04 de maio de 2014 | 21h 17
RICARDO DELLA COLETTA - Agência Estado
O deputado licenciado André Vargas (PR) atribui a "uma
interpretação apressada" a suspeita de que o ex-ministro da Saúde e
pré-candidato a governador de São Paulo, Alexandre Padilha, teria
indicado um ex-assessor da pasta para trabalhar no Labogen, laboratório
que, de acordo com a Polícia Federal (PF), centralizava o esquema de
lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef e desbaratado
pela Operação Lava Jato em 17 de março.
Durante as investigações, os policiais federais interceptaram uma
mensagem de texto enviada por celular de Vargas para Youssef na qual o
deputado afirma: "Foi Padilha que indicou", referindo-se a Marcus Cezar
Ferreira de Moura, que já havia trabalhado no Ministério da Saúde, como
assessor de eventos, por alguns meses no início de 2011. Moura passou a
trabalhar no laboratório meses depois.
O Labogen havia fechado uma parceria com o Ministério da Saúde para fornecimento de remédios. Após a operação da PF, o negócio foi desfeito. A pasta afirma que não realizou nenhum pagamento para o laboratório suspeito. Após a revelação do envolvimento de Vargas com o doleiro - viajou num jatinho de Youssef -, o deputado licenciado deixou o cargo de vice-presidente da Câmara. Quando o nome de Padilha apareceu, Vargas passou a ser pressionado pelo PT para renunciar ao mandato. Desfiliou-se do partido.
No fim de semana, Vargas negou que Padilha tenha feito a indicação e citou a "interpretação apressada". Numa mensagem de texto, afirmou à reportagem: "Não está dito que o Padilha indicou para o Labogen. Interpretação apressada e fruto de vazamentos seletivos e parciais levou vocês a ''manchetarem'' contra o PT". O deputado federal já havia negado envolvimento de Padilha na indicação, ao Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, e ao jornal Folha de S.Paulo.
Apesar de dizer que a mensagem de texto enviada a Youssef foi mal interpretada, Vargas não quis dizer exatamente em qual contexto ele estava citando o ex-ministro da Saúde. Padilha também nega que tenha indicado Moura para o Labogen. O ex-ministro interpelou Vargas judicialmente para que ele confirme ou negue o conteúdo das mensagens trocadas com o doleiro, que está preso desde março sob acusação de comandar o esquema de lavagem de dinheiro que envolve o laboratório. É a partir dessa interpelação que Padilha espera obter munição política para tentar afastar o próprio nome do esquema comandado por Youssef.
O ex-ministro foi citado numa outra conversa, esta do próprio doleiro. Nela, Youssef insinua ter influência sobre o pré-candidato do PT ao governo paulista. Por causa desse diálogo, Padilha afirmou que também vai interpelar Youssef. Vargas agora responde a um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara. Pode, com isso, perder o mandato. A admissibilidade do processo foi aceita na semana passada, quando foi aberto um prazo de dez dias para que ele apresente a defesa. O relator do caso é o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Isolado, Vargas não quis responder se pretende reassumir o cargo na Câmara a fim de fazer pessoalmente a defesa.
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O Labogen havia fechado uma parceria com o Ministério da Saúde para fornecimento de remédios. Após a operação da PF, o negócio foi desfeito. A pasta afirma que não realizou nenhum pagamento para o laboratório suspeito. Após a revelação do envolvimento de Vargas com o doleiro - viajou num jatinho de Youssef -, o deputado licenciado deixou o cargo de vice-presidente da Câmara. Quando o nome de Padilha apareceu, Vargas passou a ser pressionado pelo PT para renunciar ao mandato. Desfiliou-se do partido.
No fim de semana, Vargas negou que Padilha tenha feito a indicação e citou a "interpretação apressada". Numa mensagem de texto, afirmou à reportagem: "Não está dito que o Padilha indicou para o Labogen. Interpretação apressada e fruto de vazamentos seletivos e parciais levou vocês a ''manchetarem'' contra o PT". O deputado federal já havia negado envolvimento de Padilha na indicação, ao Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, e ao jornal Folha de S.Paulo.
Apesar de dizer que a mensagem de texto enviada a Youssef foi mal interpretada, Vargas não quis dizer exatamente em qual contexto ele estava citando o ex-ministro da Saúde. Padilha também nega que tenha indicado Moura para o Labogen. O ex-ministro interpelou Vargas judicialmente para que ele confirme ou negue o conteúdo das mensagens trocadas com o doleiro, que está preso desde março sob acusação de comandar o esquema de lavagem de dinheiro que envolve o laboratório. É a partir dessa interpelação que Padilha espera obter munição política para tentar afastar o próprio nome do esquema comandado por Youssef.
O ex-ministro foi citado numa outra conversa, esta do próprio doleiro. Nela, Youssef insinua ter influência sobre o pré-candidato do PT ao governo paulista. Por causa desse diálogo, Padilha afirmou que também vai interpelar Youssef. Vargas agora responde a um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara. Pode, com isso, perder o mandato. A admissibilidade do processo foi aceita na semana passada, quando foi aberto um prazo de dez dias para que ele apresente a defesa. O relator do caso é o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Isolado, Vargas não quis responder se pretende reassumir o cargo na Câmara a fim de fazer pessoalmente a defesa.
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