Não é só nas redes sociais que a guerra suja do PT está em andamento.
Até mesmo para difamar a oposição junto a empresários existe uma
campanha em andamento, conforme matéria abaixo do Valor Econômico.
Confirmada a candidatura da presidente Dilma Rousseff à
reeleição, o próximo passo da campanha será conversar com os empresários que
estão lotando as plateias dos candidatos de oposição, Aécio Neves (PSDB) e
Eduardo Campos (PSB), para mostrar a eles o que vai significar a saída do PT do
poder.
Emissários serão enviados para iniciar essas conversas e aos
empresários será dito que se a oposição for vitoriosa nas eleições de outubro
será o fim do crédito subsidiado do BNDES, o fim das desonerações da folha de
salários, haverá um realinhamento instantâneo dos preços da gasolina e da
energia e o programa Minha Casa Minha Vida, que alimenta a indústria da
construção civil, também vai acabar. "Ou seja, eles (Campos ou Aécio) vão dar um cavalo de
pau na economia que será recessivo", disse um assessor de Dilma.
Quando usou a rede nacional de rádio e televisão para um
pronunciamento em comemoração ao 1º de maio, a presidente Dilma Rousseff falou
como candidata. Vestiu tailleur azul, dispensando o vermelho do Partido dos
Trabalhadores; definiu de que lado está - "dos mais pobres e da classe média"
-; e entrou na disputa com a segurança de que terá o apoio do PT.
O movimento "Volta Lula" já havia sido equacionado
em uma conversa dela com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há
exatamente um mês, no dia 4 de abril, em São Paulo. Ali, o martelo foi batido:
a candidata é Dilma Rousseff. Espera-se, assim, que o crescente apelo para o
retorno do ex-presidente esteja estancado.
No Palácio do Planalto o diagnóstico é de que Dilma perdeu
um pedaço importante da base de eleitores do governo do PT, que desde Lula tem
girado em torno de 42% dos votos, por causa da inflação. Foram os aumentos de
preços, sobretudo dos alimentos, que a fez cair para a casa dos 36% a 37% das
intenções de voto.
O pronunciamento do 1ºde maio foi destinado a reconquistar
esses eleitores. A ideia que Dilma pretendeu deixar clara no discurso foi de
que "eu tenho lado e o meu lado é o dos trabalhadores", explicou uma
fonte oficial. Com esse mesmo objetivo, ela anunciou as medidas de correção
de 4,5% da tabela do Imposto de Renda, em 2015 (índice abaixo da inflação de
mais de 6%); e o reajuste do Bolsa Família.
Assessores da presidente recomendam não buscar no texto do
pronunciamento sinalizações para um eventual segundo mandato. Mesmo o
compromisso com a valorização do salário mínimo, assumido no discurso, não deve
ser lido necessariamente como a manutenção da atual fórmula de reajuste cuja
vigência se encerra em dezembro de 2015.
A partir da certeza de que Dilma é a candidata do PT, seu
governo começou a mudar de comportamento, disse uma fonte oficial. Por exemplo,
reagiu de imediato à tentativa da Cemig, distribuidora de energia de Minas
Gerais, Estado governado pelo PSDB de Aécio Neves, de responsabilizar o governo
federal pelo aumento de 14,3% da tarifa de energia. Coube à Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) responder que, ao contrário, a Cemig queria um
reajuste bem mais salgado, de 29,74%, e que à agência reguladora cabe apenas
estabelecer um teto para os aumentos de preços.
De agora até as eleições de outubro, a presidente estará
voltada para a campanha. Não será encontrado nos seus discursos o que o PT tem
chamado de "sincericídio" dos candidatos de oposição, ou seja, a
antecipação de medidas duras que terão que ser tomadas na área econômica para
recolocar o país na trilha do crescimento.
Não haverá, assim, clareza do que será um eventual segundo
mandato de Dilma, embora se saiba que ela também terá que promover ajustes se
quiser colher melhores resultados do que os do primeiro mandato. Nesse período
o país conviveu com inflação alta e crescimento baixo como produto das escolhas
do governo. Campanha, como lembrou uma fonte próxima à presidente, é
para ganhar a eleição. Governar é outra coisa. (Valor Econômico)
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