Aécio e Kassab são políticos completamente diferentes. Enquanto o
tucano negocia acordos que valem, respeitando os espaços alheios, Kassab
faz um verdadeiro leilão do seu tempo de TV. Por isso, é praticamente
impossível que PSDB e PSD estejam juntos nas eleições presidenciais,
apesar desta união ser desejada pela ampla maioria do partido de Kassab.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG)
admitiu nessa segunda-feira, 19, a possibilidade de "conversar" com o
ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles (PSD) sobre a vaga de vice na
chapa encabeçada pelo tucano para a corrida presidencial.
"Não dou sinais que depois
não possam ser correspondidos. O Meirelles é um nome extremamente qualificado,
que o Brasil inteiro respeita, mas o que vejo hoje é que seu partido tem um
compromisso com a presidente da República. Se isso mudar, vamos
conversar", declarou.
"Sempre tenho uma posição de
respeitar muito os partidos políticos que atuam em outro campo. Tanto o PSD
quanto alguns outros partidos cogitados para estarem ao nosso lado têm uma
aliança ao menos anunciada com o governo federal. Cabe a mim respeitar essa
aliança", acrescentou o senador.
O tucano lembrou também que o
partido comandado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab integra a base de apoio ao
governo de Minas, comandado por mais de 11 anos pelo PSDB e hoje sob gestão de
Alberto Pinto Coelho (PP), aliado do tucanato no Estado, e deve participar da
coligação em torno da candidatura do ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB) ao
Executivo estadual.
"Fico muito feliz de o PSD
estar aqui ao nosso lado, junto com outras forças políticas, mas vamos aguardar
que as coisas avancem (no plano federal)", disse Aécio.
As afirmações foram feitas em
evento para a confirmação oficial da chapa que disputará o governo de Minas
que, além de Pimenta, terá o presidente da Assembleia Legislativa de Minas,
deputado estadual Dinis Pinheiro (PP), como candidato a vice e o ex-governador
e também tucano Antonio Anastasia concorrendo a uma vaga no Senado.
Anastasia deixou o cargo em abril
para poder participar do pleito de outubro, mas também terá a função de
coordenar a elaboração do plano de governo da candidatura de Aécio. Dinis
Pinheiro, que foi eleito pelo PSDB, trocou a legenda pelo PP em outubro passado
após perder disputa interna para ser o candidato tucano ao governo.(Estadão)
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