentro e fora dos estádios. Entre possíveis atividades, monitorar torcedores violentos.
A
partir de junho, mais de 200 policiais estrangeiros desembarcarão no
Brasil para reforçar a segurança das cidades-sede e, eventualmente,
auxiliar torcedores de outros países durante a Copa do Mundo. O reforço
internacional em segurança, comum em megaeventos esportivos, vai atuar
dentro e fora dos estádios.
Os policiais estrangeiros – que estarão fardados com uniformes dos seus
países de origem – vão acompanhar o deslocamento de atletas e técnicos
e, também, auxiliar no contato com torcedores. Eles poderão ajudar, por
exemplo, na identificação de cartazes de incitação ao racismo ou à
violência em outros idiomas e no monitoramento de brigas entre
torcedores de suas seleções...
Parte dos policiais estrangeiros deverá ficar dentro e nas proximidades
dos estádios, e a outra em três centros integrados de comando e
controle, de inteligência e antiterrorismo localizados em Brasília e no
Rio de Janeiro. Desses locais, os estrangeiros poderão checar os
antecedentes criminais de torcedores e turistas nos bancos de dados de
seus países de procedência.
Além dos 31 países que enviam suas seleções para a Copa, o reforço
policial internacional contará também com 15 países cujas seleções não
se classificaram para o evento, mas são consideradas estratégicas pelo
Brasil para a segurança do Mundial. Entre eles Israel, Cuba e China,
além de países fronteiriços, como Peru, Bolívia e Venezuela.
Sem poder de polícia
De acordo com o Ministério da Justiça, cada país cuja seleção foi
classificada para a Copa poderá enviar sete membros de suas forças de
segurança para o evento. Já as nações que não classificaram suas
seleções devem mandar três policiais. Os policiais estrangeiros – que
vão atuar em conjunto com policiais federais brasileiros que falem
inglês – terão a função auxiliar e não vão ter poder de polícia nem
portar qualquer armamento.
Alemanha vai enviar sete policiais para acompanhar torcedores e a seleção alemã
A participação de forças de segurança estrangeiras é comum em
megaeventos internacionais e já foi colocada em prática, por exemplo, na
Eurocopa realizada na Polônia e Ucrânia (2012); e nos Mundiais da
África do Sul (2010) e da Alemanha (2006).
De acordo com o Ministério do Interior alemão (BMI), mais de 570
policiais de 13 países europeus participaram da ação de segurança e
deram “dicas decisivas” sobre os torcedores de seus países à polícia
durante o Mundial de 2006.
O BMI informou que os policiais que serão enviados ao Brasil são
especialmente treinados e têm experiência com hooligans e outros
possíveis torcedores violentos que atuam na Alemanha. Além disso, eles
pretendem dividir suas experiências e conhecimentos com os colegas
brasileiros. “Os policiais vão ser interlocutores dos torcedores alemães
nas cidades-sede”, diz a nota.
Além de atuar nas 12 cidades-sede, os policiais estrangeiros também
serão utilizados como representantes de seus países em Brasília. No
Brasil durante o Mundial estarão presentes também representantes da
Interpol, Ameripol e da ONU. O valor total da operação da cooperação
policial internacional ainda não foi confirmado pelo governo federal.
Fonte: FERNANDO CAULYT - portal DW - 20/05/2014 - - 01:08:59 BLOG do SOMBRA
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