Vou me
reportar, leitores, a um fato ocorrido no dia 25 de
março passado, quando o tráfico e consumo de drogas
na Universidade Federal de Santa Catarina fizeram
com que agentes da Polícia Federal entrassem no
campus para investigação e prisões em flagrante. Eis
aqui um posicionamento no mínimo diferente.
Hoje,
no nosso país, a arrasadora maioria das pessoas tem
medo de se colocar como discordante da ideologia
socialista do atual partido no poder, e que domina
por completo as universidades públicas. Isso não foi
gerado agora. Começou muito antes da ditadura
militar.
É uma formulação de pensares que está se
tornando unanimista, monocórdica, repetitiva,
enfadonha, previsível. Mas basta estudar um
pouquinho a História da Civilização para chegar à
constatação que esta ideologia foi a que mais matou
seres humanos em todo século vinte.
E o pior é que
esta corrente, em tudo muito semelhante ao nazismo,
que está sepulto, ao contrário, demonstra vigor
surpreendente, especialmente na América Latina
dominada e estupidificada. Somente pessoas muito
esclarecidas possuem a coragem, até temerária, de
discordar dessa patrulha terrível, que se infiltrou
qual fétido miasma em toda nação brasileira, das
palafitas aos palácios.
No dia
seguinte aos acontecimentos na UFSC, quando
estudantes e professores engajados impediram o
trabalho da Polícia Federal, no seu combate às
drogas, alguns talibãs apressaram-se em içar uma
bandeira vermelha no lugar da bandeira verde e
amarela.
O viés totalitário, como na ilha dos irmãos
tiranos, na Coreia do gordinho mau e no
bolivarianismo risível de um Maduro quase podre,
como também ali no campus, era o mote comum. Neste
mesmo dia tive a oportunidade de ver, colocado pela
imprensa como segurança da reitora, um indivíduo
histriônico, patético até, de boina, camisa vermelha
e calça jeans surrada, um verdadeiro guevara
macunaímico.
Estava em frente a uma grande porta, de
braços cruzados, como um rambo proletário. Seria
mesmo o segurança da reitora? Não creio. Ele está
sempre presente nas manifestações, seja na UFSC,
seja na ocupação do terreno chique do norte da ilha,
seja nos terminais de ônibus, pobres ônibus, seja em
frente à prefeitura com a turma da Rosa de
Luxemburgo, e outras ocupações e badernaços mais. A
PF irá enquadrá-lo, com certeza.
Sei
também que a arrasadora maioria dos alunos da
universidade não usa drogas e faz o seu curso de
forma correta. Mas não tem voz. Voz possui uma
minoria, sempre na mídia, que se traveste de maioria
para induzir, ameaçar, doutrinar, intimidar, fumar
maconha e consumir outras drogas.
São uns duzentos,
talvez trezentos, que participam de todas as
manifestações e badernas fora da UFSC, onde a
cartilha socialista se imponha. Não estão
interessados em estudar, mas em transformar o mundo
de acordo com a estupidez famélica de suas idéias
indigentes. Afinal, Marx ainda é vedete. E isso não
é novo; pelo contrário, sempre foi tão velho que
chega a enfarar. Tão velho quanto as barricadas
sartreanas da Paris conflagrada.
Fiz o
curso de Pedagogia na Udesc na década de noventa, e
lá também esta dominação esquerdista sempre se fez
presente. Entupiram-me com Marx, Gramsci, Paulo
Freire e Marilena Chauí.
Qualquer pensador ou
educador liberal nunca foi citado. Von Mises, Quayle,
Roberto Campos, Carpeaux, Mário Ferreira passaram ao
largo. Tinha que estudá-los por minha conta. Isso
não me impede de dizer que os professores eram
pessoas amigas e do mais alto gabarito.
Mas tinham
um currículo para passar aos alunos. Já o diretório,
dominado pelo PC do B, fazia de tudo para tornar
difícil a vida acadêmica de todos com manifestações
extemporâneas, pedidos amalucados, como ônibus
grátis para os alunos, moções de solidariedade a
Cuba, que me faziam rir intimamente... Havia uma
mocinha oestina, sempre engajada e falando com
aquele sotaque ítalo-açoriano, que me devotava uma
calculada ojeriza, pois eu era major da PM!... Se a
olhasse bem diretamente nos olhos poderia quiçá ser
petrificado por aquela medusa dos trópicos. Bons
tempos!
Mas um
fato aconteceu que bem demonstra o quanto podemos
ser surrealistas, se não pensamos ou se nos deixamos
envolver pelo fanatismo ideológico. Em certa
ocasião, na faculdade, não tive tempo de colocar o
paisano e fui às aulas fardado mesmo.
