Deu no GLOBO hoje: Ingerência do governo na Eletrobras ajuda a causar rombo de R$ 13 bi desde 2012
A crise no
setor elétrico gera, até o momento, duas expectativas ruins e uma
“vítima” real. Para o futuro se espera um forte aumento de conta de luz,
que poderá ficar ainda mais cara até 2019, e o temor de racionamento.
No presente, a grande perdedora é a Eletrobras. A estatal, que
engloba Eletronorte, Eletrosul, Chesf e Furnas, amarga prejuízos
bilionários, recebe valores que não cobrem seus custos, atrasa o
pagamento de fornecedores, é obrigada a entrar em consórcios pouco
conhecidos e com retorno duvidoso e perde seu corpo técnico.
Especialistas acreditam que, devido ao prejuízo acumulado em 2012 e
2013, de R$ 13,217 bilhões, a empresa precisará de socorro do governo
nos próximos anos. Este ano a conta não deve fechar de novo.
A
Eletrobras tem sofrido com a interferência política, usada como braço
empresarial para projetos do governo que causaram os atuais
desequilíbrios do setor elétrico. Com isso, seu valor de mercado desabou de R$ 46 bilhões, em 2010, para os atuais R$ 11,094 bilhões, queda de 75,89%.
As
dificuldades da estatal — cuja direção tem forte ligação com o PMDB, mas
que está também sob influência direta da presidente Dilma Rousseff, que
vem do setor elétrico — não são poucas nem pequenas. A empresa, que em
2006 estava se preparando para se internacionalizar e crescer, começou a
ter problemas quando o governo a obrigou a usar suas subsidiárias para
participar dos leilões de construção das usinas de Santo Antônio e
Jirau, no Rio Madeira. Desde então, a estatal entra com mais de 40% em
todo grande projeto de energia do país.
Apenas mais um caso do “toque de Midas”
às avessas do PT, ou, para ser mais preciso ainda, do seu “toque de
Mierdas”. A presidente Dilma gostava de se gabar de sua experiência como
gestora eficiente no setor elétrico, mas hoje ninguém mais acredita na
piada. O setor está em frangalhos, e a principal estatal acumula bilhões
em prejuízo. As ações perderam muito valor também:
A recuperação recente se deve justamente
às pesquisas eleitorais, que mostram uma probabilidade maior e crescente
de derrota do PT em outubro. Sem essa expectativa, as ações
continuariam ladeira abaixo certamente, pagando o preço da ingerência
política no setor e na estatal.
Se esse é o resultado concreto em um
setor do qual Dilma supostamente entende muito, o que esperar da
economia como um todo sob seu comando? Será que o Brasil aguenta mais
quatro anos de incompetência?
Rodrigo Constantino
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