quarta-feira, 28 de maio de 2014

Transporte público: Quatro capitais têm greve de ônibus nesta quarta-feira


Em Florianópolis, São Luís e Salvador, 100% da frota está paralisada. Já no Rio de Janeiro paralisação da categoria é esvaziada: 90% dos ônibus circulam.


Em protesto, rodoviários param ônibus em vários pontos de Salvador. Apesar do acordo firmado entre o sindicato dos rodoviários da Bahia e entidades patronais para evitar a greve de ônibus prevista para esta terça-feira (27), um grupo de rodoviários não concordou com a proposta aprovada (Romildo de Jesus/Futura Press/Folhapress )...
 
A população de quatro capitais brasileiras é castigada nesta quarta-feira por greves de motoristas e cobradores: em Salvador, na Bahia, São Luís, no Maranhão, e Florianópolis, Santa Catarina, 100% da frota de ônibus está paralisada. Já no Rio de Janeiro, onde uma paralisação de 24 horas foi anunciada na noite de terça, os ônibus circulam, mas em número reduzido.
 
A greve na capital catarinense começou nesta quarta e afeta pelo menos 250.000 pessoas, segundo informações do jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo. Os grevistas justificam a paralisação afirmando que pretendem evitar demissões de cobradores. Já a prefeitura garante que os profissionais não perderão seus empregos.
 
Já em São Luís, os ônibus deixaram de circular completamente na terça-feira. Os profissionais do setor, contudo, estão em greve desde a última quinta. Pelo menos 750.000 pessoas são prejudicadas pela paralisação. A categoria, que conta com 4.500 integrantes, alega que não houve avanço nas negociações entre trabalhadores e patrões e por isso decidiu cruzar definitivamente os braços para pressionar os empresários do setor a apresentarem uma proposta de reajuste salarial. 
 
Na capital baiana, a greve entra nesta quarta em seu terceiro dia. Na terça-feira, nenhum ônibus da frota comum circulou em Salvador. Na segunda, houve um acordo entre sindicato e empresários do setor na noite de segunda, mas motoristas optaram pela paralisação por não concordarem com os termos da proposta. Alguns rodoviários não aceitaram a validade da assembleia comandada pelo sindicato. Eles alegam que a proposta do patronato foi apreciada por um grupo de 40 motoristas e cobradores vinculados ao sindicato. A paralisação atrapalha o cotidiano de cerca de 1,5 milhão de pessoas. Os rodoviários pedem 16% de aumento salarial; reajuste do vale-alimentação; inclusão de um dependente no plano de saúde e implantação do plano odontológico.
 
No Rio de Janeiro, a paralisação começou à meia-noite desta quarta-feira, seguindo a decisão de um grupo de cerca de 150 rodoviários que, reunidos em assembleia na Candelária, no Centro da cidade, aprovou a greve de 24 horas. Mais uma vez, o movimento ocorre à revelia do sindicato da categoria. Desta vez, no entanto, há uma “determinação” dos grevistas de manter 30% da frota em circulação. Nas últimas três semanas, o mesmo grupo de motoristas e cobradores deixou o Rio sem transporte em três ocasiões – na última delas, por 48 horas seguidas, nos dias 13 e 14. A greve desta quarta afeta parcialmente as zonas Norte e Oeste, onde passageiros se acumulam em pontos e terminais, com dificuldades de embarcar em condução para o Centro e a Zona Sul. Também na estação ferroviária Central do Brasil (pontos final das linhas suburbanas, no centro) há aglomeração nos pontos. Ainda não há informações sobre veículos depredados, como aconteceu nas greves ocorridas neste mês. O Rio Ônibus, sindicato das empresas, estima que 90% da frota de ônibus do Rio está circulando sem problemas.
 
De acordo com a Secretaria Municipal de Transportes, trens, barcas e metrô estão operando com reforços nas viagens. Em uma primeira avaliação, a adesão de motoristas e cobradores à paralisação, decidida à revelia do sindicato da categoria, é menor do que nas greves que colocaram em colapso o sistema de transportes do Rio há duas semanas. Costumeiro ponto de aglomeração na zona oeste, a favela Rio das Pedras tinha às 7h30 movimento reduzido.
 
Os grevistas no Rio, sem o apoio do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de ônibus do município do Rio (Sintraturb), não aceitam o acordo coletivo assinado em abril, que garantiu aumento de 10% à categoria. A comissão de greve exige reajuste salarial de 40% e outros benefícios. Em nota, o Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas, afirmou que a decretação da greve por um grupo dissidente de 150 rodoviários é “uma afronta à Justiça e à sociedade". Informou ainda que solicitará à Justiça que a greve seja considerada abusiva e que seja determinada a imediata suspensão.

Fonte: Revista Veja - 28/05/2014 - - 09:22:22  BLOG do SOMBRA

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