Perfil falso do Metrô diz que vagão é destinado a mulheres e pessoas com outro tipo de deficiência?
jessica.antunes@jornaldebrasilia.com.br
“Vamos
respeitar! O primeiro vagão é reservado para mulheres e pessoas com
outro tipo de deficiência”, dizia, supostamente, o Metrô do Distrito
Federal em publicação de uma rede social. A frase absurda, no entanto,
não passava de uma brincadeira que deu o que falar. Há seis dias, um
estudante da Universidade de Brasília (UnB) criou uma conta falsa no
microblog com o nome da empresa. De lá para cá, foram mais de 80
publicações. O perfil era para ser uma sátira, mas se tornou um
problema. E o Metrô-DF não gostou.
Em
nota oficial, a companhia informou que não possui um perfil na rede
social e que a intenção desta página seria “difamar a imagem da
instituição”. O criador da página, no entanto, recusa essa
caracterização. “Minha intenção era criticar o metrô, mas sem ser de
forma engajada, clichê e chata”, contou, em entrevista ao Jornal de
Brasília. Temendo as consequências da exposição, ele preferiu não se
identificar.
Transtornos
“Eu tinha a ideia de criar a conta há certo tempo porque muita
coisa me incomoda nesse transporte público de Brasília e não é só o
metrô”, explica o jovem. Segundo ele, depois da suspensão da última
greve do metrô, no início de maio, ele perdeu uma prova de concurso
público por conta de um trem quebrado. “Perdi o teste, tive que caminhar
nos trilhos até a estação mais próxima... Enfim, isso me irritou
bastante”, desabafa.
Oficial X sátira
Quando tomou conhecimento da página falsa, o Metrô divulgou a nota
oficial. De acordo com a companhia, como o estudante não deixou claro
que se tratava de uma sátira, “houve a necessidade de esclarecer à
população que não eram informações oficiais”.
Criador da página pode ser punido
A página repercutiu. No Facebook, o Governo do Distrito Federal
fez uma publicação com a nota do Metrô. Nesse momento, a palavra
“oficial”, que estava no perfil falso e indicava originalidade, foi
retirada “para evitar processos”. Nessa publicação, o autor se
identificou e não se arrepende. “Eu sabia que esse tipo de problema ia
acontecer cedo ou tarde, mas não esperava que tivesse essa repercussão
tão rápida”, assume.
Conversa pode resolver mal-estar
Apesar de estar no direito de recorrer à Justiça, a intenção do
Metrô e do GDF é tratar da situação sem essa necessidade. “Após a
identificação do suposto dono da página falsa, a ideia é que ele seja
procurado para uma conversa. Podemos fazer uma negociação amigável ou
abrir uma ação judicial. Estamos tentando estabelecer os primeiros
contatos”, afirmou a Secretaria de Comunicação do DF. O metrô informou
que já solicitou à rede social a suspensão da conta. Apesar disso, até o
fechamento desta matéria, ninguém havia entrado em contato com o autor
da página.
A página teve maior alcance quando o autor começou com algumas
postagens e replicou com sua conta pessoal, que tem mais de 25 mil
seguidores. Depois das consequências, ele diz que vai tomar mais cuidado
com as postagens, mas garante que a página continuará ativa “porque o
foco não é criticar ideologias ou coisas do tipo, mas sim o transporte
público”.
Saiba mais
A publicação do GDF que alertava sobre o caso, feita na sexta-feira passada, desapareceu, mas foi repostada na segunda-feira.
De acordo com a Secretaria de Comunicação, a postagem foi excluída acidentalmente pelo gestor de conteúdo.
O Metrô-DF não possui conta em nenhuma rede social.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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