Nesta primeira etapa, que vai até sexta-feira, devem ser ouvidas mais de 200 testemunhas.
Os trabalhos da instrução criminal do caso Cachoeira, resultante das
investigações da Polícia Federal na Operação Monte Carlo, tiveram início
na tarde desta segunda-feira (19/5) e devem seguir até a próxima
sexta-feira (23/5). A expectativa é que mais de 200 testemunhas sejam
ouvidas nesta etapa...
Na próxima semana, a partir do dia 26, os 50 envolvidos nas
investigações da Operação Monte Carlo citados na instrução serão
ouvidos. “Nesta semana, os réus não têm voz. O interrogatório será
apenas semana que vem”, explicou o juiz federal substituto Francisco
Vieira Neto, da 11ª Vara Federal de Goiás, ao dar início aos trabalhos
desta segunda-feira.
Compareceram a esta primeira audiência os réus Adriano Aprígio de
Souza, ex-cunhado do empresário Carlos Augusto Ramos (Carlinhos
Cachoeira), o coronel Sérgio Katayama, o major Antonil Ferreira, dentre
outros.
Uma das primeiras testemunhas ouvidas na audiência foi o agente da
Polícia Federal, Renato Moreira Peixoto, que participou de diligências
da Operação Monte Carlo. Questionado pelo juiz se saberia classificar o
vínculo dos policiais envolvidos no esquema com a cúpula da quadrilha,
Renato afirmou que o coronel Katayama “seria uma pessoa com tratamento
diferenciado devido ao cargo de chefia dentro da corporação”.
Em contrapartida, o tenente-coronel Laércio dos Santos, em depoimento,
destacou a honestidade presenciada por ele em relação a Katayama e
também ao major Antonil. Laércio trabalhou no serviço de inteligência da
PM durante um ano e três meses e durante este período, segundo ele, não
foi possível identificar as ações da associação criminosa comandada por
Cachoeira.
Durante os depoimentos também foi discutida a existência do documento,
de autoria da então Secretaria de Segurança Pública (SSP), que coibia a
atuação de PMs no combate à contravenção no Entorno do Distrito Federal.
“Dizia-se que a Polícia Militar deveria seguir sua atividade de polícia
ostensiva, e o combate ao jogo de azar seria uma atividade que
demandava investigação”, explicou Laércio dos Santos.
Nesta primeira audiência foi ouvida ainda a vizinha dos pais do réu
Adriano Aprígio de Souza, ex-cunhado de Carlinhos Cachoeira e suposto
laranja do contraventor. A testemunha afirmou desconhecer qualquer
envolvimento, que não de convívio familiar, entre os réus. A mulher
destacou durante seu depoimento a conduta de Adriano e o seu empenho à
frente do laboratório farmacêutico Vitapan, em Anápolis. A resposta foi
uma justificativa ao fato de a empresa, que começou com uma estrutura
mínima, chegar ao montante de R$ 100 mil referente ao seu valor de
mercado.
Adriano Aprígio chegou a ser preso no início de 2012 acusado de ter
enviado e-mails com ameaças para a procuradora da República Léa Batista
de Oliveira, uma das responsáveis pela deflagração da Operação Monte
Carlo.
Fonte: MARCELO GOUVEIA - Jornal Opção - 20/05/2014 - - 07:53:07 BLOG DO SOMBRA
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