quarta-feira, 28 de maio de 2014

Brincadeira polêmica nas redes sociais



Perfil falso do Metrô diz que vagão é destinado a mulheres e pessoas com outro tipo de deficiência?

jessica.antunes@jornaldebrasilia.com.br


“Vamos respeitar! O primeiro vagão é reservado para mulheres e   pessoas com outro tipo de deficiência”, dizia, supostamente, o Metrô do Distrito Federal em   publicação de uma rede social. A frase absurda, no entanto, não passava de uma brincadeira que deu o que falar. Há seis dias, um estudante da Universidade de Brasília (UnB) criou uma conta falsa no microblog com o nome da empresa. De lá para cá, foram mais de 80 publicações.   O perfil era para ser uma sátira, mas se tornou um problema. E o Metrô-DF não gostou.
 
Em nota oficial, a companhia informou que não possui um perfil na rede social e que a intenção desta página seria “difamar a imagem da instituição”. O criador da página, no entanto, recusa essa caracterização. “Minha intenção era criticar o metrô, mas sem ser de forma engajada, clichê e chata”, contou, em entrevista ao Jornal de Brasília. Temendo as consequências da exposição, ele preferiu não se identificar.
 
Transtornos
 
“Eu tinha a ideia de criar a conta   há certo tempo porque muita coisa me incomoda nesse transporte público de Brasília e não é só o metrô”, explica o jovem. Segundo ele, depois da suspensão da última greve do metrô, no início de maio, ele perdeu uma prova de concurso público por conta de um trem quebrado. “Perdi o teste, tive que caminhar nos trilhos até a estação mais próxima... Enfim, isso me irritou bastante”, desabafa.
 
Oficial X sátira
 
Quando tomou conhecimento da página falsa, o Metrô divulgou a nota oficial. De acordo com a companhia, como o estudante não deixou claro que se tratava de uma sátira, “houve a necessidade de esclarecer à população que não eram informações oficiais”.
 
Criador da página pode ser punido
 
A página repercutiu. No Facebook, o   Governo do Distrito Federal  fez uma publicação com a nota do Metrô. Nesse momento, a palavra “oficial”, que estava no perfil falso e  indicava originalidade, foi retirada “para evitar processos”. Nessa publicação, o autor se identificou e não se arrepende. “Eu sabia que esse tipo de problema ia acontecer cedo ou tarde, mas não esperava que   tivesse essa repercussão tão rápida”, assume.
 
Conversa pode resolver mal-estar
 
Apesar de estar no direito de recorrer à Justiça, a  intenção do Metrô e do GDF é tratar da situação sem essa necessidade. “Após a identificação do suposto dono da página falsa, a ideia é que ele seja procurado para uma conversa. Podemos fazer uma negociação amigável ou abrir uma ação judicial. Estamos tentando estabelecer os primeiros contatos”, afirmou a Secretaria de Comunicação do DF. O metrô informou que já solicitou à rede social a suspensão da conta. Apesar disso, até o fechamento desta matéria, ninguém havia entrado em contato com o autor da página.
 
A página teve maior alcance quando o autor começou com algumas postagens e replicou com sua conta pessoal, que tem mais de 25 mil seguidores. Depois das consequências, ele diz que vai tomar mais cuidado com as postagens, mas garante que a página continuará ativa “porque o foco não é criticar ideologias ou coisas do tipo, mas sim o transporte público”.
 
Saiba mais
 
A publicação do GDF que alertava sobre o caso, feita na sexta-feira passada, desapareceu, mas foi repostada na segunda-feira.
 
De acordo com  a Secretaria de Comunicação, a postagem foi excluída acidentalmente pelo gestor de conteúdo.
 
O Metrô-DF não possui conta em nenhuma rede social.
 
 
 
 
 
 
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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