segunda-feira, 5 de maio de 2014

Servidores da Caesb ameaçam cruzar os braços


05/05/2014 às 07:00:00

Categoria já ganhou aumento de 6% entre maio de 2013 e abril deste ano e pede novo reajuste
 

redacao@jornaldebrasilia.com.br

Mais um órgão de prestação de serviços públicos pode entrar em greve a partir desta semana. Agora é a  vez de funcionários da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) prometerem cruzar os braços. Eles reivindicam, entre outros pontos, a reposição de perdas sob inflação e reajuste salarial de 12%. 

A Caesb, por sua vez, argumenta   que entre maio de 2013 e abril deste ano já concedeu reajuste de 6% à categoria. Para a companhia, os servidores públicos optam pela radicalização dos movimentos em virtude da proximidade de grandes eventos, como a Copa do Mundo.

Apesar do imbróglio, uma rodada de negociações pode ocorrer já na próxima quarta-feira, quando está prevista uma reunião entre funcionários e a diretoria da Caesb.  Mas a companhia ressalta que passa por uma crise financeira e que precisou até mesmo recorrer a empréstimos bancários para garantir o pagamento dos funcionários no final do mês. Em 2005, a folha de pessoal correspondia a 34% da arrecadação, a passo que hoje o percentual cresceu para 47%.
“Todo esse crescimento vem sendo provocado, principalmente, pelos benefícios e reajustes concedidos nos últimos três anos. Só os salários dos empregados, sem contar outros benefícios, tiveram reajuste de algo em torno de 15% acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no período de 2011 a 2013”, observou o presidente da Caesb, Oto Silvério Guimarães.

Despesa

O presidente da companhia destaca ainda que os reajustes concedidos pela Caesb têm servido como parâmetro para negociações de outras categorias do serviço público.

“O maior gargalo está na dificuldade de reduzir despesa quando a folha de pagamento de pessoal cresce, ano a ano, mesmo que nenhum outro reajuste seja concedido aos empregados. O aumento da folha é impulsionado por reajustes embutidos no Plano de Cargos e Salários, gratificação de titularidade e anuênios”, explicou.

Assembleia marcada para quinta-feira

Segundo líderes do Sindágua – sindicato que representa a categoria –, uma assembleia dos servidores está marcada para a próxima quinta-feira. “Entregamos no dia 5 de março uma pauta com as nossas reivindicações. O acordo coletivo entre a empresa e o sindicato, que tinha duração de dois anos, venceu no último dia 30 de abril e até agora não sentamos para renovar. Houve uma contraproposta da Caesb”, afirmou o diretor do sindicato, Igor Pontes.

Segundo ele, não houve avanço salarial e foi cobrado da diretoria da empresa a contratação dos aprovados em concurso público. “O Ministério Público já analisou e o Tribunal Regional do Trabalho transitou em julgado a retirada dos funcionários terceirizados que atuam em manutenção de rede e corte e ligação de água, mas a Caesb ainda não executou a determinação. Ainda assim, há uma lista grande de terceirizados pulverizados em vários setores”, disse Pontes.

O sindicalista argumenta ainda que a Caesb conta atualmente com uma lista de espera de ao menos 1,5 mil  aprovados em concurso. Recentemente, a companhia abriu um Programa de Demissão Voluntário (PDV), que teria resultado na saída de mais de cem funcionários do órgão.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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