"Os problemas daqui estão em todos os jornais. Está ruim. Eu recebo ligações dos meus chefes, apavorados, perguntando: 'Tony, você tem certeza de que é seguro?' Eles querem saber se o time estará protegido. Estão preocupados mesmo"
Responsável pela segurança da seleção na Copa foi flagrado pelo jornal
'Daily Mail' enquanto relatava a preocupação dos dirigentes com os
crimes na cidade.
Ônibus são incendiados durante manifestação no Rio de Janeiro (Antonio Scorza/Agência O Globo).
O responsável pela segurança da delegação da Inglaterra na Copa do
Mundo visitou o Brasil recentemente – e foi flagrado por um repórter do
jornal Daily Mail enquanto relatava os temores de seus superiores na
Federação Inglesa (FA, na sigla original). ...
Em reportagem publicada neste domingo, o diário londrino afirma que
Tony Conniford, ex-policial que está trabalhando nos preparativos para a
chegada dos ingleses ao Brasil, revelou ao seu interlocutor (um
brasileiro que não foi identificado) que os dirigentes ingleses estão
"apavorados" com as notícias sobre o banditismo no Rio de Janeiro,
cidade onde a equipe ficará concentrada. O jornal destaca que o hotel
escolhido pela FA (o Royal Tulip) é próximo da favela da Rocinha, e que a
onda de ataques às UPPs na cidade aumentou a preocupação dos ingleses
com a segurança na Copa.
"Os problemas daqui estão em todos os jornais. Está ruim. Eu recebo
ligações dos meus chefes, apavorados, perguntando: 'Tony, você tem
certeza de que é seguro?' Eles querem saber se o time estará protegido.
Estão preocupados mesmo", contou o ex-policial no diálogo ouvido pelo
repórter do Daily Mail. O jornal critica a decisão da FA de colocar o
time no Rio e lembra que a única outra seleção que decidiu ficar na
cidade, a Holanda, escolheu um hotel mais próximo ao seu local de
treinamentos. A Inglaterra vai treinar na Escola Militar da Urca,
distante cerca de 15 quilômetros do Royal Tulip. "O trânsito é terrível.
Será um pesadelo mesmo com escolta policial. Precisamos achar uma forma
de levar o time de um ponto a outro sem que fiquemos parados no
trânsito. Caso contrário, ficaremos presos no ônibus o tempo todo",
disse o chefe de segurança inglês.
Pelo que é possível concluir num dos trechos da conversa, o
interlocutor de Conniford estaria ligado à organização do evento. "Vocês
precisam saber que devem exigir de qualquer um a exibição de uma
credencial. Eles devem checar e rechecar todo mundo", diz o inglês ao
brasileiro não-identificado ao tratar da segurança no hotel e no local
de treinos. "Não podemos deixar ninguém entrar, porque uma vez dentro de
lá, alguém pode ir direto para o elevador e para os quartos dos
jogadores." Deixando claro que está tão preocupado quanto seus
superiores, o ex-policial reitera: "Devemos estar totalmente vigilantes.
Não podemos cometer nenhum erro. A segurança deve ser uma prioridade
máxima." A FA disse apenas que confia no trabalho de seu especialista em
segurança e que "Tony foi ouvido enquanto fazia o seu trabalho, apenas
isso".
Fonte: Revista Veja - 04/05/2014 - - 23:07:36
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