Desarmado, é
claro. Meus colegas e professores todos acharam
normal, nem se tocaram. Foi quando me avisaram que o
diretor da faculdade me chamava. Fui até a sala
dele, o professor Otacílio Schuller Sobrinho, um
caro amigo, escritor de renome, um dos fundadores da
Academia Desterrense de Letras, onde ocupo a Cadeira
36. Com ele estava um guri do diretório que,
infelizmente, não tive o cuidado de anotar o nome. O
diretor me informou, meio sorrindo, que o aluno
viera se queixar a ele por causa da minha farda. Que
esta o deixava intimidado, constrangido. Surpreso,
disse a ele que usaria a farda sempre que quisesse,
e que ele fosse redigir as suas manjadas moções pro
Cuba sem erro ortográfico.
Schuller riu e nos
dispensou. Depois me chamou à parte e justificou ter
me convocado, para que eu tivesse a oportunidade de
dizer algo ao preconceituoso. Interessante que este
pessoal adora condenar preconceitos, mas o
preconceito contra a farda é tanto que os deixa
ensandecidos.
Outro
detalhe: contesto a tal autonomia universitária, que
permite à instituição esquerdizar seu currículo á
vontade, embora hoje o Ministério da Educação tenha
a mesma ideologia. Autonomia com dinheiro público? E
o estudo grátis para os estudantes? Grátis não é,
pois a universidade é sustentada à custa de
impostos, a maioria escorchantes.
E o povo que a
paga, principalmente o mais humilde, possui filhos
que a ela não têm acesso. Isso será correto? Penso
que os estudantes poucos que não podem pagar
diretamente, que o façam com trabalho no curso
(lavar pratos na RU, por exemplo) ou trabalhar para
o governo depois de formados, durante um período.
Desse modo não se formariam de favor, como eu também
me formei, apesar de ter sempre denunciado na
faculdade esta gratuidade esdrúxula.
Por que as
outras instituições públicas não possuem também
autonomia? O dinheiro, saído das generosas tetas
republicanas, que por vezes secam dependendo da
causa, é o mesmo.
E por
que fazer uma operação policial contra drogas na
favela é mais que louvável e na universidade ou na
avenida Beira-mar não? Por que este privilégio? O
crime é o mesmo.
Foi constrangedor assistir aos
estudantes amotinados fumarem ostensivamente
maconha, com ar de raiva e deboche em frente à
reitoria e jogar fumaça e baseados na direção da
imprensa. São, repito, uma arrasadora minoria que
enlameia a classe acadêmica. Se isso não é enlamear,
não sei o que mais seria. O grande volume
universitário se compõe de estudantes comprometidos
com o seu curso, cujos pais não aprovam a atitude
radical de uns poucos gatos pingados obcecados pela
pretensa utopia. O delegado da Polícia Federal
desautorizado no campus foi explícito. Usou as
expressões bandalha, feudo, república de
maconheiros, para se referir ao fato. Corajoso, já
que sabe serem seus chefes também socialistas.
Ouço
muitos afirmarem que os dirceus, genoínos e dilmas
eram jovens idealistas que pegaram em armas contra a
ditadura militar, com o sonho da democracia. Este é
o mais fenomenal e patético embuste apregoado aos
quatro ventos nestas terras de gente de veias
inertes. Eles lutavam contra uma ditadura, sim, mas
com o sonho de instalar outra igual, ou pior, com
cortes de cabelos obrigatoriamente ridículos e uso
controlado de celulares, como ainda fazem seus pares
em outras bandas.
E como
arremate, que bom que as questões policiais na UFSC
são atribuição da Polícia Federal. Esta é pelo menos
mais respeitada que a PM, sempre alvo da sanha dos
estudantes baderneiros militantes.
Observe-se que a
PM só entrou naquele imbróglio porque a PF pediu.
Mas as pichações em frente à reitoria se voltaram
todas contra a PM. Os barbudinhos têm verdadeira
sanha obsessiva que talvez nem Freud explique.
Odeiam e desprezam a instituição estadual militar
com todas as forças de seu vermelho coração. Penso
que o problema é a farda. Talvez preferissem uma
KGB. Mas, tudo bem.
Nós, militares estaduais, até
não os odiamos, mas os desprezamos tal e qual. Isso
não inclui a avassaladora maioria dos estudantes,
muitos deles nossos filhos, parentes e amigos. Que
Deus proteja a UFSC e a Polícia Militar. A PF
garante.
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