quarta-feira, 28 de maio de 2014

Pais temem efeito da Copa do Mundo no ensino dos filhos


Alunos de colégios particulares que escolheram seguir as datas previstas em lei por causa do Mundial no Brasil sofrem com a grande quantidade de conteúdo ensinada em pouco tempo no primeiro semestre


Publicação: 28/05/2014 06:05 Correio Braziliense


Faltam duas semanas para o início das férias previstas na Lei Geral da Copa do Mundo. Enquanto muitas crianças estão animadas com a possibilidade de acompanhar tranquilamente o torneio, os pais se preocupam com a distribuição do conteúdo no ano letivo. Segundo eles, as matérias foram dadas em ritmo acelerado para que o calendário exigido pelo governo fosse cumprido. No Distrito Federal, o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe-DF) conseguiu, por meio de liminar na Justiça, que as escolas fizessem o próprio calendário. Assim, alguns colégios escolheram manter os tradicionais 15 dias de recesso — em vez dos 30 recomendados pela Lei Geral.

Não foi o caso do representante comercial Redson Teodoro da Silva, 42 anos. O grande problema, para ele, será com quem deixar o filho Guilherme, 9 anos, durante as quatro semanas de recesso. A escola particular na qual o garoto estuda aderiu ao calendário da Copa. “Vai ser difícil porque vamos ter que deixar em casa de avó, de tia. Temos que achar algum lugar para ele ficar. Eu e a minha esposa não vamos ter férias, aí fica complicado”, lamenta. Maria José Roquete, 60, mãe de Fernanda Roquete, 9 — que estuda com Guilherme —, critica a correria para ensinar todo o conteúdo em um período menor. “Outro problema é que eles vão dividir o trimestre no meio, e a segunda prova vai ser só em agosto. As crianças vão perder o ritmo de estudo”, argumenta Maria.

Quando a Lei Geral da Copa foi votada e estabeleceu-se que as férias escolares teriam que se estender de 12 de junho a 13 de julho de 2014, os professores ligados ao Sinepe se reuniram para entrar com uma liminar na Justiça. Em agosto de 2013, eles conseguiram a decisão favorável, vinda da 7ª Vara da Fazenda Pública do DF. Assim, as escolas particulares podem tanto seguir o calendário previsto em lei como o sugerido pelo Sinepe. Na segunda modalidade, a proposta é que as aulas sejam suspensas nos dias em que ocorrerão jogos em Brasília ou da Seleção Brasileira: 19, 23, 26 e 30 de junho. O recesso fica para as duas primeiras semanas de julho, quando a Copa estiver na reta final.

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