segunda-feira, 5 de maio de 2014

Detonando o pronunciamento de Dilma sobre a Petrobras




Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por João Vinhosa

Apesar de discordar de diversos outros aspectos tratados no “Pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff a respeito do Dia do Trabalho”, limitar-me-ei a criticar os que dizem respeito à Petrobras.

Não só venho criticar as palavras de Sua Exª, mas também desafiá-la a, em busca da verdade, processar-me judicialmente.

Desafio Dilma a processar-me, para que eu possa provar perante a Justiça a veracidade das denúncias que lhe encaminhei sobre a Gemini – espúria sociedade da Petrobras com uma empresa privada, arquitetada no período em que ela acumulava os cargos de Ministra de Minas e Energia e presidente do Conselho de Administração da Petrobras.

Desafio Dilma a processar-me, depois de já ter prestado depoimento à Polícia Federal, e já ter apresentado denúncia ao Ministério Público Federal, conforme relatado a seguir.

Em 29 de setembro de 2011, prestei depoimento ao Delegado Gilvan Cleófilas Garcia de Paula na Delegacia da Polícia Federal de Campos dos Goytacazes (RJ). Na oportunidade, apresentei um relatório contendo 11 páginas e 21 anexos. Acontece que nunca fui questionado sobre minhas comprovações, nem mesmo sobre minha acusação segundo a qual o criminoso Acordo de Quotistas datado de janeiro de 2004 possibilita que a sócia majoritária da Gemini superfature eternamente contra a Petrobras.

Na denúncia por mim feita ao MPF em 19 de outubro de 2010, detalhei oito fortes evidências da prática de tráfico de influência no caso Gemini. Ao arquivar minha denúncia, o Procurador da República Paulo Roberto Galvão de Carvalho mudou o foco da mesma. Sem nem mesmo comentar qualquer das evidências por mim detalhadas, referido Procurador, praticamente, me acusou de estar caluniando a presidenta Dilma, chegando a afirmar que: 

1 – “O objeto destas peças informativas é, exclusivamente, o suposto tráfico de influência imputado à Presidenta da República”; 

2 – “A alegação de tráfico de influência praticado pela então Ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff, foi mera ilação”; 

3 –“Aprovação da formação da sociedade pelo CADE, ilícito este que teria sido praticado pela Presidenta da República, Dilma Rousseff”.

Naturalmente, no esperado processo que Dilma moverá contra mim será apurado que fim levou o depoimento que prestei à Polícia Federal, e se, de fato, eu imputei a Dilma o crime de tráfico de influência.

A seguir, serão apresentadas as declarações (contidas no pronunciamento de Dilma) que provocaram minha indignação, e as minhas acusações não contestadas por Dilma.


Declarações de Dilma


Garantindo ter força para continuar na sua luta para “aumentar a transparência”, Dilma declarou: “não podemos permitir, como brasileiros que amam e defendem seu país”, a tentativa de “destruir a imagem da nossa maior empresa”.

Além disso, a atual presidente da República foi categórica: “O que envergonha um país não é apurar, investigar e mostrar. O que pode envergonhar um país é não combater a corrupção, é varrer tudo para baixo do tapete”.

Mais: Dilma afirmou que não ia “ouvir calada” a campanha negativa para ferir a imagem da Petrobras – “empresa que o trabalhador brasileiro construiu com tanta luta, suor e lágrimas” (palavras de Dilma, bem ao estilo do admirável Churchill, autor da histórica frase “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor”).

Mais ainda: enfatizando que o que tiver de ser apurado vai ser apurado com o máximo rigor, Dilma afirmou que “não transigirei, de nenhuma maneira, em combater qualquer tipo de malfeito ou atos de corrupção, sejam eles cometidos por quem quer que seja”.


O silêncio de Dilma


Indignado com o fato de a então presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Dilma Rousseff, não se manifestar diante de minhas comprovadas denúncias de atos lesivos à empresa, dirigi-me a ela em 3 de novembro de 2009, protocolando um duro documento, no qual pode ser lido o trecho a seguir transcrito:  

“Não é pelo sádico prazer de aporrinhar V. Exª. que volto, mais uma vez, à sua ilustre presença. Faço-o, porque a arrogância e a prepotência de administradores públicos que imaginam estarem dispensados de prestar contas de seus atos à sociedade agridem a minha cidadania de maneira insuportável. V. Exª. há de convir que o caso que ora nos ocupa deveria – mesmo se fosse única e exclusivamente por mera questão de pudor – merecer um mínimo de atenção da alta administração da Petrobras. Afinal, o procedimento de seus administradores foi colocado sob suspeita de ter ocasionado um ato altamente lesivo ao interesse público”.

E aquela que garantiu ter força para continuar na sua luta para “aumentar a transparência” não se manifestou, tornando lícito supor que ela admitia “ouvir calada” denúncia com o potencial de ferir a imagem da “empresa que o trabalhador brasileiro construiu com tanta luta, suor e lágrimas”.

Para evitar que importantes detalhes sejam desconsiderados, e para municiar eventual processo contra minha pessoa, ao final, será apresentado uma relação de links da íntegra de vários documentos. Entre tais links se encontram o do depoimento à Polícia Federal, o da denúncia ao MPF, o de denúncias protocoladas para Dilma, o da série de vídeos “Saia do armário, Dilma!” e o do site “Maracutaias na Petrobras”, onde se encontram outras denúncias feitas por “brasileiros que amam e defendem seu país”.

Conclusão

Depois que Dilma confessou que autorizou a compra da refinaria de Pasadena porque lhe omitiram duas determinadas cláusulas contratuais, é absolutamente inadmissível que ela não determine providências no sentido de apurar quem é o responsável pela cláusula 3.2 do Acordo de Quotistas da Gemini firmado em 29 de janeiro de 2004. Tal cláusula deixa a Petrobras indefesa, passível de ser submetida a uma rapinagem consentida, conforme expliquei didaticamente à Polícia Federal e ao MPF.

Confiando que, de fato, Dilma continuará sua luta para “aumentar a transparência”, os “brasileiros que amam e defendem seu país” ficam na espera para saber o que aconteceu com o citado Acordo de Quotistas, e quem é o culpado pelo prejuízo que ele já causou, está causando e continuará causando até que providências sejam tomadas.

João Vinhosa é Engenheiro - joaovinhosa@hotmail.com
A seguir, a relação de links anunciada

     



/Carta_30-01-2007_protocolada_Petrobras_15-02-2007.pdf .




https://www.youtube.com/watch?v=Mch9yUu6aGs  (“SAIA DO ARMÁRIO, DILMA!” – PARTE 1)

https://www.youtube.com/watch?v=5H6MIj-ytAg (“SAIA DO ARMÁRIO, DILMA!” – PARTE 2)

https://www.youtube.com/watch?v=302F6USwq7s  (“SAIA DO ARMÁRIO, DILMA!” – PARTE 3)


Postado por Jorge Serrão às 09:22:00

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